Que diabos está acontecendo em ‘Para Sempre Minha’?

Uma mulher em perigo, uma cabana na floresta, uma força maligna à espreita nas sombras — esses são os elementos mais reconhecíveis do horror moderno, subgênero que se baseia em viagens de fim de semana que se transformam em massacres. Para Sempre Minha (no inglês, Keeper), de Osgood Perkins, quer adicionar algumas novidades a essa velha fórmula. Que tal: um bolo? Um primo babaca? Imagens aleatórias de água? Uma montagem de várias mulheres ao longo dos tempos, que ficam cada vez mais irritadas até que imagens de seus rostos ensanguentados passem num piscar de olhos? Uma pessoa com um saco plástico na cabeça, fazendo aquele gesto de coração com os dedos? Uns garotos com mosquetes, típicos da América antiga? Já mencionamos que tem bolo?
Perkins começou como cineasta com uma compreensão sólida do que causa arrepios na psique e um gosto refinado de fã — tanto A Enviada do Mal (2015) quanto A Bela Criatura Que Mora Nesta Casa (2016) exploraram elementos góticos e presenças fantasmagóricas de uma forma que parecia familiar, mas, ao mesmo tempo, inovadora. Ele agora se tornou o mestre do macabro da Neon, produzindo prolificamente três filmes em menos de dois anos (e outro a caminho). Seu thriller sobre um serial killer, Longlegs – Vínculo Mortal (2024), é o filme mais lucrativo da empresa até hoje, e O Macaco (2025) transforma um conto de Stephen King em uma espécie de festival de sangue e comédia pastelão. Perkins faz coletâneas de filmes de terror alternativos, reunindo diversas convenções e deixando-as colidir umas com as outras. Os resultados são definitivamente familiares. Quanto a serem “inovadores”, bem…
Para Sempre Minha mantém essa tradição, aplicando a atmosfera enigmática e assustadora de pesadelo característica do cineasta a uma premissa simples, adicionando uma série de elementos díspares, juntamente com uma boa dose de confusão. Ou talvez seja “ambiguidade” — você decide, leitor.
Liz (Tatiana Maslany) e Malcolm (Rossif Sutherland) namoram há um ano. Ele planejou uma viagem para a casa de campo da família, situada ao lado de um rio em meio à floresta. À primeira vista, o relacionamento parece sólido, embora a melhor amiga de Liz ainda a questione constantemente sobre o namoro. Eles já falaram sobre filhos? Ele está escondendo alguma coisa? O que é aquele cardigã bege que ele te deu de presente? Quem compra roupa bege para alguém?!
Assim que o casal chega a essa cabana pitoresca na floresta, Malcolm começa a agir de forma muito estranha. Há um bolo misterioso em uma caixa manchada, que ele alega ser um presente do zelador do local. Além disso, ele parece ter convenientemente esquecido de mencionar que seu primo babaca (Burkett Turton) mora na casa de hóspedes bem em frente. Quando o tal babaca aparece inesperadamente tarde da noite, acompanhado de uma modelo do Leste Europeu (Eden Weiss), o sujeito rapidamente leva Malcolm para uma conversa particular e depois vai embora. Mas não antes de sua acompanhante da noite mencionar de passagem que o bolo “tem gosto de merda”. Hum.
Depois que eles saem, Malcolm começa a insistir para que Liz coma um pedaço de bolo. Liz não quer bolo. “Coma só um pedacinho”, ele insiste. É de chocolate, e Liz não gosta de chocolate. “Mas é um bolo gostoso”, Malcolm reclama. (Vale ressaltar que esse namorado é um reclamão de primeira, além de ser um namorado inseguro e possessivo, com o ego facilmente ferido e que parece estar reprimido. Parabéns a Sutherland por interpretar tão bem essas camadas.) “Não, obrigada”, diz Liz. “Por favor, coma o bolo”, responde Malcolm, levando um pedaço da sobremesa úmida bem perto dos lábios de Liz. Finalmente, ela dá uma mordida no bolo. Ela realmente quer ser uma boa parceira. Preste atenção e você poderá escutar Malcolm suspirando de alívio.
Quer dizer, tudo isso é totalmente normal e tranquilo, né? Nada com que se preocupar. O mesmo vale para o fato de que nenhuma das portas da casa tranca, exceto a do banheiro. Ou que um coração misteriosamente aparece desenhado no vapor atrás da cabeça da Liz quando ela toma banho, e não tem mais ninguém lá. Ou que, no dia seguinte, Malcolm — que é médico — de repente precisa ir embora porque um paciente está, hum, em coma e, olha, ele simplesmente precisa ir! O que significa que Liz fica sozinha em uma casa onde sombras ocasionalmente parecem se mover pelas paredes por conta própria. Você já deve imaginar onde isso vai dar.
