A música do Queen mais complexa que ‘Bohemian Rhapsody’, segundo Brian May

A música “Bohemian Rhapsody”, presente no clássico álbum A Night at the Opera (1975), é comumente citada como o ápice inventivo e artístico do Queen. As mudanças de andamento, os vocais dramáticos de Freddie Mercury e a parte operística do meio são alguns dos elementos que embasam essa tese.
Para o guitarrista Brian May, no entanto, a canção foi uma continuação natural do que a banda inglesa já vinha fazendo em composições específicas dos discos anteriores. Ele reconhece a grandiosidade de “Bohemian Rhapsody”, claro, mas considera que não se trata de algo feito da noite para o dia em um surto criativo.
Para justificar seu ponto de vista, Brian cita outras duas músicas anteriores a “Bohemian Rhapsody”. São elas: “My Fairy King”, do disco de estreia, e “The March of the Black Queen”, do Queen II (1974).
Na nova edição da revista Classic Rock, em celebração aos 50 anos de A Night at the Opera, o guitarrista reflete a respeito:
“As pessoas têm dificuldade em entender o quão natural ‘Bohemian Rhapsody‘ foi para nós. Se você olhar para o primeiro álbum, verá ‘My Fairy King’, que é muito complexa e varia bastante.”
Em seguida, May elege a que considera uma canção ainda mais intrincada do que “Bohemian Rhapsody”:
“E então temos ‘The March of the Black Queen’ no segundo álbum, que é extremamente complexa. É muito mais complexa do que ‘Bohemian Rhapsody’.”
O guitarrista do Queen arremata:
“Então, não foi uma grande surpresa para nós. Era simplesmente: ‘Vamos fazer mais uma dessas coisas’.”
Freddie Mercury sobre a complexa música do Queen
Na época do lançamento, Mercury também ressaltou a complexidade de “March Of The Black Queen”. Durante entrevista de 1974 à Melody Maker (via Queen Net), o cantor afirmou:
“‘The March of the Black Queen’? Eu precisei de séculos de trabalho.”
Ele acrescentou:
“Levei uma eternidade para terminar essa música. Eu queria dar tudo de mim, ser autoindulgente ou algo assim.”
+++ LEIA MAIS: ‘Bohemian Rhapsody’ 50 anos: Brian May e Roger Taylor contam a história da obra-prima do Queen
+++ LEIA MAIS: A música mais subestimada do Queen, segundo Brian May
+++ LEIA MAIS: A banda de rock que mudou a visão musical de Axl Rose
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A música do Queen mais complexa que ‘Bohemian Rhapsody’, segundo Brian May

A música “Bohemian Rhapsody”, presente no clássico álbum A Night at the Opera (1975), é comumente citada como o ápice inventivo e artístico do Queen. As mudanças de andamento, os vocais dramáticos de Freddie Mercury e a parte operística do meio são alguns dos elementos que embasam essa tese.
Para o guitarrista Brian May, no entanto, a canção foi uma continuação natural do que a banda inglesa já vinha fazendo em composições específicas dos discos anteriores. Ele reconhece a grandiosidade de “Bohemian Rhapsody”, claro, mas considera que não se trata de algo feito da noite para o dia em um surto criativo.
Para justificar seu ponto de vista, Brian cita outras duas músicas anteriores a “Bohemian Rhapsody”. São elas: “My Fairy King”, do disco de estreia, e “The March of the Black Queen”, do Queen II (1974).
Na nova edição da revista Classic Rock, em celebração aos 50 anos de A Night at the Opera, o guitarrista reflete a respeito:
“As pessoas têm dificuldade em entender o quão natural ‘Bohemian Rhapsody‘ foi para nós. Se você olhar para o primeiro álbum, verá ‘My Fairy King’, que é muito complexa e varia bastante.”
Em seguida, May elege a que considera uma canção ainda mais intrincada do que “Bohemian Rhapsody”:
“E então temos ‘The March of the Black Queen’ no segundo álbum, que é extremamente complexa. É muito mais complexa do que ‘Bohemian Rhapsody’.”
O guitarrista do Queen arremata:
“Então, não foi uma grande surpresa para nós. Era simplesmente: ‘Vamos fazer mais uma dessas coisas’.”
