
Lançado na última sexta-feira, 24, o quinto álbum de estúdio de Lily Allen deu o que falar. Após sete anos sem novidades na música, West End Girl é um deboche explícito sobre o fim do relacionamento com David Harbour, ator de Stranger Things com quem Allen se casou em 2020 — escrito e gravado em apenas 10 dias após a separação, em dezembro de 2024.
Rumores da separação surgiram no início de 2025, e, mais tarde, Allen revelou que se internou em um centro de tratamento para lidar com a “turbulência emocional” do término.
Apesar de se mostrar mais vulnerável do que nunca, a cantora construiu 14 faixas que canalizam o sofrimento frente à infidelidade, ao divórcio e à solidão com muito humor e sarcasmo. A artista comentou, em entrevista recente à revista Interview, que West End Girl “não é um álbum cruel” e não tem o objetivo de vingança. “Não sinto que estou sendo má. Eram apenas os sentimentos que eu estava processando na época”, defende.
O disco revela como Lily enfrenta, acima de uma crise em seu relacionamento amoroso, uma crise existencial. Aos 40 anos (e quase 20 anos de carreira), ela adentra em temas como o amadurecimento da vida adulta e a frustração de expectativas nesse processo. É quase como uma conversa íntima com o ouvinte: as letras são afiadas, mas a melancolia de Allen é o plano de fundo para todas as canções.
Segundo Allen, o álbum é uma mistura de fato e ficção: a música “Madalaine”, por exemplo, discorre sobre a traição de Harbour; Madeleine, entretanto, não é o nome de uma mulher real que se envolveu com o ator, mas uma personagem fictícia que simboliza a “construção de outras”, como disse em entrevista ao The Sunday Times. “É sobre as complexidades dos relacionamentos e como todos nós os enfrentamos. É uma história”, afirmou.
Uma preocupação da artista no processo de desenvolvimento das músicas foi não se colocar na posição de vítima, mas tomar as rédeas da narrativa de sua vida. “Eu sempre dizia: ‘Temos que mudar essa fala. Ela soa muito ‘coitada de mim’.” Eu queria que soasse brutal e trágico, mas também empoderador, que houvesse alegria em poder expressar isso.”
À Interview, Allen disse que está em um estado de espírito mais positivo do que quando criou o disco, e fez as pazes quanto às circunstâncias que a inspiraram.
“Todos nós passamos por términos e é sempre brutal pra caramba. Mas não acho que seja tão comum você se sentir inclinado a escrever sobre isso enquanto está passando por isso”, relata.“É isso que é divertido neste disco; é visceralmente como passar por tudo. Na época, eu estava realmente tentando processar as coisas e isso é ótimo em termos do álbum, mas não me sinto confusa ou com raiva agora”, complementa.
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