Relembre todas as passagens do AC/DC pelo Brasil

A espera dos fãs do Brasil pelo AC/DC finalmente vai acabar. O grupo anunciou nesta segunda-feira, 3, que realizará show único em São Paulo dia 24 de fevereiro, no estádio MorumBIS.
O compromisso faz parte da turnê que promove o álbum Power Up (2020). Entretanto, não será a primeira visita da lendária banda ao nosso país.
Os australianos têm uma história de 40 anos com o país. Agora, vale revisitar as passagens deles por aqui.

AC/DC por um mundo melhor
A estreia em terras brasileiras veio em 1985, no evento que colocou o país no mapa mundial dos grandes shows. O AC/DC foi headliner da primeira edição do Rock in Rio, se apresentando duas vezes durante o festival.
O primeiro show ocorreu em 15 de janeiro, na quinta noite do evento. Após um dia conturbado, no qual o público vaiou Eduardo Dusek e o Kid Abelha, a banda subiu ao palco após performances antológicas de Barão Vermelho e Scorpions para concluir a programação do dia em frente a 250 mil pessoas
O segundo concerto veio quatro dias depois, 19 de janeiro, na famigerada noite do metal do Rock in Rio. Mais de 280 mil pessoas os assistiram fecharem o palco principal após Whitesnake e Ozzy Osbourne.
As apresentações do AC/DC tiveram quase o mesmo nível de produção do resto do planeta. Isso porque apesar da banda contratar um navio para trazer ao Brasil o sino gigante que tocava no começo de “Hells Bells”, a estrutura de palco do Rock in Rio não tinha a capacidade de suportar o peso do objeto — e este precisou ser substituído por uma réplica de gesso.
Curiosamente, essas performances vieram num momento em que a popularidade do grupo sofreu uma queda. Após se firmar no começo dos anos 1980 como uma das maiores bandas do planeta, o AC/DC viu suas vendas despencarem em comparação a Back in Black (1980), que se tornou o álbum de rock mais vendido da história.
O repertório tocado pelo AC/DC em sua primeira noite de Rock in Rio foi:
- “Guns for Hire”
- “Shoot to Thrill”
- “Sin City”
- “Shot Down in Flames”
- “Back in Black”
- “Have a Drink on Me”
- “Bad Boy Boogie”
- “Rock and Roll Ain’t Noise Pollution”
- “Hells Bells”
- “The Jack”
- “Jailbreak”
- “Dirty Deeds Done Dirt Cheap”
- “Highway to Hell”
- “Whole Lotta Rosie”
- “Let There Be Rock”
- “T.N.T.”
- “For Those About to Rock (We Salute You)”
O setlist para a segunda apresentação do AC/DC no Rock in Rio:
- “Guns for Hire”
- “Shoot to Thrill”
- “Sin City”
- “Back in Black”
- “Have a Drink on Me”
- “Bad Boy Boogie”
- “Rock and Roll Ain’t Noise Pollution”
- “Hells Bells”
- “Dirty Deeds Done Dirt Cheap”
- “Highway to Hell”
- “Whole Lotta Rosie”
- “Let There Be Rock”
- “T.N.T.”
- “For Those About to Rock (We Salute You)”
Retorno após mais de uma década
O AC/DC não retornou para a segunda edição do Rock in Rio, em 1991. O grupo demorou até 1996 para voltar ao Brasil, com shows na Pedreira Paulo Leminski, em Curitiba, e no Estádio do Pacaembu, na cidade de São Paulo, respectivamente nos dias 11 e 12 de outubro.
As apresentações foram parte da turnê do álbum Ballbreaker (1995), produzido por Rick Rubin e que marcou o retorno do baterista Phil Rudd à formação. Dessa vez, os shows tiveram a estrutura igual à do resto da turnê, com um guindaste carregando a bola de demolição responsável por destruir o cenário montado no palco para a abertura do set.
Apesar de não ter a mesma dimensão do Rock in Rio, os shows atraíram um público considerável. Em Curitiba, foram mais de 30 mil pessoas, e a apresentação no Pacaembu passou da marca de 40 mil espectadores no estádio.
O setlist do grupo foi o mesmo em ambas as datas:
- “Back in Black”
- “Shot Down in Flames”
- “Thunderstruck”
- “Girls Got Rhythm”
- “Hard As A Rock”
- “Shoot To Thrill”
- “Boogie Man”
- “Hail Caesar”
- “Hells Bells”
- “The Jack”
- “Ballbreaker”
- “Rock And Roll Ain’t Noise Pollution”
- “Dirty Deeds Done Dirt Cheap”
- “You Shook Me All Night Long”
- “Whole Lotta Rosie”
- “T.N.T.”
- “Let There Be Rock”
- “Highway To Hell”
- “For Those About To Rock (We Salute You)”
Mais de uma década até voltarem de novo
O show mais recente do AC/DC no Brasil foi no longínquo ano de 2009. O grupo estava no meio da turnê Black Ice, a primeira deles desde 2003. A visita rendeu apresentação única no Morumbi, o mesmo palco do retorno marcado para 2026.
O público presente foi de cerca de 65 mil pessoas. O show misturou sucessos com canções do álbum Black Ice (2008), sucesso de vendas devido à sua estratégia de vendê-lo exclusivamente na rede de hipermercados Wal-Mart nos Estados Unidos e Canadá.
A turnê acabou por tornar-se a última com a participação do guitarrista Malcolm Young, principal compositor do grupo ao lado do irmão Angus e considerado o grande líder da banda. O músico parou de fazer shows em 2010 após ser diagnosticado com uma série de problemas de saúde, incluindo câncer de pulmão.
Malcolm se aposentou do AC/DC por causa de um diagnóstico de demência em 2014, tendo falecido em 2017. Desde então, Stevie Young, sobrinho dele e de Angus Young, assumiu seu lugar na banda.
Confira o setlist do AC/DC no Morumbi em 2009:
- “Rock ‘n’ Roll Train”
- “Hell Ain’t a Bad Place to Be”
- “Back in Black”
- “Big Jack”
- “Dirty Deeds Done Dirt Cheap”
- “Shot Down in Flames”
- “Thunderstruck”
- “Black Ice”
- “The Jack”
- “Hells Bells”
- “Shoot to Thrill”
- “War Machine”
- “Dog Eat Dog”
- “You Shook Me All Night Long”
- “T.N.T.”
- “Whole Lotta Rosie”
- “Let There Be Rock”
- “Highway to Hell”
- “For Those About to Rock (We Salute You)”
AC/DC no Brasil em 2026
Após mais de 15 anos, o AC/DC voltará ao Brasil e à América Latina. Apenas um show foi confirmado em nosso país: ocorrerá em 24 de fevereiro, no estádio MorumBIS, em São Paulo.
A agenda inclui ainda visitas a Chile (Santiago), Argentina (Buenos Aires) e México (Cidade do México). Em território nacional, a venda de ingressos se inicia em 7 de novembro, sexta-feira, às 10h, pelo site Ticketmaster Brasil.
The Pretty Reckless, banda liderada pela cantora Taylor Momsen, ficará a cargo da abertura em toda a tour. Veja abaixo a agenda:
- 24/02: São Paulo, Brasil (Estádio MorumBIS)
- 11/03: Santiago, Chile
- 23/03: Buenos Aires, Argentina
- 07/04: Cidade do México, México
#poweruptour pic.twitter.com/RLcMSWCemu
— AC/DC (@acdc) November 3, 2025
Rolling Stone Brasil: Avenged Sevenfold na capa
A nova edição da Rolling Stone Brasil traz uma entrevista exclusiva com os 5 integrantes do Avenged Sevenfold, às vésperas de seus maiores shows solo no Brasil. Também há um bate-papo com Planet Hemp, um especial Bruce Springsteen, homenagem a Ozzy Osbourne e muito mais. Compre pelo site da Loja Perfil.