Freddie Mercury sobre a complexa música do Queen
Na época do lançamento, Mercury também ressaltou a complexidade de “March Of The Black Queen”. Durante entrevista de 1974 à Melody Maker (via Queen Net), o cantor afirmou:
“‘The March of the Black Queen’? Eu precisei de séculos de trabalho.”
Ele acrescentou:
“Levei uma eternidade para terminar essa música. Eu queria dar tudo de mim, ser autoindulgente ou algo assim.”
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A música do Queen mais complexa que ‘Bohemian Rhapsody’, segundo Brian May

A música “Bohemian Rhapsody”, presente no clássico álbum A Night at the Opera (1975), é comumente citada como o ápice inventivo e artístico do Queen. As mudanças de andamento, os vocais dramáticos de Freddie Mercury e a parte operística do meio são alguns dos elementos que embasam essa tese.
Para o guitarrista Brian May, no entanto, a canção foi uma continuação natural do que a banda inglesa já vinha fazendo em composições específicas dos discos anteriores. Ele reconhece a grandiosidade de “Bohemian Rhapsody”, claro, mas considera que não se trata de algo feito da noite para o dia em um surto criativo.
Para justificar seu ponto de vista, Brian cita outras duas músicas anteriores a “Bohemian Rhapsody”. São elas: “My Fairy King”, do disco de estreia, e “The March of the Black Queen”, do Queen II (1974).
Na nova edição da revista Classic Rock, em celebração aos 50 anos de A Night at the Opera, o guitarrista reflete a respeito:
“As pessoas têm dificuldade em entender o quão natural ‘Bohemian Rhapsody‘ foi para nós. Se você olhar para o primeiro álbum, verá ‘My Fairy King’, que é muito complexa e varia bastante.”
Em seguida, May elege a que considera uma canção ainda mais intrincada do que “Bohemian Rhapsody”:
“E então temos ‘The March of the Black Queen’ no segundo álbum, que é extremamente complexa. É muito mais complexa do que ‘Bohemian Rhapsody’.”
O guitarrista do Queen arremata:
“Então, não foi uma grande surpresa para nós. Era simplesmente: ‘Vamos fazer mais uma dessas coisas’.”
Freddie Mercury sobre a complexa música do Queen
Na época do lançamento, Mercury também ressaltou a complexidade de “March Of The Black Queen”. Durante entrevista de 1974 à Melody Maker (via Queen Net), o cantor afirmou:
“‘The March of the Black Queen’? Eu precisei de séculos de trabalho.”
Ele acrescentou:
“Levei uma eternidade para terminar essa música. Eu queria dar tudo de mim, ser autoindulgente ou algo assim.”
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A música do Queen mais complexa que ‘Bohemian Rhapsody’, segundo Brian May

A música “Bohemian Rhapsody”, presente no clássico álbum A Night at the Opera (1975), é comumente citada como o ápice inventivo e artístico do Queen. As mudanças de andamento, os vocais dramáticos de Freddie Mercury e a parte operística do meio são alguns dos elementos que embasam essa tese.
Para o guitarrista Brian May, no entanto, a canção foi uma continuação natural do que a banda inglesa já vinha fazendo em composições específicas dos discos anteriores. Ele reconhece a grandiosidade de “Bohemian Rhapsody”, claro, mas considera que não se trata de algo feito da noite para o dia em um surto criativo.
Para justificar seu ponto de vista, Brian cita outras duas músicas anteriores a “Bohemian Rhapsody”. São elas: “My Fairy King”, do disco de estreia, e “The March of the Black Queen”, do Queen II (1974).
Na nova edição da revista Classic Rock, em celebração aos 50 anos de A Night at the Opera, o guitarrista reflete a respeito:
“As pessoas têm dificuldade em entender o quão natural ‘Bohemian Rhapsody‘ foi para nós. Se você olhar para o primeiro álbum, verá ‘My Fairy King’, que é muito complexa e varia bastante.”
Em seguida, May elege a que considera uma canção ainda mais intrincada do que “Bohemian Rhapsody”:
“E então temos ‘The March of the Black Queen’ no segundo álbum, que é extremamente complexa. É muito mais complexa do que ‘Bohemian Rhapsody’.”
O guitarrista do Queen arremata:
“Então, não foi uma grande surpresa para nós. Era simplesmente: ‘Vamos fazer mais uma dessas coisas’.”
