
Após o estrondoso sucesso de seu álbum Brat em 2024, que deflagrou o fenômeno cultural “Brat Summer”, a cantora Charli XCX abriu o coração sobre a intensa crise criativa que se seguiu. Em um depoimento franco publicado em seu Substack, a popstar confessou ter se sentido completamente esgotada, descrevendo a fase final de produção do álbum como “espremer sangue de uma pedra” de uma ideia que já vinha trabalhando há anos. A saturação criativa levou a um sentimento de estar “presa, vazia e estéril”, a ponto de não conseguir sequer ouvir música sem se sentir deprimida.
Diante do bloqueio musical, a artista encontrou um novo fôlego criativo no universo do cinema. Charli XCX revelou que seu cérebro criativo tem gravitado instintivamente para o audiovisual, dedicando-se à atuação, escrita e ao descobrimento de uma nova arte. Essa nova fase não apenas a levou a um papel principal no filme The Moment, da A24 (baseado em uma ideia original sua), mas também resultou em um convite inesperado que se tornou sua principal válvula de escape musical: a trilha sonora.
Convidada inicialmente pela diretora Emerald Fennell para escrever apenas uma canção para a adaptação cinematográfica de O Morro dos Ventos Uivantes, de Emily Brontë, Charli XCX rapidamente expandiu a colaboração para um álbum completo. Intitulado Wuthering Heights, o projeto é composto por 12 músicas originais, um trabalho que a artista encarou como uma fuga “inteiramente nova, inteiramente oposta” ao universo clubber de Brat.
O álbum Wuthering Heights tem lançamento oficial marcado para 13 de fevereiro de 2026, coincidindo com a estreia do filme nos cinemas, que terá Margot Robbie e Jacob Elordi nos papéis dos protagonistas Cathy e Heathcliff. Dentre as faixas, está o som gótico e brutalista de “House”, uma colaboração com John Cale, e o novo single, “Chains of Love”. Este último, de caráter moody e com vocais filtrados sobre uma produção synth-pop, remete à sonoridade do álbum de estreia da cantora, True Romance, e embala o novo trailer do longa-metragem. A direção de Charli para as composições, inclusive, foi inspirada por uma frase de Cale: a de que a música deve ser “elegante e brutal”, o que reflete a intensidade sombria do clássico literário.
Apesar de estar “mais inspirada pelo filme do que pela música” atualmente, Charli XCX tranquiliza os fãs ao afirmar que a música é um “membro que ela provavelmente nunca será capaz de cortar completamente de seu corpo”, prometendo que essa nova fase cinematográfica apenas diversifica e enriquece seu caminho artístico.
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