+++ LEIA MAIS: Saiba quanto o AC/DC arrecada por show na atualidade
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A jovem banda de rock que abrirá show do AC/DC no Brasil

Como noticiado, após mais de 15 anos, o AC/DC voltará ao Brasil e à América Latina. Apenas um show foi confirmado em nosso país: ocorrerá em 24 de fevereiro de 2026, no estádio MorumBIS, em São Paulo.
A agenda inclui ainda visitas a Chile (Santiago), Argentina (Buenos Aires) e México (Cidade do México). The Pretty Reckless, banda liderada pela cantora Taylor Momsen, ficará a cargo da abertura em toda a tour.

Sobre The Pretty Reckless
Formado em Nova York no ano de 2009, The Pretty Reckless conta com Taylor Momsen nos vocais e guitarra rítmica, Ben Phillips na guitarra solo, Mark Damon no baixo e Jamie Perkins na bateria. Até hoje, quatro álbuns foram lançados, com destaque ao mais recente, o elogiado Death by Rock and Roll (2021).
Antes de focar na carreira musical, Momsen, que hoje tem 32 anos, trabalhou como atriz. Alguns de seus papéis de destaque incluem Cindy Lou Who no filme O Grinch (2000) e Jenny Humphrey na série Gossip Girl (2007-2012).
Em 2009, ela fundou The Reckless, que logo seria renomeado para The Pretty Reckless e contava com outra formação bem diferente da estabelecida no ano seguinte. A chegada de Ben Phillips foi determinante não apenas para a guitarra, como também para a função de parceiro de composições, por intermédio do produtor Kato Khandwala (Blondie, Paramore, My Chemical Romance etc), falecido em 2018.
O álbum de estreia do grupo, Light Me Up, saiu em 2010 e repercutiu por conta da música “Make Me Wanna Die”, incluída na trilha sonora do filme Kick-Ass: Quebrando Tudo. Desde então, o grupo acumulou feitos como a conquista da 5ª posição da parada americana com o disco Going to Hell (2014), 6ª posição no chart britânico com Death by Rock and Roll, single de platina nos EUA e Canadá com “Heaven Knows” e oito conquistas da 1ª colocação do ranking estadunidense de singles Mainstream Rock, focado no gênero citado.
Ao longo de sua história, The Pretty Reckless veio duas vezes ao Brasil. A primeira visita ocorreu em 2012, como parte da The Medicine Tour. Já a segunda viagem se deu em 2017, em meio aos compromissos da tour do álbum Who You Selling For.
A relação entre AC/DC e The Pretty Reckless foi estabelecida quando a banda de Taylor Momsen foi escalada como atração de abertura na turnê Power Up do grupo australiano, em 2024 e 2025, passando por América do Norte, Europa e Oceania. Segundo levantamento, a turnê levou mais de três milhões de pessoas aos shows.
Em entrevistas concedidas durante o período de turnê, Taylor Momsen descreveu o impacto profissional e pessoal do convívio com o quinteto australiano. A cantora não esconde o orgulho de ter sido escolhida para uma posição tão importante. Ao mesmo tempo, ela garante que sua relação com os colegas veteranos vai além da música e tornou-se de amizade.
O que se sabe sobre os ingressos
No Brasil, a venda de ingressos para o show do AC/DC se inicia em 7 de novembro, sexta-feira, às 10h, pelo site Ticketmaster Brasil (com taxa de conveniência). Até o momento, não se sabe o ponto de venda física (sem taxa de conveniência).
Os valores de ingressos não foram informados. A produtora responsável, Live Nation, disponibilizou apenas o mapa de setores. São eles:
- Pista A & B
- Cadeira inferior
- Cadeira superior
- Arquibancada
A pista é um setor único, dividido por razões de segurança em pista A e pista B. Não haverá fluxo de pessoas entre a pista A e a pista B, e os acessos serão diferentes.
Na hora da compra, a recomendação é para atentar-se ao local selecionado. O ingresso será válido apenas para a pista A ou a pista B, de acordo com a sua compra.
Para efeito de comparação, os shows do Oasis no mesmo local e também produzidos pela Live Nation custavam R$ 800 pista A e B (meia R$ 400), R$ 1.000 cadeira inferior (R$ 500 meia), R$ 1.250 cadeira superior (R$ 625 meia) e R$ 590 arquibancada (R$ 295 meia). Esses valores foram apresentados somente para dar uma ideia. Não há qualquer indicativo de que os preços serão mantidos para o AC/DC.