Ou será que não? Será que alguém, incluindo os criadores desta combinação inegavelmente atmosférica de terror sobrenatural, elementos diversos de folclore, travessuras de filme de terror, alusões vagas à política de gênero e exploração descarada de bolos, imagina? Perkins se especializa em evocar uma sensação geral de pavor e criar imagens alucinatórias que funcionam melhor como condutores livres de medo do que, digamos, como peças de um quebra-cabeça para compor um quadro maior. Você passa boa parte de Para Sempre Minha formulando teorias sobre o que está acontecendo, analisando cuidadosamente as pistas na esperança de encontrar possíveis respostas. No entanto, quando tudo é revelado, você deseja ter voltado àquela ignorância anterior que agora parece um estado de êxtase.
Dizer que Tatiana Maslany é um trunfo aqui é óbvio, visto que ela já salvou alguns projetos do desastre total. Este é o tipo de papel que nem sempre permite sutilezas ou nuances, e a atriz canadense sabe exatamente como interpretar alguém que tenta apaziguar potenciais predadores sem ceder, ou deixar o público ver seu terror enquanto o esconde dos aterrorizantes ao redor. Ela é realmente uma escolha valiosa. Quanto ao filme em si? Ainda não há consenso.
+++ LEIA MAIS: Diretor de Longlegs quer comandar novo filme de O Massacre da Serra Elétrica
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Que diabos está acontecendo em ‘Para Sempre Minha’?

Uma mulher em perigo, uma cabana na floresta, uma força maligna à espreita nas sombras — esses são os elementos mais reconhecíveis do horror moderno, subgênero que se baseia em viagens de fim de semana que se transformam em massacres. Para Sempre Minha (no inglês, Keeper), de Osgood Perkins, quer adicionar algumas novidades a essa velha fórmula. Que tal: um bolo? Um primo babaca? Imagens aleatórias de água? Uma montagem de várias mulheres ao longo dos tempos, que ficam cada vez mais irritadas até que imagens de seus rostos ensanguentados passem num piscar de olhos? Uma pessoa com um saco plástico na cabeça, fazendo aquele gesto de coração com os dedos? Uns garotos com mosquetes, típicos da América antiga? Já mencionamos que tem bolo?
Perkins começou como cineasta com uma compreensão sólida do que causa arrepios na psique e um gosto refinado de fã — tanto A Enviada do Mal (2015) quanto A Bela Criatura Que Mora Nesta Casa (2016) exploraram elementos góticos e presenças fantasmagóricas de uma forma que parecia familiar, mas, ao mesmo tempo, inovadora. Ele agora se tornou o mestre do macabro da Neon, produzindo prolificamente três filmes em menos de dois anos (e outro a caminho). Seu thriller sobre um serial killer, Longlegs – Vínculo Mortal (2024), é o filme mais lucrativo da empresa até hoje, e O Macaco (2025) transforma um conto de Stephen King em uma espécie de festival de sangue e comédia pastelão. Perkins faz coletâneas de filmes de terror alternativos, reunindo diversas convenções e deixando-as colidir umas com as outras. Os resultados são definitivamente familiares. Quanto a serem “inovadores”, bem…
Para Sempre Minha mantém essa tradição, aplicando a atmosfera enigmática e assustadora de pesadelo característica do cineasta a uma premissa simples, adicionando uma série de elementos díspares, juntamente com uma boa dose de confusão. Ou talvez seja “ambiguidade” — você decide, leitor.
Liz (Tatiana Maslany) e Malcolm (Rossif Sutherland) namoram há um ano. Ele planejou uma viagem para a casa de campo da família, situada ao lado de um rio em meio à floresta. À primeira vista, o relacionamento parece sólido, embora a melhor amiga de Liz ainda a questione constantemente sobre o namoro. Eles já falaram sobre filhos? Ele está escondendo alguma coisa? O que é aquele cardigã bege que ele te deu de presente? Quem compra roupa bege para alguém?!
Assim que o casal chega a essa cabana pitoresca na floresta, Malcolm começa a agir de forma muito estranha. Há um bolo misterioso em uma caixa manchada, que ele alega ser um presente do zelador do local. Além disso, ele parece ter convenientemente esquecido de mencionar que seu primo babaca (Burkett Turton) mora na casa de hóspedes bem em frente. Quando o tal babaca aparece inesperadamente tarde da noite, acompanhado de uma modelo do Leste Europeu (Eden Weiss), o sujeito rapidamente leva Malcolm para uma conversa particular e depois vai embora. Mas não antes de sua acompanhante da noite mencionar de passagem que o bolo “tem gosto de merda”. Hum.