Freddie Mercury sobre a complexa música do Queen
Na época do lançamento, Mercury também ressaltou a complexidade de “March Of The Black Queen”. Durante entrevista de 1974 à Melody Maker (via Queen Net), o cantor afirmou:
“‘The March of the Black Queen’? Eu precisei de séculos de trabalho.”
Ele acrescentou:
“Levei uma eternidade para terminar essa música. Eu queria dar tudo de mim, ser autoindulgente ou algo assim.”
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Para o guitarrista Brian May, no entanto, a canção foi uma continuação natural do que a banda inglesa já vinha fazendo em composições específicas dos discos anteriores. Ele reconhece a grandiosidade de “Bohemian Rhapsody”, claro, mas considera que não se trata de algo feito da noite para o dia em um surto criativo.
Para justificar seu ponto de vista, Brian cita outras duas músicas anteriores a “Bohemian Rhapsody”. São elas: “My Fairy King”, do disco de estreia, e “The March of the Black Queen”, do Queen II (1974).
Na nova edição da revista Classic Rock, em celebração aos 50 anos de A Night at the Opera, o guitarrista reflete a respeito:
“As pessoas têm dificuldade em entender o quão natural ‘Bohemian Rhapsody‘ foi para nós. Se você olhar para o primeiro álbum, verá ‘My Fairy King’, que é muito complexa e varia bastante.”
Em seguida, May elege a que considera uma canção ainda mais intrincada do que “Bohemian Rhapsody”:
“E então temos ‘The March of the Black Queen’ no segundo álbum, que é extremamente complexa. É muito mais complexa do que ‘Bohemian Rhapsody’.”
O guitarrista do Queen arremata:
“Então, não foi uma grande surpresa para nós. Era simplesmente: ‘Vamos fazer mais uma dessas coisas’.”
Freddie Mercury sobre a complexa música do Queen
Na época do lançamento, Mercury também ressaltou a complexidade de “March Of The Black Queen”. Durante entrevista de 1974 à Melody Maker (via Queen Net), o cantor afirmou:
“‘The March of the Black Queen’? Eu precisei de séculos de trabalho.”
Ele acrescentou:
“Levei uma eternidade para terminar essa música. Eu queria dar tudo de mim, ser autoindulgente ou algo assim.”
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A música “Bohemian Rhapsody”, presente no clássico álbum A Night at the Opera (1975), é comumente citada como o ápice inventivo e artístico do Queen. As mudanças de andamento, os vocais dramáticos de Freddie Mercury e a parte operística do meio são alguns dos elementos que embasam essa tese.
Para o guitarrista Brian May, no entanto, a canção foi uma continuação natural do que a banda inglesa já vinha fazendo em composições específicas dos discos anteriores. Ele reconhece a grandiosidade de “Bohemian Rhapsody”, claro, mas considera que não se trata de algo feito da noite para o dia em um surto criativo.
Para justificar seu ponto de vista, Brian cita outras duas músicas anteriores a “Bohemian Rhapsody”. São elas: “My Fairy King”, do disco de estreia, e “The March of the Black Queen”, do Queen II (1974).
Na nova edição da revista Classic Rock, em celebração aos 50 anos de A Night at the Opera, o guitarrista reflete a respeito:
“As pessoas têm dificuldade em entender o quão natural ‘Bohemian Rhapsody‘ foi para nós. Se você olhar para o primeiro álbum, verá ‘My Fairy King’, que é muito complexa e varia bastante.”
Em seguida, May elege a que considera uma canção ainda mais intrincada do que “Bohemian Rhapsody”:
“E então temos ‘The March of the Black Queen’ no segundo álbum, que é extremamente complexa. É muito mais complexa do que ‘Bohemian Rhapsody’.”
O guitarrista do Queen arremata:
“Então, não foi uma grande surpresa para nós. Era simplesmente: ‘Vamos fazer mais uma dessas coisas’.”
Freddie Mercury sobre a complexa música do Queen
Na época do lançamento, Mercury também ressaltou a complexidade de “March Of The Black Queen”. Durante entrevista de 1974 à Melody Maker (via Queen Net), o cantor afirmou:
“‘The March of the Black Queen’? Eu precisei de séculos de trabalho.”