Turnê pela América Latina
Veja abaixo a agenda:
- 24/02: São Paulo, Brasil (Estádio MorumBIS)
- 11/03: Santiago, Chile
- 23/03: Buenos Aires, Argentina
- 07/04: Cidade do México, México
AC/DC no Brasil
Ao todo, o AC/DC veio ao Brasil em apenas três ocasiões. A primeira se deu no Rock in Rio 1985. A segunda ocorreu como parte da turnê Ballbreaker, que se deu em outubro de 1996 com apresentações em São Paulo e Curitiba. Já a terceira foi em meio à tour Black Ice, em data única, na capital paulista, em novembro de 2009.
Hoje, o grupo conta com Brian Johnson (voz), Angus Young (guitarra solo), Stevie Young (guitarra base) e os músicos de turnê Chris Chaney (baixo) e Matt Laug (bateria). Nos últimos tempos, eles realizaram turnês relativamente curtas na América do Norte, Europa e Oceania.
Rolling Stone Brasil: Avenged Sevenfold na capa
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Por que não conseguimos parar de discutir sobre ‘Nebraska’, álbum de Bruce Springsteen

Nebraska, de Bruce Springsteen, sempre foi um álbum que as pessoas adoravam discutir. Então faz sentido que estejamos discutindo sobre ele agora. Springsteen: Salve-me do Desconhecido decepcionou nas bilheteiras, arrecadando US$ 16,1 milhões no fim de semana de estreia. Isso poderia parecer um sucesso colossal para mim ou para você — exceto pelo fato de que o orçamento foi de inacreditáveis US$ 55 milhões, para um filme sobre um álbum gravado em um gravador de fita de US$ 400. As críticas têm sido extremamente divididas. Electric Nebraska deu aos fãs uma nova perspectiva sobre esse clássico álbum acústico de 1982 — e sobre como ele poderia ter sido diferente se Springsteen tivesse envolvido a E Street Band. É por isso que as discussões sobre o Boss estão explodindo — como “Chicken Man”.
Assim como Kid A, do Radiohead — um movimento extremamente parecido que aconteceu 18 outubros depois —, Nebraska sempre foi divertido de debater, quer você o ame ou odeie. Em uma das cenas mais engraçadas do filme, ouvimos Jimmy Iovine ao telefone, gritando com o empresário Jon Landau sobre o quão idiota seria lançar aquele disco folk. (Iovine interpreta a si mesmo — genial.) Há também um momento em que Landau diz que vai tocar o álbum para Iovine e Stevie Nicks; tragicamente, o filme não mostra a reação de Stevie.
O longa traz atuações com cara de Oscar, com Jeremy Allen White como o Boss e Jeremy Strong como Landau. Mas é um filme divisivo — como convém a um álbum divisivo —, e mesmo quem amou Salve-me do Desconhecido encontra muito do que reclamar. É basicamente um filme inteiro de homens falando sobre os problemas de Bruce Springsteen — um deles sendo o próprio Bruce. Há também algumas mulheres ali, fazendo acenos empáticos. O técnico de masterização tem mais falas do que toda a E Street Band. A mensagem é que homens preferem literalmente fazer álbuns conceituais acústicos sobre assassinos psicopatas a fazer terapia.
No centro da história de Nebraska há um melodrama clássico do show business: os engravatados malignos gritam “isso nunca vai vender”, enquanto o roqueiro rebelde responde “um artista tem que fazer o que um artista tem que fazer”. E é isso que a torna uma lenda tão boa. É por isso que existe um filme sobre Nebraska e não sobre o vencedor do Grammy de Álbum do Ano, Toto IV. (Eu, pessoalmente, assistiria com prazer à cena do “sabe o que essa música precisa? Cães selvagens uivando na noite.”)
Mas o filme só dá pequenos vislumbres da cultura rock de 1982 — e de por que Nebraska era tão cômica e completamente inadequada para tocar no rádio. No filme, Springsteen dirige ouvindo “Urgent”, do Foreigner, e “Winning”, de Santana — dois hits onipresentes de 1981. O álbum inteiro é cheio de homens suados dirigindo sozinhos à noite, rezando por uma salvação roqueira no rádio. Mas Nebraska era exatamente o que eles não estavam ouvindo.
A maior nova estrela de 1982, no rock radiofônico, era John Cougar, com American Fool — oferecendo o tipo de som básico e popular que Springsteen se recusava a entregar. “Hurts So Good” e “Jack and Diane” eram óbvios (mas eficazes) hits ao estilo do Boss, com Bryan Adams e John Cafferty logo vindo na sequência. (Cougar ainda estava a um ano de recuperar o nome “Mellencamp”.) American Fool tinha seis meses quando Nebraska foi lançado — mas ainda liderava as paradas há nove semanas. Para caras como Mellencamp e Adams, ouvir Nebraska deve ter sido um dos momentos mais felizes de suas vidas.
Mas foi Billy Joel, mais do que ninguém, quem colheu os frutos de Nebraska. Ele havia acabado de lançar seu próprio álbum artístico e pouco comercial, The Nylon Curtain, lançado uma semana antes — com a mesma proposta pouco radiofônica, pela mesma gravadora, e provavelmente gerando os mesmos surtos de raiva entre os executivos. Ironia do destino: The Nylon Curtain acabou se tornando um sucesso, porque Billy preencheu o vazio deixado por Springsteen. “Pressure” e “Allentown” se tornaram grandes hits justamente por serem o substituto mais próximo das canções acessíveis de Bruce que o Boss se recusou a oferecer.
Um anúncio de página inteira na Rolling Stone no fim de 1982 trazia apenas o nome de Billy Joel, um punho segurando uma chave inglesa e a letra completa de “Allentown”. Ele jamais teria conseguido lançar um anúncio assim se Springsteen tivesse dado ao público ao menos um agrado em Nebraska. “Pressure” era bastante anticomercial pelos padrões de Billy — um tributo às angústias de estrelas do rock tentando falar com seus fornecedores ao telefone, com o cantor cerrando os dentes como se estivesse preso nos 30 minutos finais de Os Bons Companheiros. (O excelente documentário de cinco horas Billy Joel: And So It Goes não menciona cocaína uma única vez — então ele provavelmente pesquisou o tema conversando com os figurões do Elaine’s.) Mas, comparada a Nebraska, essa música parecia “Just the Way You Are”.
As rádios de rock simplesmente se recusaram a tocar Nebraska, o que foi genuinamente chocante na época — afinal, era o novo disco de Bruce Springsteen. “Acho que vai acontecer uma de duas coisas”, previu um especialista de um boletim musical na Rolling Stone. “Ou isso vai consolidar a tendência de o rádio aceitar músicas mais suaves e pessoais, ou vai ser um completo fracasso.”