Depois que eles saem, Malcolm começa a insistir para que Liz coma um pedaço de bolo. Liz não quer bolo. “Coma só um pedacinho”, ele insiste. É de chocolate, e Liz não gosta de chocolate. “Mas é um bolo gostoso”, Malcolm reclama. (Vale ressaltar que esse namorado é um reclamão de primeira, além de ser um namorado inseguro e possessivo, com o ego facilmente ferido e que parece estar reprimido. Parabéns a Sutherland por interpretar tão bem essas camadas.) “Não, obrigada”, diz Liz. “Por favor, coma o bolo”, responde Malcolm, levando um pedaço da sobremesa úmida bem perto dos lábios de Liz. Finalmente, ela dá uma mordida no bolo. Ela realmente quer ser uma boa parceira. Preste atenção e você poderá escutar Malcolm suspirando de alívio.
Quer dizer, tudo isso é totalmente normal e tranquilo, né? Nada com que se preocupar. O mesmo vale para o fato de que nenhuma das portas da casa tranca, exceto a do banheiro. Ou que um coração misteriosamente aparece desenhado no vapor atrás da cabeça da Liz quando ela toma banho, e não tem mais ninguém lá. Ou que, no dia seguinte, Malcolm — que é médico — de repente precisa ir embora porque um paciente está, hum, em coma e, olha, ele simplesmente precisa ir! O que significa que Liz fica sozinha em uma casa onde sombras ocasionalmente parecem se mover pelas paredes por conta própria. Você já deve imaginar onde isso vai dar.
Ou será que não? Será que alguém, incluindo os criadores desta combinação inegavelmente atmosférica de terror sobrenatural, elementos diversos de folclore, travessuras de filme de terror, alusões vagas à política de gênero e exploração descarada de bolos, imagina? Perkins se especializa em evocar uma sensação geral de pavor e criar imagens alucinatórias que funcionam melhor como condutores livres de medo do que, digamos, como peças de um quebra-cabeça para compor um quadro maior. Você passa boa parte de Para Sempre Minha formulando teorias sobre o que está acontecendo, analisando cuidadosamente as pistas na esperança de encontrar possíveis respostas. No entanto, quando tudo é revelado, você deseja ter voltado àquela ignorância anterior que agora parece um estado de êxtase.
Dizer que Tatiana Maslany é um trunfo aqui é óbvio, visto que ela já salvou alguns projetos do desastre total. Este é o tipo de papel que nem sempre permite sutilezas ou nuances, e a atriz canadense sabe exatamente como interpretar alguém que tenta apaziguar potenciais predadores sem ceder, ou deixar o público ver seu terror enquanto o esconde dos aterrorizantes ao redor. Ela é realmente uma escolha valiosa. Quanto ao filme em si? Ainda não há consenso.
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Uma mulher em perigo, uma cabana na floresta, uma força maligna à espreita nas sombras — esses são os elementos mais reconhecíveis do horror moderno, subgênero que se baseia em viagens de fim de semana que se transformam em massacres. Para Sempre Minha (no inglês, Keeper), de Osgood Perkins, quer adicionar algumas novidades a essa velha fórmula. Que tal: um bolo? Um primo babaca? Imagens aleatórias de água? Uma montagem de várias mulheres ao longo dos tempos, que ficam cada vez mais irritadas até que imagens de seus rostos ensanguentados passem num piscar de olhos? Uma pessoa com um saco plástico na cabeça, fazendo aquele gesto de coração com os dedos? Uns garotos com mosquetes, típicos da América antiga? Já mencionamos que tem bolo?
Perkins começou como cineasta com uma compreensão sólida do que causa arrepios na psique e um gosto refinado de fã — tanto A Enviada do Mal (2015) quanto A Bela Criatura Que Mora Nesta Casa (2016) exploraram elementos góticos e presenças fantasmagóricas de uma forma que parecia familiar, mas, ao mesmo tempo, inovadora. Ele agora se tornou o mestre do macabro da Neon, produzindo prolificamente três filmes em menos de dois anos (e outro a caminho). Seu thriller sobre um serial killer, Longlegs – Vínculo Mortal (2024), é o filme mais lucrativo da empresa até hoje, e O Macaco (2025) transforma um conto de Stephen King em uma espécie de festival de sangue e comédia pastelão. Perkins faz coletâneas de filmes de terror alternativos, reunindo diversas convenções e deixando-as colidir umas com as outras. Os resultados são definitivamente familiares. Quanto a serem “inovadores”, bem…
Para Sempre Minha mantém essa tradição, aplicando a atmosfera enigmática e assustadora de pesadelo característica do cineasta a uma premissa simples, adicionando uma série de elementos díspares, juntamente com uma boa dose de confusão. Ou talvez seja “ambiguidade” — você decide, leitor.
Liz (Tatiana Maslany) e Malcolm (Rossif Sutherland) namoram há um ano. Ele planejou uma viagem para a casa de campo da família, situada ao lado de um rio em meio à floresta. À primeira vista, o relacionamento parece sólido, embora a melhor amiga de Liz ainda a questione constantemente sobre o namoro. Eles já falaram sobre filhos? Ele está escondendo alguma coisa? O que é aquele cardigã bege que ele te deu de presente? Quem compra roupa bege para alguém?!
