
Noel Gallagher praticamente não se manifestou sobre a volta do Oasis desde que anunciada. Tanto ele quanto o irmão, Liam, se recusaram a dar entrevistas. Porém, o cantor se pronuncia frequentemente via X/Twitter — algo que não é do feitio do guitarrista.
Por isso, tornam-se bastante especiais as duas únicas declarações do principal compositor da banda. Uma delas se deu no programa oficial (uma espécie de livreto) da turnê. A outra ocorreu no talkSPORT, sua atração sobre futebol predileta.
A primeira declaração
No livreto da turnê, divulgado em julho, Noel Gallagher refletiu sobre o sucesso e a identificação com os fãs, inclusive de gerações mais jovens. Em um trecho (via Music News), ele afirmou:
“As pessoas nunca esquecerão a maneira como vocês as fizeram sentir. […] Uma nova geração reconhece que o Oasis não foi fabricado. Era caótico, falho e tecnicamente nada brilhante. Éramos caras rudes e prontos, vindos de uma sala de ensaio.”
Outra passagem apresenta o guitarrista em um verdadeiro desfile de modéstia. Ele reconhece não ter criado nada em suas composições, apenas aliado suas influências.
“Não inventei nada. Eu tinha bom gosto musical, uma coleção de discos bacana, conseguia compor uma melodia simples o suficiente para que funcionasse, e era 50% inspiração e 50% cópia.”
A segunda manifestação
Já ao talkSPORT, a declaração foi mais extensa e contemplou tópicos diferentes. Veja alguns destaques (via site Igor Miranda):
A recepção da turnê de reunião:
“Estou completamente impressionado. É difícil colocar em palavras, na verdade. Toda noite é a primeira noite do público, então todas as noites têm o mesmo tipo de energia. Tem sido realmente incrível… Normalmente não me faltam palavras, mas não consigo expressar isso no momento.”
A performance de Liam:
“O Liam está arrasando. Estou orgulhoso dele. Eu não conseguiria fazer aquela coisa de estádio como ele faz… Eu meio que olho em volta e penso: ‘Sabe, parabéns pra você, cara’. Ele tem sido incrível.”
Sobre os fãs que ficam na rua cantando músicas da banda mesmo após não conseguirem comprar ingressos:
“Isso é insano. É maior do que a banda. É maior do que as músicas. Tem algo mais acontecendo que ainda não conseguimos identificar direito.”
O primeiro show, dia 4 de julho, no País de Gales:
“Subestimei muito onde eu estava se metendo. Depois de uns cinco minutos, pensei: ‘Tudo bem, posso voltar para o camarim e começar de novo?’. Já fiz shows em estádios antes e tudo mais, mas não me importo de dizer que minhas pernas estão gelatinosas depois da metade da segunda música.”
O abraço em Liam Gallagher no fim do primeiro show:
“Nós não somos esse tipo de caras, na verdade. É ótimo estar de volta com [o guitarrista] Bonehead e Liam, e simplesmente fazer isso de novo. Acho que quando tudo estiver dito e feito, vamos sentar e refletir sobre isso, mas é ótimo estar de volta em uma banda com o Liam. Eu esqueci o quão engraçado ele era.”
Oasis no Brasil
As armas silenciaram. As estrelas se alinharam. O Oasis, enfim, retorna ao Brasil, 16 anos após sua última visita e seu rompimento, ambos ocorridos em 2009.
A banda dos irmãos Liam (voz) e Noel Gallagher (guitarra) se apresentará no estádio MorumBIS, em São Paulo, neste sábado, 22, e domingo, 23. Com ingressos esgotados, ambos os compromissos trazem abertura de Richard Ashcroft, vocalista do The Verve e ícone do britpop talqualmente a atração principal.
Além de Liam e Noel, a formação atual conta com os guitarristas Paul “Bonehead” Arthurs e Gem Archer e o baixista Andy Bell. Bonehead é membro original, enquanto Archer e Bell entraram justamente em 1999. Como músicos de apoio, são listados Joey Waronker (bateria), Christian Madden (teclado), Jessica Greenfield (backing vocal), Alastair White (trombone), Steve Hamilton (saxofone) e Joe Auckland (trompete). Waronker e Madden acompanhavam Liam em turnês solo, enquanto Greenfield compõe o High Flying Birds, grupo formado por Noel após o fim do Oasis.
Rolling Stone Brasil: Edição de Colecionador — Oasis

Rolling Stone Brasil – Edição de colecionador. O sonho do retorno do Oasis com Noel e Liam Gallagher na formação parecia impossível. Não é mais. A dupla, cheia de atitude, deixou sua marca no rock mundial logo nos dois primeiros discos de estúdio, Definitely Maybe (1994) e (What’s the Story) Morning Glory? (1995), cujas músicas ressoam com os antigos e novos fãs.
Os Gallagher sobreviveram ao teste do tempo e estão melhores do que nunca, seja tecnicamente ou pela relação interna. Neste especial, a Rolling Stone Brasil resgata as brigas, disseca o estilo inconfundível dos irmãos de Manchester e faz uma análise aprofundada da discografia, lados B e melhores músicas da banda. À venda no site Loja Perfil.
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