A emissora WBCN, de Boston — território fiel a Springsteen — tocou “Open All Night” por cerca de uma semana e desistiu. A música tinha guitarra elétrica, um riff à la Chuck Berry e um clima surpreendentemente animado (é quase a versão em universo alternativo de “State Trooper”), mas sem refrão — soava apagada no rádio. Chegou apenas ao nº 22 da parada Top Tracks da Billboard, um fracasso certificado, com colocações ainda piores para “Atlantic City” e “Johnny 99”. Naquela semana, os álbuns mais tocados nas rádios rock eram Rush (Signals, sua controversa fase synth), Billy Squier, The Who (seu péssimo disco de despedida, It’s Hard), Don Henley (em seu primeiro álbum solo), Bad Company, Kenny Loggins, Steve Winwood e Men at Work.
Quando uma estrela se torna um superstar, como Springsteen após The River, a piada clichê é que ele poderia fazer sucesso até soltando um pum no microfone — mas Nebraska foi a prova definitiva de que essa teoria não se sustenta. Ele não conseguiu tocar nada no rádio, embora o disco vendesse bem. Estreando no nº 29, subiu direto para o nº 4 na semana seguinte — um ritmo rápido para 1982. (Foi o segundo álbum que mais subiu rápido no ano, atrás apenas de Tug of War, de Paul McCartney.) Chegou ao nº 3, atrás de Cougar, Fleetwood Mac e Steve Miller, e logo à frente de Michael McDonald. Mas o rádio não mordia a isca.
O filme mostra brevemente a MTV, de forma zombeteira, apenas para uma piada rápida, enquanto Bruce zapeia entre reprises de Badlands. Mas foi a MTV, ironicamente, que abraçou Nebraska depois que o rádio o rejeitou completamente. A emissora novata apostou em “Atlantic City”, que tinha um clipe cru do qual Bruce (sabiamente) não participa. MTV tocava “Atlantic City” como se fosse um enorme hit — simplesmente porque estavam gratos por ter qualquer conteúdo de Bruce —, mas a música acabou se encaixando surpreendentemente bem entre os artistas de synth-pop britânico esquisitos de 1982/1983 — que o rádio também ignorava. Ouví-la entre Soft Cell e The Human League fazia muito mais sentido do que entre Rush e Journey. O que tornava Nebraska inadequado para o rádio é exatamente o que o tornava perfeito para a MTV — e faz todo sentido que os garotos da New Wave tenham sido os que acolheram “Atlantic City” de coração, especialmente considerando como Springsteen se inspirou no som eletrônico de vanguarda do Suicide e em “Frankie Teardrop”.
Mas o principal motivo pelo qual Nebraska se tornou um sucesso duradouro é que as pessoas se viam naquelas músicas. De forma curiosa, Ronald Reagan não é mencionado uma única vez no filme — nem mesmo em um noticiário de fundo entre as reprises de Badlands. Praticamente tudo o que se disse ou escreveu sobre Nebraska nos anos 1980 — inclusive pelo próprio Springsteen — o enquadrava como o lado sombrio da América de Reagan. No fim de 1982, o desemprego era de 10,8%, o mais alto desde a Grande Depressão. Springsteen já havia escrito uma canção de protesto sobre o tema, “Out of Work”, para o roqueiro sessentista Gary U.S. Bonds — que, incrivelmente, chegou ao Top 40 naquele verão, com uma terceira estrofe endereçada diretamente a “Hey Mr. President”, provocando: “Talvez você tenha um emprego pra mim — só de te levar pra lá e pra cá?”
Então como agora, o presidente não se importava. Em março de 1982, Reagan chegou a perguntar: “É notícia o fato de que algum sujeito em South Succotash tenha acabado de ser demitido, e que ele deva ser entrevistado em rede nacional?” Mas Nebraska retrata esses “perdedores” de South Succotash como pessoas reais. Como Springsteen disse à Rolling Stone:
“Nebraska falava sobre esse isolamento americano: o que acontece com as pessoas quando elas se veem alienadas de seus amigos, de sua comunidade, de seu governo e de seu trabalho. Porque são essas coisas que te mantêm são — que dão algum sentido à vida. E se tudo isso escapa, e você passa a existir em um vazio onde as regras básicas da sociedade viram piada, então a vida também vira uma piada. E qualquer coisa pode acontecer.”
Hoje, ninguém quer admitir que zombou de Nebraska na época — assim como ninguém admite ter vaiado Bob Dylan no Newport Folk Festival, como mostra outro grande biopic do ano, Um Completo Desconhecido. Mas muita gente zombou, sim. Um leitor reclamou na seção de cartas da Rolling Stone: “Eu gostava muito mais dele quando ele era uma reedição dos anos 1950.” Esse não era o Bruce que o público queria — aquele que já era uma caricatura afetuosa na cultura pop, como na esquete “Elmer Fudd canta Springsteen”, de Robin Williams, ou na paródia do programa Dr. Demento Show, em que “Bruce Springstone” cantava o tema de Os Flintstones.
É por isso que o álbum abriu as portas para todos os clones de bar dos anos 1980 tentando imitar o estilo do Boss. Hollywood, inclusive, estava produzindo Eddie, o Ídolo Pop, um filme fanfic sobre a E Street Band que virou febre na TV a cabo durante o longo hiato entre Nebraska e Born in the U.S.A. (O filme até tem seu próprio subenredo ao estilo Nebraska, em que Eddie enfrenta o sistema lançando um álbum artístico e nada comercial, A Season in Hell.)
Mas, ontem como hoje, as pessoas valorizavam o aspecto de azarão do disco — o artista que assume uma posição, desafia as probabilidades e mantém a fome criativa. Como se dizia com frequência em 1982, Bruce havia recuperado “o olho do tigre”. É por isso que o álbum ficou para a história: o caso definitivo de um superstar que rasga tudo para recomeçar — no mesmo espírito de Kid A ou Achtung Baby, ou como Bowie em Berlim e Neil Young pegando a estrada rumo ao abismo.
Em 2007, quando chegou a hora de Kelly Clarkson lançar o sucessor de “Since U Been Gone”, ela irritou a gravadora com o pessoalíssimo My December — e o chamou de “meu Nebraska” — um sinal claro de que esse mito cultural havia entrado em um novo território. E é justamente isso que faz de Nebraska um dos maiores debates da história do rock & roll.
+++LEIA MAIS: A história de todas as músicas de ‘Nebraska’, de Bruce Springsteen
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A música do Racionais MC’s que está fazendo em ‘Tremembé’ e você provavelmente não notou