Assim que o casal chega a essa cabana pitoresca na floresta, Malcolm começa a agir de forma muito estranha. Há um bolo misterioso em uma caixa manchada, que ele alega ser um presente do zelador do local. Além disso, ele parece ter convenientemente esquecido de mencionar que seu primo babaca (Burkett Turton) mora na casa de hóspedes bem em frente. Quando o tal babaca aparece inesperadamente tarde da noite, acompanhado de uma modelo do Leste Europeu (Eden Weiss), o sujeito rapidamente leva Malcolm para uma conversa particular e depois vai embora. Mas não antes de sua acompanhante da noite mencionar de passagem que o bolo “tem gosto de merda”. Hum.
Depois que eles saem, Malcolm começa a insistir para que Liz coma um pedaço de bolo. Liz não quer bolo. “Coma só um pedacinho”, ele insiste. É de chocolate, e Liz não gosta de chocolate. “Mas é um bolo gostoso”, Malcolm reclama. (Vale ressaltar que esse namorado é um reclamão de primeira, além de ser um namorado inseguro e possessivo, com o ego facilmente ferido e que parece estar reprimido. Parabéns a Sutherland por interpretar tão bem essas camadas.) “Não, obrigada”, diz Liz. “Por favor, coma o bolo”, responde Malcolm, levando um pedaço da sobremesa úmida bem perto dos lábios de Liz. Finalmente, ela dá uma mordida no bolo. Ela realmente quer ser uma boa parceira. Preste atenção e você poderá escutar Malcolm suspirando de alívio.
Quer dizer, tudo isso é totalmente normal e tranquilo, né? Nada com que se preocupar. O mesmo vale para o fato de que nenhuma das portas da casa tranca, exceto a do banheiro. Ou que um coração misteriosamente aparece desenhado no vapor atrás da cabeça da Liz quando ela toma banho, e não tem mais ninguém lá. Ou que, no dia seguinte, Malcolm — que é médico — de repente precisa ir embora porque um paciente está, hum, em coma e, olha, ele simplesmente precisa ir! O que significa que Liz fica sozinha em uma casa onde sombras ocasionalmente parecem se mover pelas paredes por conta própria. Você já deve imaginar onde isso vai dar.
Ou será que não? Será que alguém, incluindo os criadores desta combinação inegavelmente atmosférica de terror sobrenatural, elementos diversos de folclore, travessuras de filme de terror, alusões vagas à política de gênero e exploração descarada de bolos, imagina? Perkins se especializa em evocar uma sensação geral de pavor e criar imagens alucinatórias que funcionam melhor como condutores livres de medo do que, digamos, como peças de um quebra-cabeça para compor um quadro maior. Você passa boa parte de Para Sempre Minha formulando teorias sobre o que está acontecendo, analisando cuidadosamente as pistas na esperança de encontrar possíveis respostas. No entanto, quando tudo é revelado, você deseja ter voltado àquela ignorância anterior que agora parece um estado de êxtase.
Dizer que Tatiana Maslany é um trunfo aqui é óbvio, visto que ela já salvou alguns projetos do desastre total. Este é o tipo de papel que nem sempre permite sutilezas ou nuances, e a atriz canadense sabe exatamente como interpretar alguém que tenta apaziguar potenciais predadores sem ceder, ou deixar o público ver seu terror enquanto o esconde dos aterrorizantes ao redor. Ela é realmente uma escolha valiosa. Quanto ao filme em si? Ainda não há consenso.
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Que diabos está acontecendo em ‘Para Sempre Minha’?

Uma mulher em perigo, uma cabana na floresta, uma força maligna à espreita nas sombras — esses são os elementos mais reconhecíveis do horror moderno, subgênero que se baseia em viagens de fim de semana que se transformam em massacres. Para Sempre Minha (no inglês, Keeper), de Osgood Perkins, quer adicionar algumas novidades a essa velha fórmula. Que tal: um bolo? Um primo babaca? Imagens aleatórias de água? Uma montagem de várias mulheres ao longo dos tempos, que ficam cada vez mais irritadas até que imagens de seus rostos ensanguentados passem num piscar de olhos? Uma pessoa com um saco plástico na cabeça, fazendo aquele gesto de coração com os dedos? Uns garotos com mosquetes, típicos da América antiga? Já mencionamos que tem bolo?