Ele acrescentou:
“Levei uma eternidade para terminar essa música. Eu queria dar tudo de mim, ser autoindulgente ou algo assim.”
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Tyler, the Creator está preso em um vórtice de debates online

Em 2015, com o lançamento de seu quarto álbum, Cherry Bomb, Tyler, the Creator lançou uma revista de edição limitada como parte de seu projeto Golf Media, com entrevistas com pessoas como Seth Rogen, além de materiais relacionados ao álbum, como um escaneamento do caderno Moleskine, no qual ele anotava suas ideias. Ele dedicou algumas páginas do livro para destacar os discos que mais o influenciaram: Hell Hath No Fury, do Clipse; In My Mind, de Pharrell; e, de forma significativa, Voodoo, obra-prima de D’Angelo lançada em 2000. Em seu texto sobre o saudoso astro do R&B, Tyler recordou ter ganhado 30 dólares da avó em seu nono aniversário e usado o dinheiro para comprar o CD. “Meus vídeos favoritos na BET eram ‘Get Up’, de Amel Larrieux, e ‘Left Right’, de D’Angelo”, ele escreveu. “Comprei os dois álbuns, e nunca me arrependerei disso.”
Na semana passada, após a trágica morte de D’Angelo, Tyler foi ao Instagram prestar tributo ao artista que tanto influenciou sua música — mas as coisas rapidamente saíram dos trilhos.
Após um post sincero, no qual repetiu muito do que havia escrito dez anos antes, os comentários começaram a aparecer em massa — alguns pedindo por novas músicas, outros desdenhando a homenagem ou até questionando quem era D’Angelo. Como costuma fazer, Tyler foi ao Twitter e criticou um segmento de sua base de fãs que ele chamou pejorativamente de “Sun Seekers” — isto é, fãs brancos que desconheciam o legado de D’Angelo. Um post do agregador de notícias de hip hop Kurcco destacou que o próprio Tyler curtiu um tuíte que dizia: “O cara tem colaborações com Charlie Wilson, Erykah Badu, DJ Drama etc., e eles ainda se recusam a se engajar com a arte negra de forma significativa. Muito canibalístico.”
O debate que surgiu sugeria que Tyler, the Creator, com o trabalho inicial e altamente ofensivo do Odd Future, teria cultivado uma base de fãs de incels brancos hostis à música negra. O refrão era que ele deveria esperar essas reações à sua homenagem a D’Angelo — e que só tinha a si para culpar. As “provas” apresentadas eram tuítes e prints de sua carreira inicial, nos quais Tyler fazia de tudo: desde criticar os protestos por George Floyd até realizar “provocações” como vestir um manto da Klan e vender produtos com imagens inspiradas na figura racista Sambo. Mais do que provocações de um artista expressando uma forma (equivocada) de angústia pós-moderna racializada, esses fatos passaram a ser usados como evidência de que Tyler odiava a si e à sua negritude. É o tipo de conversa feita sob medida para a internet.
A ideia de que Tyler cultivou uma audiência de incels brancos ignora o fato de que Odd Future já tinha muitos fãs negros desde o começo. Era um grupo de adolescentes negros fazendo música ousada e experimental que, na verdade, conquistou uma grande quantidade de ouvintes jovens e negros. Isso sem falar na evolução da base de fãs de Tyler nos últimos 15 anos. Mesmo levando esse argumento ao pé da letra, ele não explica o público atual do artista — que, numericamente, já superou aquele dos primeiros anos. Além disso, é uma leitura revisionista. Nas mesmas redes em que Tyler publicava comentários ofensivos no início dos anos 2010, ele também expressava admiração por nomes como Erykah Badu e D’Angelo. O ponto, naquela época, era que Tyler era cheio de contradições. A raiva expressa em sua música não era diferente da de Eminem, cujas frustrações internas com a masculinidade alimentaram as obras mais brilhantes e, ao mesmo tempo, violentas, misóginas e homofóbicas de sua carreira. Nunca era para levar aquilo ao pé da letra.
