Em 1975, um musical queer, debochado e ousado estreava nos cinemas sem imaginar que se tornaria um dos maiores fenômenos cult da história. The Rocky Horror Picture Show completa 50 anos em 2025 mantendo sua aura de espetáculo excêntrico e irresistível, sempre redescoberto por novas gerações — especialmente em sessões de Halloween, onde fãs celebram sua trilha sonora inesquecível e encenações interativas.
O filme não só eternizou o carismático Dr. Frank-N-Furter de Tim Curry, como também marcou a carreira de nomes como Susan Sarandon e Meat Loaf. Outros integrantes do elenco seguiram caminhos diversos, entre música, teatro e televisão, enquanto alguns preferiram se afastar da obra que, gostem ou não, continua colada às suas trajetórias. Meio século depois, a pergunta permanece: como estão hoje os astros que habitaram o castelo mais excêntrico do cinema? Confira a seguir:
Tim Curry (Dr. Frank-N-Furter)

Nascido em 19 de abril de 1946, Tim Curry iniciou a carreira no fim dos anos 1960, mas alcançou fama mundial em 1975 ao dar vida ao extravagante Dr. Frank-N-Furter em The Rocky Horror Picture Show. O papel abriu caminho para uma trajetória de destaque no cinema, em filmes como Os Sete Suspeitos (1985), A Lenda (1985) e It: Uma Obra-Prima do Medo (1990), além de uma sólida carreira no teatro, que lhe rendeu três indicações ao Tony. Em 2012, o ator sofreu um grave derrame que o deixou com sequelas motoras, passando a usar cadeira de rodas, mas não abandonou totalmente os palcos e telas: retornou ao universo de Rocky Horror como o Criminologista no remake televisivo de 2016, mostrando a resiliência de um artista cuja marca segue inesquecível.
Susan Sarandon (Janet Weiss)

Susan Sarandon já tinha experiência no cinema e na televisão quando interpretou Janet Weiss, a jovem ingênua que acaba se envolvendo nas loucuras do castelo de Frank-N-Furter em The Rocky Horror Picture Show. O papel, que a transformou em estrela, revelou também seu talento musical na icônica cena de “Touch-a, Touch-a, Touch-a, Touch Me“. Orgulhosa de ter feito parte do clássico cult, Sarandon afirmou anos depois que não imaginava o impacto que o filme teria, já que sua popularidade só cresceu com o tempo como sessão da meia-noite.
Após o sucesso de Rocky Horror, Sarandon construiu uma das carreiras mais sólidas e respeitadas de Hollywood. Ganhou status de estrela internacional com Thelma & Louise (1991) e levou o Oscar de Melhor Atriz por Os Últimos Passos de um Homem (1995). Continuou ativa no cinema, em títulos recentes como Besouro Azul (2023) e The Fabulous Four (2024), e também na televisão, onde viveu Bette Davis em Feud (2017) e estrelou a série Monarch (2022). Mãe de três filhos, a atriz segue dividindo-se entre projetos de cinema e TV.
Barry Bostwick (Brad Majors)

Barry Bostwick tinha 30 anos quando interpretou Brad Majors, o noivo certinho que, ao lado de Janet, acaba envolvido na confusão do castelo de Frank-N-Furter em The Rocky Horror Picture Show. Antes disso, ele já havia conquistado destaque na Broadway, sendo o primeiro a viver Danny Zuko no musical Grease e recebendo uma indicação ao Tony. Poucos anos depois, venceu o prêmio de Melhor Ator em Musical por The Robber Bridegroom (1977), consolidando-se como um nome importante dos palcos.
No cinema e na TV, Bostwick construiu uma carreira versátil, passando de comédias como Spin City a participações em séries como Scandal, além de trabalhos como dublador em animações como Os Incríveis 2. Mais recentemente, esteve em produções como The Potwins (2024) e Sherlock, by M. Watson (2020), além de seguir ligado ao legado de Rocky Horror, participando de sessões especiais e celebrando o impacto duradouro do filme cult. Casado desde 1993 com a atriz Sherri Jensen, com quem tem dois filhos, Bostwick segue ativo e querido pelo público.
Peter Hinwood (Rocky Horror)

Peter Hinwood era um modelo profissional quando recebeu o papel de Rocky, o homem geneticamente perfeito de The Rocky Horror Picture Show. Apesar de emprestar seu nome ao título do filme, sua participação se resumiu principalmente a cenas em que aparecia bronzeado e com os famosos shorts dourados, tornando-se um ícone visual do longa.
Após o sucesso do filme, Hinwood decidiu abandonar a carreira de ator e hoje trabalha como comerciante de antiguidades em Londres. Em entrevista à PEOPLE em 2000, explicou sua escolha: “Primeiro, eu não sei atuar. Segundo, fico constrangido toda vez que me vejo no filme. Terceiro, valorizo uma vida tranquila e pacífica.”
Richard O’Brien (Riff Raff)