Perkins começou como cineasta com uma compreensão sólida do que causa arrepios na psique e um gosto refinado de fã — tanto A Enviada do Mal (2015) quanto A Bela Criatura Que Mora Nesta Casa (2016) exploraram elementos góticos e presenças fantasmagóricas de uma forma que parecia familiar, mas, ao mesmo tempo, inovadora. Ele agora se tornou o mestre do macabro da Neon, produzindo prolificamente três filmes em menos de dois anos (e outro a caminho). Seu thriller sobre um serial killer, Longlegs – Vínculo Mortal (2024), é o filme mais lucrativo da empresa até hoje, e O Macaco (2025) transforma um conto de Stephen King em uma espécie de festival de sangue e comédia pastelão. Perkins faz coletâneas de filmes de terror alternativos, reunindo diversas convenções e deixando-as colidir umas com as outras. Os resultados são definitivamente familiares. Quanto a serem “inovadores”, bem…
Para Sempre Minha mantém essa tradição, aplicando a atmosfera enigmática e assustadora de pesadelo característica do cineasta a uma premissa simples, adicionando uma série de elementos díspares, juntamente com uma boa dose de confusão. Ou talvez seja “ambiguidade” — você decide, leitor.
Liz (Tatiana Maslany) e Malcolm (Rossif Sutherland) namoram há um ano. Ele planejou uma viagem para a casa de campo da família, situada ao lado de um rio em meio à floresta. À primeira vista, o relacionamento parece sólido, embora a melhor amiga de Liz ainda a questione constantemente sobre o namoro. Eles já falaram sobre filhos? Ele está escondendo alguma coisa? O que é aquele cardigã bege que ele te deu de presente? Quem compra roupa bege para alguém?!
Assim que o casal chega a essa cabana pitoresca na floresta, Malcolm começa a agir de forma muito estranha. Há um bolo misterioso em uma caixa manchada, que ele alega ser um presente do zelador do local. Além disso, ele parece ter convenientemente esquecido de mencionar que seu primo babaca (Burkett Turton) mora na casa de hóspedes bem em frente. Quando o tal babaca aparece inesperadamente tarde da noite, acompanhado de uma modelo do Leste Europeu (Eden Weiss), o sujeito rapidamente leva Malcolm para uma conversa particular e depois vai embora. Mas não antes de sua acompanhante da noite mencionar de passagem que o bolo “tem gosto de merda”. Hum.
Depois que eles saem, Malcolm começa a insistir para que Liz coma um pedaço de bolo. Liz não quer bolo. “Coma só um pedacinho”, ele insiste. É de chocolate, e Liz não gosta de chocolate. “Mas é um bolo gostoso”, Malcolm reclama. (Vale ressaltar que esse namorado é um reclamão de primeira, além de ser um namorado inseguro e possessivo, com o ego facilmente ferido e que parece estar reprimido. Parabéns a Sutherland por interpretar tão bem essas camadas.) “Não, obrigada”, diz Liz. “Por favor, coma o bolo”, responde Malcolm, levando um pedaço da sobremesa úmida bem perto dos lábios de Liz. Finalmente, ela dá uma mordida no bolo. Ela realmente quer ser uma boa parceira. Preste atenção e você poderá escutar Malcolm suspirando de alívio.
Quer dizer, tudo isso é totalmente normal e tranquilo, né? Nada com que se preocupar. O mesmo vale para o fato de que nenhuma das portas da casa tranca, exceto a do banheiro. Ou que um coração misteriosamente aparece desenhado no vapor atrás da cabeça da Liz quando ela toma banho, e não tem mais ninguém lá. Ou que, no dia seguinte, Malcolm — que é médico — de repente precisa ir embora porque um paciente está, hum, em coma e, olha, ele simplesmente precisa ir! O que significa que Liz fica sozinha em uma casa onde sombras ocasionalmente parecem se mover pelas paredes por conta própria. Você já deve imaginar onde isso vai dar.
Ou será que não? Será que alguém, incluindo os criadores desta combinação inegavelmente atmosférica de terror sobrenatural, elementos diversos de folclore, travessuras de filme de terror, alusões vagas à política de gênero e exploração descarada de bolos, imagina? Perkins se especializa em evocar uma sensação geral de pavor e criar imagens alucinatórias que funcionam melhor como condutores livres de medo do que, digamos, como peças de um quebra-cabeça para compor um quadro maior. Você passa boa parte de Para Sempre Minha formulando teorias sobre o que está acontecendo, analisando cuidadosamente as pistas na esperança de encontrar possíveis respostas. No entanto, quando tudo é revelado, você deseja ter voltado àquela ignorância anterior que agora parece um estado de êxtase.
Dizer que Tatiana Maslany é um trunfo aqui é óbvio, visto que ela já salvou alguns projetos do desastre total. Este é o tipo de papel que nem sempre permite sutilezas ou nuances, e a atriz canadense sabe exatamente como interpretar alguém que tenta apaziguar potenciais predadores sem ceder, ou deixar o público ver seu terror enquanto o esconde dos aterrorizantes ao redor. Ela é realmente uma escolha valiosa. Quanto ao filme em si? Ainda não há consenso.
