
Ao final de sua primeira temporada, Gen V se estabelece como um spin-off competente. A série, que descrevemos em sua estreia como “consistente e sanguinolenta”, manteve essa regularidade até o fim, mas sem nunca alcançar um verdadeiro brilho próprio. Ela funciona bem como um complemento ao universo de The Boys, mas raramente justifica sua existência para além dessa função.
A principal característica da temporada foi sua abordagem metódica. A série evitou reviravoltas surpreendentes, preferindo focar nas consequências lógicas de suas tramas. Se por um lado isso evitou “pulos de tubarão”, por outro tornou a jornada bastante previsível para quem já conhece as regras desse universo.
O roteiro dedicou seu tempo ao desenvolvimento de seus protagonistas, especialmente Marie (Jaz Sinclair, O Mundo Sombrio de Sabrina) e o antagonista, Thomas Godolkin. A trajetória de Marie, como prevíamos, foi marcada por uma série de decisões erradas, fruto de seu trauma e culpa, tornando-a uma figura central fácil de manipular. Da mesma forma, a revelação de Godolkin como o mestre por trás do “Cipher” (que era literalmente uma marionete) foi desenvolvida desde o início, e seus valores distorcidos foram a principal força motriz de seus atos, mesmo que sua revelação final tenha soado frustrante.
A série também foi eficaz em suas conexões com a franquia principal. A inclusão de Stan Edgar (Giancarlo Esposito) e os temas de eugenia e “sangue puro” serviram para amarrar a conspiração de Godolkin diretamente aos planos maiores da Vought. Nesse aspecto, Gen V cumpriu bem sua tarefa de “lição de casa”, preparando o terreno para eventos futuros.
Ao optar pelo desenvolvimento seguro em vez do risco, Gen V entregou uma temporada correta. Ela arrumou o tabuleiro, aprofundou seus personagens e preparou o público para um final que foi, de fato, sangrento. No entanto, encerra seu segundo ano com a sensação de ter sido um prólogo funcional, mais focado em servir à série-mãe do que em construir uma identidade inesquecível para si mesma.
Qual a história da segunda temporada de Gen V?
Gen V explora as vidas de jovens super-heróis, alunos da Universidade Godolkin, administrada pela Vought International, colocando à prova os seus limites físicos, sexuais e morais enquanto eles concorrem aos melhores contratos paara atuar nas melhores cidades, assim como os heróis de The Boys.
No segundo ano, enquanto o resto dos Estados Unidos se adapta ao punho de ferro do Capitão Pátria (Antony Starr, G20), os alunos da Universidade Godolkin lidam com um misterioso novo reitor (Hamish Linklater, Missa de Meia-Noite), que prega um currículo que promete torná-los mais poderosos do que nunca.
Porém, é difícil se preocupar com aulas quando a guerra entre humanos e supers está se formando, dentro e fora do campus. Logo, o grupo fica sabendo de um programa secreto, que remonta à fundação da Universidade Godolkin, e pode ter implicações maiores do que eles imaginam. E o pior é que, de alguma forma, Marie faz parte disso.
Quem está no elenco do novo ano de Gen V?
Além de Jaz Sinclair, a segunda temporada de Gen V conta com os retornos de Sean Patrick Thomas (No Balanço do Amor), Lizze Broadway (Bones), Derek Luh (Runaways), Maddie Phillips (Caçadoras de Recompensas), London Thor (Lady Bird: A Hora de Voar) e Asa Germann (Dahmer: Um Canibal Americano).
Junto com Hamish Linklater, as novidades incluem Keeya King (Yellowjackets), Stephen Kalyn (Na Trilha do Perigo), Julia Knope (Sombra Lunar), Stacey McGunnigle (This Hour Has 22 Minutes), Tait Fletcher (Breaking Bad), Wyatt Dorion (Mouse Trap: A Diversão Agora é Outra) e Georgie Murphy (O Acusado).
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