Richard O’Brien não foi apenas o estranho ajudante Riff Raff em The Rocky Horror Picture Show — ele também criou o musical original e coescreveu o roteiro do filme. Não é surpresa que seu personagem lidere a canção mais famosa da produção, “The Time Warp“, tornando O’Brien uma peça central tanto na criação quanto na performance.
Após o sucesso de Rocky Horror, O’Brien seguiu escrevendo musicais e fez pequenas participações em filmes e peças. Nos anos 1990, ganhou fama no Reino Unido como apresentador do game show The Crystal Maze, além de dar voz ao pai na série infantil Phineas and Ferb e em seu filme de 2020. Em 2015, retornou ao universo de Rocky Horror como Narrador em uma temporada limitada no West End. Pai de três filhos de casamentos anteriores, O’Brien se casou pela terceira vez em 2013, com Sabrina Graf.
Patricia Quinn (Magenta)

No início dos anos 1970, Patricia Quinn era uma atriz irlandesa com pequenas participações em comédias britânicas mais ousadas. Mas foi seu papel como a excêntrica empregada Magenta em The Rocky Horror Picture Show que a imortalizou, tornando-se a personagem pela qual seria lembrada pelo resto da vida.
Quinn continuou fazendo pequenas aparições na TV e no cinema, mas nunca deixou de lado Magenta. Embora não atue desde 2013, ela participa de sessões do filme, responde perguntas, autografa e até interpreta algumas das músicas da produção. Orgulhosa do legado do clássico, comenta: “Cada geração apresenta o filme para seus filhos. Ainda fico impressionada com o público enorme que ele continua atraindo.” Patricia também vem de uma família ligada à arte: seus sobrinhos fundaram a banda Snow Patrol, e seus enteados Toby Stephens e Chris Larkin, filhos biológicos da atriz Maggie Smith, seguem carreira como atores.
Nell Campbell (Columbia)

Nascida em Sydney, Nell Campbell mudou-se para Londres na casa dos 20 anos e adotou o nome artístico “Little Nell”. Sua habilidade em sapateado chamou a atenção para o papel da vibrante Columbia em The Rocky Horror Picture Show, personagem que se destacou pelo ritmo e energia contagiantes.
Após o filme, Campbell direcionou seu talento para a música, lançando diversos singles nos anos 1970, sendo “Do the Swim” o mais conhecido. Décadas depois, ela retomou Columbia em uma performance ao vivo de Rocky Horror em 2020 ao lado de Tim Curry e Barry Bostwick, e em 2022 participou do filme Seriously Red. Campbell é mãe de uma filha, Matilda, fruto do relacionamento com o ex-namorado e parceiro de negócios Eamon Roche.
Meat Loaf (Eddie)

Ainda jovem e apaixonado por música, Michael Aday entrou para o elenco do musical The Rocky Horror Picture Show graças à sua experiência em teatro musical. Na adaptação para o cinema, assumiu o papel de Eddie, o rebelde fã de rock que sofre um acidente de motocicleta, deixando sua marca no clássico cult.
Enquanto filmava The Rocky Horror Picture Show, Aday também trabalhava no álbum que o consagraria mundialmente, Bat Out of Hell, que vendeu 43 milhões de cópias e lançou Meat Loaf à fama na música. Além da carreira musical, teve participações memoráveis no cinema, como em Spice World (1997) e como Robert Paulson em Clube da Luta (1999). Meat Loaf faleceu em 2022, aos 74 anos, deixando a esposa Deborah Gillespie e duas filhas.
Charles Gray (O Criminologista)

Antes de interpretar o Narrador em The Rocky Horror Picture Show, Charles Gray já era um renomado ator britânico de teatro e conhecido por interpretar vilões em filmes de James Bond, como Com 007 Só Se Vive Duas Vezes (1967) e 007 – Os Diamantes São Eternos (1971). No clássico cult, emprestou sua voz didática para ensinar ao público como executar o icônico “Time Warp“.
Gray seguiu atuando em filmes britânicos, incluindo An Englishman Abroad (1983), além de participações em adaptações de Sherlock Holmes e Shakespeare ao longo da década de 1980. Ele faleceu em 2000, aos 71 anos, vítima de câncer.
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