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Que diabos está acontecendo em ‘Para Sempre Minha’?

Uma mulher em perigo, uma cabana na floresta, uma força maligna à espreita nas sombras — esses são os elementos mais reconhecíveis do horror moderno, subgênero que se baseia em viagens de fim de semana que se transformam em massacres. Para Sempre Minha (no inglês, Keeper), de Osgood Perkins, quer adicionar algumas novidades a essa velha fórmula. Que tal: um bolo? Um primo babaca? Imagens aleatórias de água? Uma montagem de várias mulheres ao longo dos tempos, que ficam cada vez mais irritadas até que imagens de seus rostos ensanguentados passem num piscar de olhos? Uma pessoa com um saco plástico na cabeça, fazendo aquele gesto de coração com os dedos? Uns garotos com mosquetes, típicos da América antiga? Já mencionamos que tem bolo?
Perkins começou como cineasta com uma compreensão sólida do que causa arrepios na psique e um gosto refinado de fã — tanto A Enviada do Mal (2015) quanto A Bela Criatura Que Mora Nesta Casa (2016) exploraram elementos góticos e presenças fantasmagóricas de uma forma que parecia familiar, mas, ao mesmo tempo, inovadora. Ele agora se tornou o mestre do macabro da Neon, produzindo prolificamente três filmes em menos de dois anos (e outro a caminho). Seu thriller sobre um serial killer, Longlegs – Vínculo Mortal (2024), é o filme mais lucrativo da empresa até hoje, e O Macaco (2025) transforma um conto de Stephen King em uma espécie de festival de sangue e comédia pastelão. Perkins faz coletâneas de filmes de terror alternativos, reunindo diversas convenções e deixando-as colidir umas com as outras. Os resultados são definitivamente familiares. Quanto a serem “inovadores”, bem…
Para Sempre Minha mantém essa tradição, aplicando a atmosfera enigmática e assustadora de pesadelo característica do cineasta a uma premissa simples, adicionando uma série de elementos díspares, juntamente com uma boa dose de confusão. Ou talvez seja “ambiguidade” — você decide, leitor.
Liz (Tatiana Maslany) e Malcolm (Rossif Sutherland) namoram há um ano. Ele planejou uma viagem para a casa de campo da família, situada ao lado de um rio em meio à floresta. À primeira vista, o relacionamento parece sólido, embora a melhor amiga de Liz ainda a questione constantemente sobre o namoro. Eles já falaram sobre filhos? Ele está escondendo alguma coisa? O que é aquele cardigã bege que ele te deu de presente? Quem compra roupa bege para alguém?!
Assim que o casal chega a essa cabana pitoresca na floresta, Malcolm começa a agir de forma muito estranha. Há um bolo misterioso em uma caixa manchada, que ele alega ser um presente do zelador do local. Além disso, ele parece ter convenientemente esquecido de mencionar que seu primo babaca (Burkett Turton) mora na casa de hóspedes bem em frente. Quando o tal babaca aparece inesperadamente tarde da noite, acompanhado de uma modelo do Leste Europeu (Eden Weiss), o sujeito rapidamente leva Malcolm para uma conversa particular e depois vai embora. Mas não antes de sua acompanhante da noite mencionar de passagem que o bolo “tem gosto de merda”. Hum.
Depois que eles saem, Malcolm começa a insistir para que Liz coma um pedaço de bolo. Liz não quer bolo. “Coma só um pedacinho”, ele insiste. É de chocolate, e Liz não gosta de chocolate. “Mas é um bolo gostoso”, Malcolm reclama. (Vale ressaltar que esse namorado é um reclamão de primeira, além de ser um namorado inseguro e possessivo, com o ego facilmente ferido e que parece estar reprimido. Parabéns a Sutherland por interpretar tão bem essas camadas.) “Não, obrigada”, diz Liz. “Por favor, coma o bolo”, responde Malcolm, levando um pedaço da sobremesa úmida bem perto dos lábios de Liz. Finalmente, ela dá uma mordida no bolo. Ela realmente quer ser uma boa parceira. Preste atenção e você poderá escutar Malcolm suspirando de alívio.
Quer dizer, tudo isso é totalmente normal e tranquilo, né? Nada com que se preocupar. O mesmo vale para o fato de que nenhuma das portas da casa tranca, exceto a do banheiro. Ou que um coração misteriosamente aparece desenhado no vapor atrás da cabeça da Liz quando ela toma banho, e não tem mais ninguém lá. Ou que, no dia seguinte, Malcolm — que é médico — de repente precisa ir embora porque um paciente está, hum, em coma e, olha, ele simplesmente precisa ir! O que significa que Liz fica sozinha em uma casa onde sombras ocasionalmente parecem se mover pelas paredes por conta própria. Você já deve imaginar onde isso vai dar.
