
No último sábado, 25, Veigh deu o pontapé inicial em sua primeira turnê solo, a EVOM Tour, e mostrou por que é um dos principais nomes do trap brasileiro. Diante de uma plateia que esgotou os ingressos no Espaço Unimed, em São Paulo, o artista provou que continua “vencendo o mundo”. Com duas horas de show, o artista entregou quase 30 músicas, sucessos consagrados, suas faixas favoritas, versões reinventadas, performances no piano, apresentações em grupo e muito mais.
O espetáculo mostrou a evolução de Veigh como performer. Acompanhado de estrutura cênica grandiosa e iluminação digna de grandes arenas, o rapper apresentou novas leituras de faixas como “Novo Balanço”, “Taylor”, “Monaco Freestyle” e “Vida Chique”, agora com arranjos encorpados, solos de guitarra e efeitos que dão dimensão pop às batidas. A sonoridade ao vivo ganha textura diferente — menos digital, mais física — e o público respondeu a cada faixa como quem reencontra um clássico reformulado.
Outro ponto alto da noite foi a revelação de um novo Veigh, o pianista. No meio do show, o rapper sentou-se ao piano para tocar “Perdoe-me por Ser um Astro”, exibindo um lado mais melódico e experimental. A cena — luz baixa, voz limpa — mostrou um artista disposto a sair da zona de conforto e ampliar os horizontes de um gênero que historicamente pouco explora esse tipo de delicadeza.
A EVOM Tour também acerta ao apostar numa proposta visual completa. Com dançarinos próprios, coreografias originais, visuais no telão e transições de palco milimetricamente planejadas, Veigh transforma o show em experiência audiovisual. As luzes seguem a dinâmica das músicas — frias e intensas nas faixas introspectivas, vermelhas e estroboscópicas nos momentos de explosão.
Além disso, a casa quase veio abaixo quando os integrantes da gravadora Supernova Ent: Ghard, G.A, Niink e Nagalli subiram ao palco — depois das apresentações de abertura — para cantar “Os Meninos da Nova”. Junto deles, o rapper Kyan apareceu em “Jeito Bandido”, e MC PH em “Ballena”, incendiando ainda mais o público. As participações curtas deixaram gostinho de quero mais e mostraram que uma turnê do grupo seria mais que bem-vinda.
A estreia da EVOM Tour soa como rito de passagem. Veigh evolui do artista que traduziu o cotidiano da periferia em versos para o performer que domina grandes palcos sem perder o vínculo com a própria essência. Ele prova que o trap brasileiro pode ser espetáculo sem perder densidade, pode ser pop sem se diluir. Se “vencer o mundo” foi a metáfora que o levou até aqui, neste sábado em São Paulo, o cantor mostrou que o próximo passo é continuar conquistando — não mais o mundo lá fora, mas o espaço que ele mesmo abriu dentro da música brasileira.
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