Até o próximo dia 12 de outubro, o Festival do Rio, um dos maiores eventos de cinema do Brasil e da América Latina, apresenta a sua 27ª edição, que permite cinéfilos e entusiastas da sétima arte conferir centenas de produções inéditas, obras de diretores consagrados e novos talentos em sessões distribuídas por todo o Rio de Janeiro.
A seguir, a Rolling Stone Brasil lista algumas das principais produções nacionais e internacionais para ficar de olho no Festival do Rio 2025, incluindo O Agente Secreto, novo longa de Kleber Mendonça Filho (Bacurau) estrelado por Wagner Moura (Marighella), que irá representar o Brasil na corrida pelo Oscar 2026, e Depois da Caçada, novidade de Luca Guadagnino (Rivais), escolhido para abrir a nova edição do festival, com comentários de Henrique Nascimento, editor de cinema do site. Confira:
Depois da Caçada
Sinopse:
Em Depois da Caçada, uma professora universitária se vê envolvida em uma crise ética e profissional quando uma aluna acusa outro professor, seu amigo de longa data, de agressão sexual. Enquanto os conflitos no campus se intensificam, segredos da professora ameaçam vir à tona, testando os seus limites entre lealdade, justiça e convicção.
Breve comentário:
Emendando um longa atrás do outro desde 2017, quando ganhou destaque com Me Chame Pelo Seu Nome, Luca Guadagnino se debruça sobre o roteiro de estreia da atriz Nora Garrett e entrega um suspense à altura de seus lançamentos mais recentes, Rivais e Queer, ambos de 2024.
Depois da Caçada apresenta um conflito geracional calcado em uma questão que atravessa gerações tornando-se ainda mais complicada. Não há respostas simples para um caso de agressão sexual e o longa de Guadagnino trabalha justamente em cima disso, inserindo novas questões — como o perfil da vítima, uma menina negra e lésbica, mas nascida dentro de uma família rica, e do agressor, um homem branco e hétero, que lutou para conquistar a sua posição de destaque profissional — e fazendo o espectador questionar as duas versões com a mesma intensidade.
Não há uma única versão a ser considerada e a questão acaba caindo sobre Alma Imhoff (Julia Roberts, O Mundo Depois de Nós), a professora universitária que se vê no meio do conflito entre a vítima, a sua melhor aluna Maggie Price (Ayo Edebiri, O Urso), e o agressor, um de seus amigos mais íntimos, o professor assistente Hank Gibson (Andrew Garfield, Todo Tempo que Temos).
Progressista na hora de defender os próprios direitos em um mundo dominado por homens exatamente como o seu colega, Alma se mostra bastante conservadora quando o conflito surge. Fielmente atada à sua rotina, a professora pende para a manutenção do status quo — afinal, como ser correto em um mundo incorreto? — por parecer temer que a sua vida perfeitamente construída vá pelos ares.
Ao final, sem banalizar uma questão delicada e de extrema importância, Depois da Caçada centra a sua solução em Alma e a sua motivação diante do caso, o que acrescenta uma nova perspectiva e amplia ainda mais um debate que, infelizmente, já se estende por eras.
Se Eu Tivesse Pernas, Eu Te Chutaria
Sinopse:
No thriller cômico Se Eu Tivesse Pernas, Eu Te Chutaria, uma mãe se vê à beira de um colapso ao lidar com a doença misteriosa da filha, a ausência do marido e problemas em sua casa, que a forçam a morar em um hotel. Sem apoio algum, ela lida com a frustração, o desespero e o isolamento crescentes, numa tentativa de resolver a sua situação, que só se agrava a cada momento que passa.
Breve Comentário:
Se Eu Tivesse Pernas, Eu Te Chutaria é uma produção que abusa de suas possibilidades narrativas para justificar a sua proposta. Cada novo percalço no caminho de Linda (Rose Byrne, Amor Platônico) cai como uma bomba, aumentando os seus níveis de estresse e cansaço a um ponto em que fica impossível entender como ela consegue continuar sem, de fato, colapsar.
Escrito e dirigido por Mary Bronstein — que também faz uma ponta como a terapeuta familiar de Linda, Dra. Spring —, o longa projeta toda a tensão e o estresse da personagem no espectador: são quase duas horas acompanhando a situação piorar por uma câmera fechada no desespero da protagonista e combinada a uma fotografia escura e pouco reveladora, que tornam a experiência desconfortável e sufocante.
Esta lista está em atualização…
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