A falta de lógica desse argumento se estende à conclusão: a ideia de que a última década da obra de Tyler — com seu abraço aberto tanto a formas clássicas da música negra quanto a um rap mais tradicionalista (vide “That Guy”, sua vibrante releitura de “Hey Now”, de Kendrick Lamar) — seria apenas uma tentativa de atrair novos fãs negros para continuar relevante. Para acreditar nisso, seria preciso ignorar tudo o que aconteceu de fato na trajetória de Tyler e do Odd Future. Seria necessário confiar em uma releitura curada da história, e não em experiências vividas — exatamente o terreno em que a internet habita: o espaço entre o conteúdo e o contexto.
O amor de Tyler pelo hip hop como forma de arte, no sentido mais puro da palavra, é quase irritantemente bem documentado. Foi apenas no ano passado que ele se desentendeu com o “rapper branco do mês” da internet, Ian, chamando seu estilo e postura de ofensivos em uma entrevista com Maverick Carter. “Tem esse garoto branco, um cara caucasiano comum, que fica imitando o Future e o Gucci Mane — o rap — e as pessoas dizem: ‘Yo, isso é demais!’… mas, mano, é paródia. Ele nem está tentando melhorar o rap”, disse.
Tyler levou Roy Ayers para o festival Camp Flog Gnaw em 2017 e, em março passado, após a morte de Ayers, compartilhou uma homenagem comovente ao pioneiro do neo-soul, chamando-o de “a base do meu som”. Tudo isso para dizer que, se existe um tipo médio de fã de Tyler, the Creator, ele provavelmente é mais um entusiasta obcecado por artistas como D’Angelo do que um garoto branco que simplesmente odeia música negra.
O que claramente frustrou Tyler foi o fato de que os comentaristas estavam mais focados em cobrar novas músicas do que no que ele realmente estava postando. Esse é, sem dúvida, o problema mais comum enfrentado por celebridades na era digital — fãs tão obcecados que perdem completamente o contexto. Também não ajuda o fato de que Tyler, como praticamente todo rapper popular das últimas duas décadas, tem uma grande audiência branca — um fenômeno que antecede sua geração em pelo menos vinte anos. Ainda assim, é um exagero chamá-los de “incels”, e não está claro o que esse rótulo — centrado em homens solitários e misoginia — significaria nesse contexto. Além disso, os chamados “incels brancos” de hoje — alimentados por um fluxo constante de streamers polêmicos como Adin Ross e N3ON — certamente não estão ouvindo Tyler, the Creator, o artista que lançou um álbum chamado Flower Boy.
E essa nem é a primeira vez, no último ano, que o material antigo de Tyler voltou à tona na internet, gerando o mesmo ciclo familiar de debates online — um verdadeiro ouroboros de discursos envoltos na linguagem da “responsabilização” e de uma política bem-intencionada, mas que, na prática, serve apenas para alimentar a máquina do engajamento digital. No ano passado, depois que Tyler ultrapassou brevemente Taylor Swift no ranking “Top Artists — Global” do Spotify, os swifties começaram a compartilhar capturas de tela com letras antigas dele, reacendendo uma discussão que durou dias sobre sua misoginia passada. Tyler respondeu à polêmica do seu próprio jeito: durante um show em Boston, declarou, “Deixei as Swifties todas bravas com o racismo delas… vadia, vai ouvir ‘Tron Cat’. Eu não dou a mínima, porra. Eles vão acabar trazendo o velho eu de volta.”
Nessa nova controvérsia, porém, o veneno é mais forte. A relação de Tyler com sua negritude — desde as acusações de que ele incentivava fãs brancos a dizer a palavra com N (a citação real foi estúpida, mas muito menos sombria), até comentários depreciativos sobre mulheres negras — oferece, de fato, terreno mais fértil para críticas. Dito isso, criadores de conteúdo no TikTok começaram a compartilhar relatos sobre o suposto “antinegritude” de Tyler, que, como de costume, acabam se entrelaçando a histórias pessoais.
Com alguma justiça, muitos comentaristas online reconhecem que Tyler evoluiu, mas afirmam que, por não ter se desculpado publicamente e de forma explícita por seus comportamentos passados, ele não teria pagado o suficiente por suas ações. Essa mais recente “crise” tem sido amplamente descrita como o momento em que Tyler está “levando suas chibatadas”. E é justamente nessa linguagem que se revela o que realmente está acontecendo. Não há desculpa para as postagens e comentários pelos quais Tyler ficou conhecido no início da carreira — mas a internet é movida por sede de sangue, não por justiça. A ponto de uma homenagem a D’Angelo ter se transformado em quase uma semana de discussões sobre tuítes de mais de dez anos atrás. Enquanto isso, Chris Brown está em turnê mundial por estádios.