Ou será que não? Será que alguém, incluindo os criadores desta combinação inegavelmente atmosférica de terror sobrenatural, elementos diversos de folclore, travessuras de filme de terror, alusões vagas à política de gênero e exploração descarada de bolos, imagina? Perkins se especializa em evocar uma sensação geral de pavor e criar imagens alucinatórias que funcionam melhor como condutores livres de medo do que, digamos, como peças de um quebra-cabeça para compor um quadro maior. Você passa boa parte de Para Sempre Minha formulando teorias sobre o que está acontecendo, analisando cuidadosamente as pistas na esperança de encontrar possíveis respostas. No entanto, quando tudo é revelado, você deseja ter voltado àquela ignorância anterior que agora parece um estado de êxtase.
Dizer que Tatiana Maslany é um trunfo aqui é óbvio, visto que ela já salvou alguns projetos do desastre total. Este é o tipo de papel que nem sempre permite sutilezas ou nuances, e a atriz canadense sabe exatamente como interpretar alguém que tenta apaziguar potenciais predadores sem ceder, ou deixar o público ver seu terror enquanto o esconde dos aterrorizantes ao redor. Ela é realmente uma escolha valiosa. Quanto ao filme em si? Ainda não há consenso.
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Quando será lançado o Spotify Wrapped 2025?

Para muitos usuários do Spotify, o Spotify Wrapped se tornou um evento anual muito aguardado: os ouvintes recebem uma retrospectiva completa dos artistas, músicas, gêneros e até hábitos de escuta mais marcantes.
A iniciativa surgiu em 2016, quando o serviço transformou seu antigo relatório Year in Music, criado em 2015, em uma experiência mais interativa e personalizada. Desde então, o Wrapped evoluiu para um verdadeiro momento cultural da internet. O formato que hoje é familiar, com a opção de compartilhamento nas redes sociais, surgiu em 2019.
Apesar de anual, existe ainda um toque de surpresa: a cada edição, o aplicativo introduz estatísticas e categorias inovadoras, mantendo os usuários curiosos para descobrir o que seu próprio ano musical tem a revelar. E o ritual de ver (e julgar) o Wrapped que os seus amigos publicam no Instagram também é parte da diversão.
Para sanar os ansiosos, a boa notícia é que o Wrapped 2025 será disponibilizado nas próximas semanas. O Spotify não anuncia uma data de lançamento exata, mas existe um padrão que se mantém entre o final de novembro e o início de dezembro: em 2024, ele chegou no dia 4 de dezembro; em 2023, em 29 de novembro.
Nos últimos anos, alguns artistas também disponibilizam vídeos de agradecimento, enviados aos seus fãs mais leais. Em 2024, Billie Eilish e Sabrina Carpenter foram alguns dos milhares de nomes que gravaram recados aos usuários que as ouviram no seu ranking Top 5.
Já os ouvintes de podcasts receberam mensagens de alguns de seus apresentadores favoritos. Os usuários Premium ainda ganharam uma playlist personalizada que reunia videoclipes de seus artistas favoritos do ano.
Além do Wrapped, o Spotify também compartilha anualmente sua lista anual dos artistas, músicas, álbuns, podcasts e audiolivros mais reproduzidos no mundo. Taylor Swift ficou em primeiro lugar em 2024, e também apareceram nomes como The Weeknd, Billie Eilish, Drake, Ariana Grande e Bad Bunny — recentemente nomeado ao Grammy 2025 de Álbum, Gravação e Canção do Ano.
Apesar de não sabermos a data exata, há uma forma de prever os seus resultados do Wrapped 2025. Ao longo do ano, o Spotify disponibiliza aos assinantes Premium a “Sound Capsule” (ou “Cápsula Sonora”). Esse recurso oferece resumos mensais sobre os hábitos do usuário, com categorias fixas: ele mostra os 5 artistas e músicas mais ouvidas do mês, o tempo total de audição, seus gêneros favoritos e até o BPM (batidas por minuto) das faixas que você mais escutou. Confira e se prepare!
LEIA MAIS: Spotify lança “Listening Stats” para usuários conferirem dados diários
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Kim Kardashian sobre rejeição a ‘Tudo é Justo’: ‘Tiktokers são os novos críticos’

Pela crítica especializada, Tudo é Justo não chegou a arranhar os 10% de “aprovação”. No entanto, com a assinatura de Ryan Murphy, de Glee, American Horror Story e outros grandes sucessos televisivos, e uma trama que se leva apenas o suficiente a sério, a produção conquistou o público, que a colocou no topo das séries mais assistidas do Hulu nos últimos anos. E, para Kim Kardashian, protagonista da novidade, isso é o que realmente importa.
