
Reconhecida por papéis em Jogos Vorazes (2012), Que Horas Eu Te Pego? (2023) e O Lado Bom da Vida (2012) — pelo qual ganhou o Oscar de Melhor Atriz —, Jennifer Lawrence sempre foi uma crítica árdua de Donald Trump. Durante seu primeiro mandato (2017-2021), ela manifestou a sua insatisfação com a conduta do governo diversas vezes.
A atriz escreveu até mesmo um artigo de opinião após sua primeira vitória eleitoral. “As únicas pessoas que se sentem seguras [nos EUA], que seus direitos são reconhecidos e respeitados, são os homens brancos”, afirmou.
Porém, durante participação no podcast The Interview, do The New York Times (via NME), Lawrence afirmou que tem cada vez menos interesse em falar publicamente sobre política. “O primeiro governo Trump foi tão caótico, como podemos deixar isso continuar? Eu me sentia como uma barata tonta correndo por aí. Mas, como aprendemos, eleição após eleição, as celebridades não fazem a menor diferença na hora de votar”, disse.
Ela ressalta que essa mudança de mentalidade não representa uma mudança de opinião, mas que não enxerga mais o propósito de incitar esse debate. “O que estou fazendo? Estou apenas compartilhando minha opinião sobre algo que vai alimentar ainda mais uma divisão que está dilacerando o país. Estamos muito divididos.”
Segundo Lawrence, ela não quer afastar as pessoas de assistirem aos seus filmes devido à divergências políticas. “Quero proteger minha arte para que vocês ainda possam se perder no que estou fazendo. E se eu não puder dizer algo que contribua para a paz, para a redução dos ânimos ou para alguma solução, não quero fazer parte do problema”, completou.
Apesar de adotar uma postura mais contida, Lawrence não se absteve sobre as ações de Israel na Faixa de Gaza. “O que está acontecendo nada mais é do que um genocídio”, manifestou nas redes sociais, em setembro.
De acordo com a atriz, a arte é uma ferramenta essencial para transmitir sua visão de mundo. Ela afirma que já se envolveu em diversos projetos socialmente engajados, e pretende continuar expressando sua posição ideológica através do trabalho.
Um exemplo é Zurawski v. Texas (2024), documentário produzido por Lawrence que retrata uma ação judicial movida por mulheres que sofreram complicações após terem sido impedidas de realizar abortos no estado do Texas. Ela também produziu Pão, Rosas e Liberdade (2023), que acompanha três mulheres no Afeganistão lutando por seus direitos após a retomada do poder pelo Talibã, em 2021.
“Procuro expressar minhas opiniões políticas através do meu trabalho. Muitos filmes produzidos pela minha produtora são expressões do cenário político atual, e é assim que sinto que posso ser útil”, concluiu.
Na entrevista, a atriz também promoveu seu novo filme, Morra, Amor, que co-estrela com Robert Pattinson (Batman). O drama acompanha um casal em crise, enquanto a esposa enfrenta a depressão pós-parto. O lançamento chegará aos cinemas brasileiros em 27 de novembro.
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