Por uma série de razões, a guitarra se transformou em uma espécie de símbolo do rock. Todavia, Ozzy Osbourne acreditava que outro instrumento era o principal em uma banda do estilo.
Em entrevista à Rolling Stone EUA, o produtor Andrew Watt, que gravou os dois álbuns de estúdio finais do cantor — Ordinary Man (2020) e Patient Number 9 (2022) —, revelou que o saudoso artista oferecia tal classificação ao baixo. Para o Madman, graves bem definidos são primordiais para uma música do gênero em questão.
Um exemplo relacionado a um grupo contemporâneo do Black Sabbath embasava o argumento de Osbourne. Watt relembra:
“Ele era incrivelmente brilhante, incrivelmente aguçado. Seus ouvidos eram reativos. […] Ele sempre me dizia: ‘Ouça Led Zeppelin e me diga qual é a coisa mais alta’. E eu, confiante, dizia: ‘É a bateria. John Bonham’. Ele dizia: ‘Não, não é a bateria’. Ele dizia: ‘É o baixo’.”

Em seguida, o produtor complementa:
“Ele ressaltou que o baixo é a coisa mais importante em uma música de rock. Você precisa garantir que o baixo esteja lá, pulsando, cortando e fornecendo aquela sensação de ritmo, porque é a ponte entre a bateria e as guitarras. Isso torna a música pesada, porque as guitarras podem se destacar se você as mixar da maneira certa. O baixo é algo difícil de se fazer destacar de verdade sem deixar de sustentar a base.”
Atento à mixagem
De acordo com Andrew, Ozzy acompanhava de perto o trabalho de mixagem de seus álbuns. Ele se certificou, inclusive, de que Ordinary Man e Patient Number 9 trouxessem grande capricho nos graves.
“Ele era muito focado no baixo, em termos de mixagem, e em garantir que o baixo se destacasse. E se você ouvir os discos que fizemos juntos, há muito baixo neles. ‘Under the Graveyard’ tem muitos graves, se você conferir. Ele também estava envolvido em cada detalhe de cada mixagem. Isso mostra o quanto ele se importava.”

A morte de Ozzy Osbourne
Ozzy Osbourne nos deixou em 22 de julho, cerca de duas semanas após a realização de seu show de despedida, Back to the Beginning, em Birmingham, na Inglaterra. O vocalista, diagnosticado em 2020 com Parkinson, não resistiu a um ataque cardíaco e faleceu em casa.
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