Se você assistiu aos cinco episódios de Tremembé, que retrata o dia a dia da unidade penitenciária Penitenciária Doutor José Augusto César Salgado, conhecida como “presídio dos famosos” por receber condenados por crimes de grande repercussão nacional, deve ter notado uma animada música, em estilo piseiro, servindo como trilha sonora para alguns personagens.
Os encontros secretos entre Daniel Cravinhos (Felipe Simas, As Aventuras de José & Durval) e a sua nova namorada, Celina (vivida pela estreante Duda Siqueira), costumam ser embalados por versos que, caso você não tenha reparado, devido à drástica mudança na melodia, são de “Vida Loka (Pt. 1)”, um dos maiores sucessos do grupo Racionais MC’s, presente no álbum Nada Como um Dia Após o Outro Dia, de 2002.
“Fé em Deus que ele é justo / Ei, irmão, nunca se esqueça / Na guarda, guerreiro, levanta a cabeça, truta / Onde estiver, sejá lá como for, tenha fé / Porque até no lixão nasce flor”.
A versão em questão é cantada pelo cantor, compositor, produtor e arranjador Grelo, natural de Anápolis, em Goiás. Nascido Gabriel Ângelo Furtado de Oliveira, hoje com 28 anos, o artista já compôs sucessos para artistas como Simone Mendes, Luísa & Maurílio, Jorge & Mateus e Matheus & Kauan, mas viralizou com o seu próprio trabalho em 2024, com a música “Só Fé”, presente em seu álbum de estreia, É o Grelo.
“Vida Loka (Pt. 1)”, que tem ganhado as redes sociais após a estreia da nova série true crime brasileira, também está presente no disco, assim como versões de “Dias de Luta”, da banda Charlie Brown Jr.; “Cedo ou Tarde“, de NX Zero; “Palavras ao Vento”, de Cássia Eller; e “É Isso Aí”, interpretada por Ana Carolina e Seu Jorge, todas repaginadas no estilo de Grelo, que mistura forró, arrocha e piseiro para construir as suas melodias. Ouça a seguir:
Qual é a história de Tremembé?
Tremembé é baseada no livro homônimo de Ullisses Campbell — além de outras publicações do jornalista como Suzane: Assassina e Manipuladora, sobre a história de Suzane von Richthofen, que encomendou a morte dos próprios pais; e Elize Matsunaga: A Mulher Que Esquartejou o Marido, sobre o assassinato do empresário Marcos Kitano Matsunaga — e promete revelar a rotina dos criminosos reunidos na penitenciária localizada em Tremembé, no interior de São Paulo.
Onde assistir a Tremembé?
Todos os cinco episódios da primeira — e, até então, única — temporada de Tremembé estão disponíveis no Prime Video, sem custos adicionais para os assinantes do serviço do streaming. Assista ao trailer da novidade a seguir:
LEIA TAMBÉM: Tremembé, série sobre o ‘presídio dos famosos’, vai ter segunda temporada?
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Cancelado em 2024, Batekoo Festival retorna com Urias, Duquesa e mais em edição esgotada

Após ser cancelado em 2024 por falta de patrocínio, o BATEKOO Festival retorna em novembro para sua 3ª edição, que irá contar com nomes como BK’ (RJ), Urias (MG), Duquesa (BA), O Kannalha (BA) e outras mais de 20 atrações em 12 horas de música ao vivo.
O evento acontece em 15 de novembro, entre 18h e 6h, e ainda traz Keiona (FR), Rom Santana (BA), Carlos do Complexo (RJ), Brunoso (MA), Bloquinho Delas (BA), Taj Ma House (RN), Davs (PE) e DJ Pedrita (PA), entre outros nomes de diferentes regiões do Brasil e da França, no line-up.
“O BATEKOO Festival é mais do que um evento: é um encontro de narrativas, sons e experiências que reforçam a potência das culturas negras em diferentes territórios. Nossa curadoria busca refletir essa diversidade, apresentando artistas que expandem a música e a arte para além dos palcos”, afirma Artur Santoro, diretor e curador do festival.
SERVIÇO:
Batekoo Festival 2025
- Data: 15 de novembro de 2025, das 18h às 6h
- Local: Sonora Garden | Rua Comendador Nestor Pereira, 33, Canindé, São Paulo – SP
- Estacionamento: R$70 (preço único definido pela concessionária do espaço)
- Classificação etária: 18 anos. Não é permitida a entrada de menores de idade no evento.
- Ingressos esgotados. Para se inscrever na lista de espera, acesse: shotgun.live/festivals/batekoo-festival-2025.
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Cancelado em 2024, Batekoo Festival retorna com Urias, Duquesa e mais em edição esgotada

Após ser cancelado em 2024 por falta de patrocínio, o BATEKOO Festival retorna em novembro para sua 3ª edição, que irá contar com nomes como BK’ (RJ), Urias (MG), Duquesa (BA), O Kannalha (BA) e outras mais de 20 atrações em 12 horas de música ao vivo.
O evento acontece em 15 de novembro, entre 18h e 6h, e ainda traz Keiona (FR), Rom Santana (BA), Carlos do Complexo (RJ), Brunoso (MA), Bloquinho Delas (BA), Taj Ma House (RN), Davs (PE) e DJ Pedrita (PA), entre outros nomes de diferentes regiões do Brasil e da França, no line-up.
“O BATEKOO Festival é mais do que um evento: é um encontro de narrativas, sons e experiências que reforçam a potência das culturas negras em diferentes territórios. Nossa curadoria busca refletir essa diversidade, apresentando artistas que expandem a música e a arte para além dos palcos”, afirma Artur Santoro, diretor e curador do festival.
SERVIÇO:
Batekoo Festival 2025
- Data: 15 de novembro de 2025, das 18h às 6h
- Local: Sonora Garden | Rua Comendador Nestor Pereira, 33, Canindé, São Paulo – SP
- Estacionamento: R$70 (preço único definido pela concessionária do espaço)
- Classificação etária: 18 anos. Não é permitida a entrada de menores de idade no evento.
- Ingressos esgotados. Para se inscrever na lista de espera, acesse: shotgun.live/festivals/batekoo-festival-2025.
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O gênero cinematográfico que é ‘o heavy metal dos filmes’, segundo Tarantino