O tipo de debate cada vez mais comum nos espaços digitais — onde reduzimos indivíduos a dados digeríveis — é inútil para conversas realmente produtivas sobre antinegritude, arte ou misoginia. É tudo conteúdo feito para cutucar e explorar as questões complexas que compõem nossa identidade, gerando emoções intensas que alimentam infinitas publicações. Quanto mais unidimensional você conseguir retratar alguém, melhor. Tyler, the Creator pode até ter surgido impulsionado por um otimismo sobre a internet como ferramenta para dar voz aos incompreendidos, mas ela se transformou em uma força que destrói justamente a nuance e o contexto que nos tornam humanos.
+++LEIA MAIS: Tyler, the Creator merece ser mencionado entre os maiores do hip hop
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Imagine Dragons anuncia Lagum como abertura de shows no Brasil

A banda mineira Lagum foi convidada como show de abertura da turnê do Imagine Dragons no Brasil. As apresentações fazem parte da etapa latino-americana da Loom World Tour, que divulga o álbum Loom (2024) e marca o retorno da banda estadunidense após três anos sem turnês internacionais.
A Lagum, por sua vez, está em turnê por todas as regiões do Brasil com seu quinto álbum de estúdio, As Cores, As Curvas e as Dores do Mundo, lançado em maio de 2025. Em abril do próximo ano, eles também farão uma passagem internacional em algumas cidades na Europa.
O disco inédito é uma mistura de pop, rock e reggae, que mescla sonoridades animadas (como em “Quem Desligou o Som” e “Dançando no Escuro”) com grooves mais melancólicos e introspectivos (como “Vagarosa Manhã” e “As Desvantagens de Amar Alguém que Mora Longe”). Além de prezar pelo entretenimento, o álbum reflete o amadurecimento da banda e constrói uma narrativa de reflexão sobre a realidade que nos cerca. À Rolling Stone Brasil, o grupo falou sobre a nova fase da carreira. Assista abaixo:
O show atual inclui todas as 10 faixas de As Cores, As Curvas e as Dores do Mundo, além de sucessos dos álbuns anteriores — Depois do Fim (2023), MEMÓRIAS (de onde eu nunca fui) (2021), Coisas da Geração (2019) e Seja o Que Eu Quiser (2016). Reconhecida por apresentações grandiosas, a Lagum entrega ao vivo uma experiência eletrizante, e eleva a experiência do ouvinte por meio de timbres e arranjos produzidos exclusivamente para os palcos.
Sobre o Lagum
Formada em 2014 em Belo Horizonte, a Lagum é composta por Pedro Calais na voz, Zani (Otavio Cardoso) e Jorge (Glauco Borges) nas guitarras, e Chico (Francisco Jardim) no baixo. Tio Wilson (Breno Braga) foi baterista do grupo até 2020, quando morreu em decorrência de uma parada cardiorrespiratória. Ele é lembrado pelos demais integrantes com muito carinho, e permanece como uma figura simbólica na trajetória do grupo.
O álbum Memórias (De Onde Eu Nunca Fui), lançado em 2021, eternizou suas últimas gravações e rendeu a primeira indicação da banda ao Grammy Latino. Posteriormente, vieram mais duas nomeações, com o disco Depois do Fim — que trouxe sonoridade mais experimental e alcançou o Top 50 do Spotify Brasil em menos de uma semana— e com o projeto LAGUM AO VIVO, gravado em um show para 8 mil pessoas no Espaço Unimed (SP).
Os shows
A turnê do Imagine Dragons no Brasil contará com quatro apresentações: neste domingo, 26, em Belo Horizonte (Mineirão), na quarta-feira, 29, em Brasília (Arena BRB Mané Garrincha) e na sexta e no sábado seguintes (31 de outubro e 1º de novembro) em São Paulo (MorumBIS). A Lagum está confirmada nas quatro datas. Com realização da Live Nation Brasil e apresentação do Santander Brasil, os shows integram a sequência sul-americana que também passará por Argentina, Chile e Colômbia.
