
Charli XCX dominou o mundo a partir do sucesso do seu álbum Brat (2024), tanto uma celebração da música de massa quanto uma sátira aos excessos desta. Agora, a cantora resolveu ir mais a fundo sobre suas ideias com relação a ser uma pop star.
Na edição mais recente de seu perfil na rede de textos Substack, Charli se abriu sobre os prós e contras relacionados ao que faz. Apesar de reconhecer o quão divertido ser uma estrela pop é, ela tem noção que nada ali faz muito sentido.
A cantora escreveu:
“Você tem a oportunidade de se sentir especial, mas você também fica envergonhada com o quão estúpida a situação inteira é.”

Um dos aspectos mais positivos, na sua visão, é a relação com os fãs e a dedicação mostrada por estes, a fazendo acreditar em uma lealdade eterna — algo que ela sabe não ser algo realista. Além disso, apresentar-se ao vivo a faz se sentir uma deusa.
Entretanto, Charli focou bastante no aspecto de sua vida estar constantemente em trânsito e, em especial, a quantidade de espaços liminares sem alma nos quais ela se encontra frequentemente. Exemplos? Lounges de aeroporto, alfândegas, consulados, salas de bastidores e ônibus de turnê.
Um caso particularmente engraçado relatado foi de como precisaram transportar Rachel Sennott entre Paris e Londres para participar do filme The Moment (2026). A operação durou uma noite inteira, com a atriz americana fazendo a viagem toda numa van. No final, só precisou passar uma hora no set de filmagens.
A cantora também ressaltou como o estrelato é bem desconfortável, especialmente perto de quem a conhece há muito tempo. Isso porque suas prioridades ficam completamente deturpadas pela fama. Além disso, existe uma parcela do público determinada a provar sua estupidez só pelo fato de ela escolher fazer música para consumo em massa.
Ela contou:
“Quando entrei no Substack, houve uma enxurrada de artigos de opinião e perguntas sobre o motivo. Algumas pessoas teorizaram sobre o desejo por conteúdo longo e uma conexão mais profunda com os fãs, algumas pessoas estavam simplesmente empolgadas, algumas sugeriram que eu poderia estar seguindo o conselho da minha gravadora na tentativa de estar onipresente em todas as plataformas, algumas pessoas ficaram surpresas por eu ainda ter células cerebrais suficientes para escrever por causa de toda as drogas que eu uso (!). A verdade é que eu sempre amei escrever, então por que diabos não?”

Por fim, Charli XCX explorou a noção atual de que um artista precisa ser genuíno, quase como uma responsabilidade moral. A cantora afirmou não compreender esse conceito, especialmente porque os artistas preferidos dela são pessoas cujo comportamento não serve como modelo para nada de bom — e esse é o ponto, ao seu ver.
O objetivo dela ao gravitar em torno dessas figuras era escapar de sua própria realidade através da música e imagem deles. Se o que faziam era verdade ou performance, não importava para Charli: ela só achava legal.
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