Música e cinema dialogam, obviamente, mas a ponto de terem gêneros específicos que se correspondem diretamente? Para o diretor americano Quentin Tarantino, sim.
Cineasta aclamado por filmes já considerados clássicos, como Cães de Aluguel (1992), Pulp Fiction (1994) e Bastardos Inglórios (2009), Tarantino considera que há uma relação possível entre o gênero de ação e o heavy metal.
Segundo o diretor, a teoria partiu, na verdade, de um amigo. Mas ele tende a concordar. Assim como filmes de ação não costumam receber os devidos méritos, o heavy metal também é um estilo majoritariamente subestimado por “especialistas” em música.
Além disso, Tarantino desenvolve uma proximidade entre o público consumidor dos dois gêneros. Em declaração à revista Premiere na década de 1990 (via Far Out Magazine), ele argumentou:
“Um amigo meu disse que os filmes de ação são o heavy metal do cinema, e ele não está tão longe da verdade. Os filmes de ação se tornaram o carro-chefe dos jovens cinéfilos do sexo masculino e não têm o ‘selo de aprovação’ da revista Good Housekeeping. Mesmo um filme de ação mediano tem algumas boas sequências que você pode apreciar até certo ponto.”

Quentin Tarantino e os filmes de ação
Apesar de não ser um cineasta “de ação” propriamente dito, Quentin Tarantino mesmo já fez filmes que bebem na fonte de clássicos do gênero, com sequências repletas de violência e adrenalina.
São os casos, por exemplo, dos dois volumes de Kill Bill (2003 e 2004), À Prova de Morte (2007) e Era uma Vez em… Hollywood (2019). Nesses longas-metragens, Tarantino pelo menos resvala em algumas características que tanto admira nos filmes de ação.
Seu próximo trabalho, aliás, deve ser a continuação de Era uma Vez em… Hollywood. A sequência, intitulada The Continuing Adventures of Cliff Booth, terá Brad Pitt de volta ao papel do longa anterior. Tarantino assina o roteiro. A direção ficará a cargo de David Fincher.
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Jon Bon Jovi faria uma cinebiografia? Ele responde

Bruce Springsteen, amigo e uma das grandes inspirações de Jon Bon Jovi, acaba de lançar sua cinebiografia. O filme Springsteen: Salve-me do Desconhecido estreou nos Estados Unidos e em vários países no dia 24 de outubro e chegou ao Brasil na última quinta, 30.
Questionado se também gostaria de ver sua vida e obra retratadas no cinema, Jon sinalizou que sim — mas não por enquanto. Em entrevista ao The Sun (via NME), o astro resumiu o que pensa:
“Talvez em algum momento. Mas ainda não cheguei ao meu capítulo final. Estou vivendo o próximo capítulo.”
Segundo ele, sua história ainda está sendo escrita. Recentemente, o Bon Jovi anunciou para 2026 a Forever Tour, que marcará o retorno de Jon aos grandes palcos após uma cirurgia nas cordas vocais realizada em 2022.
A princípio, a banda fará seis shows no Madison Square Garden, em Nova York, e mais três na Europa: em Edimburgo (Escócia), Dublin (Irlanda) e Londres (Inglaterra).
Jon Bon Jovi comenta filme de Bruce Springsteen
Antes, porém, Jon Bon Jovi fez questão de assistir à cinebiografia de Bruce Springsteen. Além de elogiar o filme em entrevista à Sky News, ele também recordou o início de carreira em Nova Jersey, quando seguia os passos de The Boss:
“É muito bom. Se passa em 1982, quando eu estava bem vivo e escrevi ‘Runaway’ naquele ano. Eu tocava a dois quarteirões de onde ele (Springsteen) se apresentava com aquela banda cover todo domingo à noite. Na verdade, competia com a minha apresentação, então a gente literalmente fechava o bar e ia para lá porque sabia que ele ia tocar lá no domingo à noite.”
Bon Jovi acrescentou:
“Quer dizer, eu vivi aquilo, e assistir ao filme sentado ao lado dele (Springstten) no cinema me fazia dar uns socos nele. A gente dizia que era como uma máquina do tempo. Uma máquina do tempo mesmo. Porque, sabe, ele fez parte da vida de todos nós enquanto crescíamos em Nova Jersey, e representa o que ele significou ou significa para todos nós.”
Bon Jovi no Brasil?
A jornalista Fábia Oliveira, do portal Metrópoles, publicou em fevereiro de 2025 que Bon Jovi, banda liderada por Jon Bon Jovi, negou uma oferta para tocar no festival devido a, justamente, questões de saúde.
Nos últimos tempos, Jon tem se recuperado de uma cirurgia de reconstrução das cordas vocais. Também passou por um processo chamado medialização. Segundo o site Jefferson Health, este é “um procedimento no qual a prega vocal paralisada é empurrada para o meio, para que a prega vocal funcional possa fechar adequadamente para recuperar a função vocal normal e a capacidade de deglutição”.
À rádio Mix 104.1 Boston, o artista chegou a dizer que não sabia se voltará a fazer turnês. Até então, ele havia realizado apenas pequenas apresentações esporádicas.
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Damiano David e Dove Cameron: relembre a carreira do casal