Formado por Dan Reynolds, Wayne Sermon, Ben McKee e Daniel Platzman, o Imagine Dragons é conhecido por sucessos como “Radioactive”, “Demons”, “Believer” e “Thunder”. O repertório da turnê combina grandes hits de álbuns antigos, como Night Visions (2012), com faixas recentes de Loom.
Com realização da Live Nation Brasl, os últimos ingressos estão disponíveis em www.ticketmaster.com.br
+++ LEIA MAIS: Shows do Imagine Dragons no Brasil têm ingressos de até 43 mil reais
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Cameron Crowe relembra bastidores da ‘era de ouro’ do rock e memórias com David Bowie

Antes de se estabelecer no ramo cinematográfico, Cameron Crowe (Quase Famosos, Jerry Maguire: A Grande Virada) foi um dos jornalistas musicais mais memoráveis dos anos 1970, por adentrar no mundo conturbado da “era de ouro” do rock and roll. Dentre os grandes nomes que ele cobriu está David Bowie: os dois passaram um ano e meio juntos na estrada, dividindo experiências e confissões.
Décadas após o ápice de sua fama, Bowie voltou a conversar com o jornalista. Em entrevista ao The Independent, Crowe comenta que o astro ainda tinha muita dificuldade em falar sobre seu passado turbulento. “Ele não queria voltar para lá. […]. Eu lia as citações dele para ele. Tipo, ‘você disse que Patti Smith e Kraftwerk seriam tudo o que seria lembrado dessa época’, mas ele não mordia a isca”.
Segundo a NME, Bowie admitiu para Crowe que o vício em anfetaminas durante sua juventude lhe causou muitos prejuízos. “Ele continuou me repetindo tudo e, por fim, disse: ‘Cameron, essas eram divagações insanas de um jovem viciado em anfetaminas’.”

Questionado se estava triste por Bowie não se lembrar muito do tempo que passou em turnê, Crowe respondeu: “Acho que ele se lembrava de tudo. Ele só não queria se lembrar comigo, mas tudo bem.” Mais informações sobre a relação entre eles serão reveladas no livro de memórias inédito do jornalista, que será lançado em breve.
A história de Cameron Crowe
Crowe começou a escrever profissionalmente para a Rolling Stone com apenas 15 anos. Ao longo da década de 1970, ele entrevistou e acompanhou diversas bandas em turnês, como Led Zeppelin, The Allman Brothers Band, Bob Dylan e Fleetwood Mac.
Crowe fez seu primeiro roteiro em 1982, para o longa Picardias Estudantis, e migrou oficialmente para as telonas em 1989, quando estreou como diretor de Digam o que Quiserem. Mas ele nunca se afastou totalmente do mundo da música: Crowe conta que seus filmes frequentemente ressoam com a obra de artistas que conheceu como jornalista, como Tom Petty and the Heartbreakers, The Who e Pearl Jam.
Ele ganhou destaque na década seguinte com a direção de Jerry Maguire (1996) — indicado ao Oscar de Melhor Roteiro Original — e Quase Famosos (2000), que venceu a premiação cinco anos depois.
O mais interessante sobre Quase Famosos (2000) é seu caráter semi-autobiográfico: Crowe se baseou nas experiências da sua própria juventude como jornalista musical para escrever o roteiro. O protagonista do filme é William Miller, um adolescente (alter ego de Crowe) contratado para cobrir a turnê da banda fictícia Stillwater, que vive conflitos com a família e consigo mesmo durante uma conturbada viagem de alguns meses pelos EUA.
Reunir memórias
50 anos depois das vivências como jornalista, Crowe finalmente reunirá suas histórias mais marcantes no livro The Uncool, que será publicado no dia 28 de outubro de 2025 (ainda sem previsão de adaptação e lançamento no Brasil). A obra incluirá crônicas sobre uma jornada única ao lado de lendas da música: entre grandes aventuras e um processo de amadurecimento, ele revisita seu tempo com Bowie — enquanto o artista lutava contra um grave vício.
O livro também aborda aspectos da vida pessoal de Crowe, que ele já pincelou em Quase Famosos de forma ficcional (como sua relação complicada com o pai e o espírito singular de sua mãe). Para os amantes da música e nostálgicos dos anos 70, a obra promete uma verdadeira viagem no tempo.
