
A 59ª edição do Grammy foi histórica, com gigantes da música internacional concorrendo em todas as categorias. Das quatro consideradas as mais importantes da noite (Álbum do Ano, Gravação do Ano, Música do Ano e Artista Revelação), a britânica Adele foi a grande vencedora de duas. O álbum 25 conquistou Álbum do Ano, e o single “Hello” foi a Gravação do Ano. Era de se esperar que a artista ficasse feliz com as realizações, mas tudo que se passava pela cabeça dela era de que o prêmio deveria ter ido a outra artista.
O discurso de agradecimento de Adele ao receber o gramofone por seu terceiro álbum de estúdio se tornou um marco da premiação, já que foi, na maior parte, em homenagem à colega e cantora Beyoncé. A americana concorreu em nove categorias, e levou os prêmios de Melhor Álbum Urbano Contemporâneo, com Lemonade, e Melhor Videoclipe, pelo single “Formation”.
À beira das lágrimas, Adele discursou: “Meu ídolo é a Queen Bey e eu te adoro. Você move minha alma e você tem feito isso pelos últimos 17 anos, eu quero que você seja minha mãe”, brincou. “Eu não posso receber esse prêmio (Álbum do Ano). Eu estou muito agradecida e orgulhosa, mas a artista da minha vida é a Beyoncé e o álbum Lemonade é monumental. Ele é tão bem pensado, que nós conseguimos ver outro lado de você, um lado que você nem sempre nos deixa ver! Nós te amamos e você é nossa luz!”, completou.
“O jeito que você fez meus amigos negros se sentirem é empoderador. Eu te amo e sempre te amei”.
Em uma entrevista à Vogue USA em 2021, Adele reforçou sua posição. “Na minha opinião, a Beyoncé definitivamente deveria ter ganhado.” A artista inclusive achava que Beyoncé ganharia, até o início da premiação. “Eu simplesmente tive essa sensação: ‘Eu ganhei, caramba.’ Fiquei emocionada, tipo, eu preciso ir lá e dizer a ela o quanto o álbum dela significa para mim.”
Adele foi até o camarim de sua artista favorita após a premiação, acompanhada de seu então marido, Simon Konecki. Em sua primeira visita, não ficou tão emocionada que não conseguiu falar nada frente a frente com sua ídola, e começou a chorar instantaneamente após sair. Konecki a convenceu a entrar uma segunda vez, e o assessor de imprensa de Beyoncé esvaziou o camarim. “Eu só disse a ela que, do jeito que o Grammy funciona, e as pessoas que o controlam lá no topo, não sabem o que é um álbum visual. Elas não querem apoiar a maneira como ela está conduzindo seus lançamentos e as coisas sobre as quais ela está falando”, afirmou à Vogue.
Na entrevista, a vocalista britânica também aproveitou para esclarecer algumas coisas sobre seu prêmio, que quebrou no palco do Grammy: “Eu estava torcendo as mãos e a parte do gramofone se soltou.” Os fãs teorizam que teria quebrado o símbolo propositalmente para entregar uma metade à Beyoncé, por carinho ou até por pedido da gigante da indústria. Felizmente, o prêmio que eles entregam no palco é falso, mas Adele não teve sorte: quando o verdadeiro chegou pelo correio, estava quebrado.
“Quebrou durante o envio.” Mesmo assim, a artista não o consertou ou pediu uma reposição. Ela o colocou em uma prateleira e encaixou uma fruta na parte quebrada, em referência ao álbum Lemonade: “Tem um limão aqui dentro.”
Adele voltaria a participar da premiação em 2023, quando recebeu seis indicações (incluindo Álbum, Gravação e Música do Ano) e venceu a categoria de Melhor Performance Solo de Pop. Já Beyoncé participou de todas as edições do Grammy desde então, e venceu a categoria de Álbum do Ano pela primeira vez em 2025 com Cowboy Carter. Na edição, a artista também foi a primeira mulher negra a vencer a categoria de Melhor Álbum Country. Já é possível conferir a lista de indicados à 68ª edição dos Grammys, que acontecerá no dia 1º de fevereiro de 2026.
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