Em um relacionamento desde 2023, Dove Cameron e Damiano David parecem estar noivos, segundo reportagem do TMZ. A fotografia do portal americano de notícias dos dois andando juntos por Sydney, Austrália, registrou a protagonista de Descendentes com um anel de diamantes no dedo anelar.
O casal ainda não confirmou publicamente as suspeitas de noivado. No início de outubro de 2025, os cantores comemoraram dois anos de namoro, com uma postagem apaixonada no Instagram de Cameron. “Os melhores dois anos da minha vida”, ela escreveu na legenda. “Eu vou às lágrimas pelo menos uma vez por semana porque a vida se tornou tão bela com você nela. Eu te amo de um jeito que palavras nunca seriam capazes de expressar, mas eu nunca vou parar de tentar”. Por último, fez uma declaração na língua materna do italiano: “Buon aniversario [sic] amore mio.”
Os dois se conheceram pela primeira vez no VMA de 2022, em que ambos foram indicados à categoria de Artista Revelação. Cameron ganhou o prêmio, e a banda de rock italiana Måneskin levou a categoria de Melhor Vídeo Alternativo. Se reencontraram na premiação no ano seguinte, e, ao longo de 2023, foram vistos em festas e eventos juntos. Em setembro do mesmo ano, Cameron compareceu a shows da banda de David em Nova York e em São Paulo. Confirmaram publicamente seu relacionamento em setembro de 2024, quando posaram no tapete vermelho da gala que antecede o Grammy.

Dove Cameron: ex-estrela da Disney constrói repertório no pop alternativo
A carreira da artista começou em 2012, quando foi escalada para a série original do Disney Channel Bits and Pieces. A série foi descartada e refeita em 2013, transformando-se em Liv e Maddie, em que Cameron interpreta as duas protagonistas, as gêmeas idênticas Liv e Maddie Rooney. Os episódios foram ao ar até 2017, e as quatro temporadas do programa foram um sucesso da emissora.
Sua primeira experiência musical foi em 2013, quando lançou “On Top of the World”, cover do Imagine Dragons, que faz show em São Paulo nesta sexta, 31, e sábado (1º de novembro), como um single promocional pela Disney. A versão alcançou o 17º lugar na Billboard Kid Digital Songs, permanecendo nas paradas por três semanas. No mesmo ano, a Walt Disney Records lançou o single original “Better in Stereo”, música tema de Liv e Maddie. A música estreou na Billboard Kid Digital Songs na 21ª posição, e rapidamente alcançou o primeiro lugar nas paradas.
Em 2015, a atriz protagonizou o filme Descendentes com Sofia Carson, Cameron Boyce e Booboo Stewart. Na trama, filhos de vilões e mocinhos dos contos de fadas vivem e estudam no reino de Auradon. Cameron interpreta Mal, filha da vilã Malévola (Kristin Chenoweth). A personagem retorna nas sequências de 2017 e 2019, e todos os filmes se popularizaram entre crianças e adolescentes. As canções originais presentes na franquia mantém sua popularidade até hoje, com músicas como “Rotten to the Core”, “Did I Mention”, “Ways to be Wicked” e “What’s My Name” sendo sucessos nas redes.
No mesmo ano do lançamento do primeiro filme de Descendentes, Cameron e seu então namorado (e parceiro de gravações em Liv e Maddie), Ryan McCartan, criaram uma banda chamada The Girl and the Dreamcatcher. As 10 músicas lançadas pela dupla foram bem comercialmente, e renderam um contrato com a Columbia Records para Dove após o fim da banda.
Em 2016, Cameron interpretou uma antagonista pela primeira vez, assumindo o papel de Amber Von Tussle no musical Hairspray Live!, atuando novamente como filha de Chenoweth. O musical apresentou uma nova faceta da habilidade musical da atriz, e a estabeleceu definitivamente como uma cantora na visão do público. O elenco contou com nomes de peso da indústria, como Ariana Grande, Harvey Fierstein, Maddie Baillio e Martin Short.
Como uma artista solo, lançou seu EP de estreia Alchemical: Volume 1 em dezembro de 2023. Alchemical foi precedido pelo seu single principal, “Boyfriend”, que lançou no ano anterior. A música estourou nas redes sociais, e estreou na 16ª posição na Billboard Hot 100.
Cameron despertou críticas e polêmica na internet em 2024, quando cancelou seu show no Lollapalooza em São Paulo semanas antes do festival. A explicação dada pela cantora por meio de suas redes sociais é que o show ainda “não estava pronto” e ela teria compromissos conflitantes na data. No dia em que se apresentaria em Interlagos, a artista foi vista em Milão, acompanhando David na gravação de um comercial.
O último lançamento da cantora foi em setembro de 2025. O single “Whatever You Like” fará parte de seu álbum de estreia, ainda sem título ou data de estreia confirmadas. A música fala sobre seu relacionamento com David, e o visualizer utiliza vídeos de momentos de sua vida e namoro.
Damiano David e o rock italiano
Nascido em Roma, o cantor iniciou sua carreira na adolescência. Em 2015, começou a tocar com o time que se tornaria a banda de rock Måneskin, com seus amigos Victoria De Angelis (baixo), Ethan Torchio (bateria) e Thomas Raggi (guitarra). O grupo se apresentava nas ruas da capital italiana, e criaram oficialmente a banda e o nome oficial no ano seguinte.
A banda se popularizou em 2017, quando participaram da versão italiana do reality show X Factor. Terminaram o programa em 2º lugar e lançaram seu primeiro EP, Chosen, com o maior sucesso da banda até hoje: uma versão de “Beggin’”, canção lançada originalmente em 1967 pelo grupo americano The Four Seasons.
Os italianos representaram seu país de origem na edição de 2021 do festival europeu de música Eurovision, levando a Itália à vitória pela primeira vez em 31 anos. A música “Zitti e Buoni” não foi a mais votada pelos jurados, mas ao se tornarem os favoritos do público conseguiram levar o prêmio. Desde então, emplacaram hits e fizeram turnês, porém a banda se encontra em hiato desde meados de 2024.
David lançou seu álbum solo de estreia em maio de 2025, e se arrisca em uma pegada mais pop. Atualmente, se encontra em turnê mundial, e desembarca no Brasil para show no Tokio Marine Hall, em São Paulo. Os ingressos do dia 7 de novembro já se encontram esgotados.
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25 shows internacionais de rock e metal no Brasil em novembro de 2025

O mês de novembro de 2025 conta com diversos shows internacionais de rock e metal para se assistir no Brasil. Alguns artistas e bandas visitarão apenas São Paulo, enquanto outros percorrerão mais cidades pelo país.
Um dos destaques é o retorno do Oasis após 16 anos. A banda anunciou a retomada de suas atividades, findando um rompimento ocorrido em 2009. A capital paulista é o destino final das datas de 2025 da atual turnê.