Além deste lançamento, Crowe tem outro projeto em fase de desenvolvimento. Ele irá dirigir um novo filme biográfico sobre Joni Mitchell, que também conheceu nos anos 1970. No elenco, Anya Taylor-Joy (A Bruxa) e Meryl Streep (O Diabo Veste Prada) irão interpretar a cantora em diferentes fases da vida.

“[Será] um filme sobre alguém que vale a pena fazer um filme, e que realmente tem minha voz nele”, afirmou em entrevista ao Ultimate Classic Rock. “É a vida da Joni, não através do prisma de outra pessoa. É através do prisma dela. São os personagens que impactaram a vida dela que você conhece e muitos que você desconhece. E a música é tão cinematográfica.” A previsão original de estreia do longa era para este Natal, mas ele não cumprirá o prazo.
Outros projetos sobre David Bowie
A BBC também confirmou que um documentário sobre David Bowie está em produção, com estreia prevista para o segundo semestre de 2026. 50 anos depois, o enfoque da obra será nas vivências do Camaleão do Rock em Berlim entre 1976 a 1978, quando ele se afastou da fama para combater o vício e criar a aclamada “Trilogia de Berlim” (Low, Heroes e Lodger).
A produção será dirigida por Francis Whately, que já trabalhou em David Bowie: Five Years (2013)e David Bowie: The Last Five Years (2017). A ideia é contar a história nas palavras do próprio Bowie: por meio de entrevistas, imagens de arquivo e conversas com quatro mulheres que o viram de perto nesse período, a obra propõe uma visão íntima e pouco conhecida do artista.
+++LEIA MAIS: A melhor banda que Cameron Crowe assistiu ao vivo
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O subestimado guitarrista que Ace Frehley idolatrava

Alguns anos antes de morrer, o recém-falecido Ace Frehley revelou sua profunda admiração por um subestimado guitarrista. O músico em questão o inspirou a se aprofundar no instrumento no início da década de 1970.
Em entrevista de 2020 concedida ao site SongFacts (via Far Out Magazine), o Spaceman rasgou elogios a Leslie West, do Mountain, apontando-o como um de seus guitar heros favoritos.
Segundo o ex-guitarrista do Kiss, eles inclusive se tornaram próximos após se conhecerem pessoalmente. A admiração de Ace por Leslie virou amizade, e o músico relembrou esse contato com o “mestre”:
“Sempre fui um grande fã do Mountain. Posteriormente, me tornei amigo de Leslie West porque nos conhecemos na estrada e ele me convidou para jantar em sua casa.”

Ace acrescentou, explicando as virtudes de Leslie West na guitarra:
“Ele sempre foi um guitarrista que me impressionou porque nunca tocava solos super rápidos. Ele sempre fazia solos de guitarra melódicos e com pegada blues, mas sabia onde posicionar as notas. Ele era um mestre nisso.”
O solo de Leslie West que Ace Frehley adorava
Questionado sobre alguns de seus solos de guitarra favoritos em todos os tempos, Ace Frehley citou, por exemplo, o de “Never In My Life”, música presente no álbum de estreia do Mountain, Climbing! (1970).
Contato com o Mountain
O Spaceman relatou que conheceu também Felix Pappalardi, baixista e vocalista no Mountain e produtor de bandas como Cream. No entanto, sua admiração maior era mesmo por Leslie West, com quem dividia a paixão por riffs e solos de guitarra.
Ele recorda:
“Vi o Mountain se apresentar algumas vezes. Também me tornei amigo do baixista deles, Felix Pappalardi – ele foi a alguns shows do Kiss e aos bastidores com a esposa. Mas Leslie sempre me impressionou como um dos meus guitarristas de blues favoritos. Adoro aquele riff de guitarra. Foi uma escolha óbvia para mim.”

Leslie West e Ace Frehley
Além do trabalho com a banda Mountain, Leslie West é conhecido também pelo ótimo disco solo Mountain (1969). O guitarrista foi citado como influência por gigantes como Eddie Van Halen, Randy Rhoads e Michael Schenker, dentre outros. Ele morreu em 2020, aos 75 anos, após uma parada cardíaca.
Ace Frehley, por sua vez, faleceu na última quinta-feira, 16, aos 74 anos. Ele sofreu uma queda em sua casa nos Estados Unidos no fim de setembro e não resistiu a uma hemorragia cerebral.
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