Outro nome que deve arrastar multidões é o Linkin Park, que volta ao país um ano após suas apresentações em São Paulo. Desta vez, além da megalópole paulista, estão na agenda Curitiba e Brasília.

Mas nem de longe o levantamento se limita a artistas e bandas com porte de estádio. Shows de pequeno e médio porte estão à disposição do público ao longo do movimentado mês de novembro.
A lista a seguir compila uma série de apresentações do universo do rock e metal por artistas e bandas do exterior. Todas elas contam com ingressos à venda, exceto quando indicado.
25 shows internacionais de rock e metal no Brasil em novembro de 2025
Masterplan
— 01/11 (sábado): Brasília (Toinha Brasil Show)
— 02/11 (domingo): Porto Alegre (Bar Opinião)
Ingressos: Brasília – Articket | Porto Alegre – Sympla
Dire Straits Legacy
— 01/11 (sábado): Criciúma (AM Master Hall)
— 05/11 (quarta-feira) e 06/11 (quinta-feira): Porto Alegre (Auditório Araújo Vianna)
— 07/11 (sexta-feira): Passo Fundo (Arena Clube Comercial)
— 08/11 (sábado): Caxias do Sul (Ginásio do Sesi)
— 09/11 (domingo): São Paulo (Espaço Unimed)
— 12/11 (quarta-feira) e 13/11 (quinta-feira): Juiz de Fora (Ginásio Municipal)
— 14/11 (sexta-feira): Rio de Janeiro (Qualistage)
— 15/11 (sábado): Macaé (Ginásio Municipal)
— 16/11 (domingo): Barra Mansa (Parque da Cidade)
Ingressos: site oficial da banda
Guns N’ Roses
— 02/11 (domingo): Brasília (Arena BRB Mané Garrincha)
Ingressos: site oficial da banda
Weezer (com Bloc Party, Mogwai, Judeline e Otoboke Beaver)
— 02/11 (domingo): São Paulo (Parque Ibirapuera — Plateia Externa do Auditório Ibirapuera)
Ingressos: Eventim

Marduk
— 02/11 (domingo): São Paulo (Manifesto Bar)
Ingressos: Clube do Ingresso
Tash Sultana
— 04/11 (terça-feira): Rio de Janeiro (Circo Voador)
— 05/11 (quarta-feira): São Paulo (Audio)
Ingressos: Eventim
Linkin Park & Poppy
— 05/11 (quarta-feira): Curitiba (Estádio Major Couto Pereira)
— 08/11 (sábado): São Paulo (Estádio MorumBIS)
— 11/11 (terça-feira): Brasília (Arena BRB Mané Garrincha)
Ingressos: Ticketmaster Brasil

Mogwai (solo)
— 05/11 (quarta-feira): Rio de Janeiro (Circo Voador)
Ingressos: Eventim
Poppy (solo)
— 06/11 (quinta-feira): São Paulo (Cine Joia)
Ingressos: Ticketmaster Brasil

Harakiri for the Sky
— 06/11 (quinta-feira): Belo Horizonte (Caverna Rock Pub)
— 07/11 (sexta-feira): São Paulo (Burning House)
— 08/11 (sábado): Curitiba (Basement Cultural)
Ingressos: Sympla
Damiano David
— 07/11 (sexta-feira): São Paulo (Tokio Marine Hall)
Ingressos: Eventim
Billy Idol
— 08/11 (sábado): São Paulo (Vibra São Paulo)
— 12/11 (quarta-feira): Curitiba (Arena da Baixada)
Ingressos: Livepass

Hammerfall
— 08/11 (sábado): São Paulo (Vip Station)
— 09/11 (domingo): Belo Horizonte (Mister Rock)
— 11/11 (terça-feira): Curitiba (Tork ‘n’ Roll)
Ingressos: DD Tickets
Balaclava Fest (Stereolab, Yo La Tengo, Geordie Greep, Horse Jumper of Love, Gab Ferreira, Jovens Ateus, Walfredo em Busca da Simbiose)
— 09/11 (domingo): São Paulo (Tokio Marine Hall)
Ingressos: Ingresse
Primal Scream
— 11/11 (terça-feira): São Paulo (Audio)
Ingressos: Ticketmaster Brasil
Grave Digger
— 11/11 (terça-feira): Brasília (Toinha Rock Show)
— 12/11 (quarta-feira): Curitiba (Tork ‘n’ Roll)
— 14/11 (sexta-feira): São Paulo (Carioca Club)
— 15/11 (sábado): Limeira (Mirage Eventos)
Ingressos: RockWorld24
Glenn Hughes
— 11/11 (terça-feira): Porto Alegre (Opinião)
— 13/11 (quinta-feira): Belo Horizonte (Mister Rock)
— 14/11 (sexta-feira): Rio de Janeiro (Circo Voador)
— 16/11 (domingo): São Paulo (VIP Station)
— 18/11 (terça-feira): Curitiba (Tork ‘n’ Roll)
Ingressos: site oficial do artista

Morrissey
— 12/11 (quarta-feira): São Paulo (Espaço Unimed)
Ingressos: Livepass
Massive Attack + Cavalera
— 13/11 (quinta-feira): São Paulo (Espaço Unimed)
Ingressos: Eventim
Molchat Doma
— 15/11 (sábado): São Paulo (Tokio Marine Hall)
Ingressos: Eventim
Oasis
— 22/11 (sábado): São Paulo (Estádio MorumBIS)
— 23/11 (domingo): São Paulo (Estádio MorumBIS)
Ingressos: esgotados

The Brian Jonestown Massacre
— 28/11 (sexta-feira): São Paulo (Espaço Usina)
Ingressos: Fastix
TSOL + Adolescents
— 28/11 (sexta-feira): Curitiba (Tork ‘n’ Roll)
— 29/11 (sábado): São Paulo (Cine Joia)
— 30/11 (domingo): Porto Alegre (Porto Alegre)
Ingressos: Fastix
Avantasia
— 29/11 (sábado): São Paulo (Vibra São Paulo)
Ingressos: Uhuu

Boris
— 30/11 (domingo): São Paulo (Fabrique)
Ingressos: esgotados
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