“Críticas negativas? Eu não ouvi nada sobre isso!”, brincou a empresária, estrela de reality show e, agora, atriz em entrevista à Rolling Stone Brasil, no tapete vermelho estendido no histórico Copacabana Palace, no Rio de Janeiro, por onde Kim — acompanhada das colegas Sarah Paulson, Naomi Watts e Niecy Nash-Betts — passou para divulgar Tudo é Justo, com toda a pompa que a série pedia.
Inabalada pela recepção negativa, a líder do clã Kardashian esclareceu a sua relação com os críticos, que a acompanham desde o início dos anos 2000, quando começou a ganhar os holofotes: “Eu respeito a opinião de todos e todos têm direito a isso, mas eu acredito que os novos críticos são, na verdade, tiktokers. Atualmente, acho que as coisas evoluíram”, avaliou. “São novos tempos e acredito que os espectadores mostram o que eles gostam, e isso meio que prova que uma crítica negativa aqui ou ali realmente não importa.”
Para além das críticas, fossem elas negativas ou positivas, a experiência de trabalhar em Tudo é Justo — tanto como protagonista quanto como produtora executiva — já foi suficientemente gratificante para que Kim se sentisse uma vencedora: “Nós nos divertimos tanto. É uma nova jornada e uma nova vida, e se você está se divertindo, você está ganhando. Então, estamos aqui nos divertindo e estamos ganhando”, avaliou.
Para Niecy Nash, que marca a celebração de 30 anos de carreira com o trabalho na série, a resposta aos críticos é ainda mais simples: “Se as pessoas estão falando sobre você, seja algo bom ou ruim, meu amor, nós simplesmente amamos que elas estejam falando”, cravou a artista.
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Qual é a história de Tudo é Justo?
Em Tudo É Justo, um grupo de advogadas especialistas em divórcio deixa um escritório dominado por homens para abrir seu próprio e poderoso empreendimento. Ferozes, brilhantes e emocionalmente complexas, elas lidam com separações de alto perfil, segredos escandalosos e mudanças de lealdade, tanto no tribunal quanto dentro de sua própria equipe. Em um mundo onde o dinheiro domina e o amor é um campo de batalha, essas mulheres não apenas jogam o jogo, elas o transformam.
Onde assistir a Tudo é Justo?
Com episódios lançados semanalmente, Tudo é Justo está disponível no catálogo do Disney+. Assista ao trailer da novidade a seguir:
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Kim Kardashian sobre rejeição a ‘Tudo é Justo’: ‘Tiktokers são os novos críticos’

Pela crítica especializada, Tudo é Justo não chegou a arranhar os 10% de “aprovação”. No entanto, com a assinatura de Ryan Murphy, de Glee, American Horror Story e outros grandes sucessos televisivos, e uma trama que se leva apenas o suficiente a sério, a produção conquistou o público, que a colocou no topo das séries mais assistidas do Hulu nos últimos anos. E, para Kim Kardashian, protagonista da novidade, isso é o que realmente importa.
“Críticas negativas? Eu não ouvi nada sobre isso!”, brincou a empresária, estrela de reality show e, agora, atriz em entrevista à Rolling Stone Brasil, no tapete vermelho estendido no histórico Copacabana Palace, no Rio de Janeiro, por onde Kim — acompanhada das colegas Sarah Paulson, Naomi Watts e Niecy Nash-Betts — passou para divulgar Tudo é Justo, com toda a pompa que a série pedia.
Inabalada pela recepção negativa, a líder do clã Kardashian esclareceu a sua relação com os críticos, que a acompanham desde o início dos anos 2000, quando começou a ganhar os holofotes: “Eu respeito a opinião de todos e todos têm direito a isso, mas eu acredito que os novos críticos são, na verdade, tiktokers. Atualmente, acho que as coisas evoluíram”, avaliou. “São novos tempos e acredito que os espectadores mostram o que eles gostam, e isso meio que prova que uma crítica negativa aqui ou ali realmente não importa.”
Para além das críticas, fossem elas negativas ou positivas, a experiência de trabalhar em Tudo é Justo — tanto como protagonista quanto como produtora executiva — já foi suficientemente gratificante para que Kim se sentisse uma vencedora: “Nós nos divertimos tanto. É uma nova jornada e uma nova vida, e se você está se divertindo, você está ganhando. Então, estamos aqui nos divertindo e estamos ganhando”, avaliou.
Para Niecy Nash, que marca a celebração de 30 anos de carreira com o trabalho na série, a resposta aos críticos é ainda mais simples: “Se as pessoas estão falando sobre você, seja algo bom ou ruim, meu amor, nós simplesmente amamos que elas estejam falando”, cravou a artista.
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Qual é a história de Tudo é Justo?
Em Tudo É Justo, um grupo de advogadas especialistas em divórcio deixa um escritório dominado por homens para abrir seu próprio e poderoso empreendimento. Ferozes, brilhantes e emocionalmente complexas, elas lidam com separações de alto perfil, segredos escandalosos e mudanças de lealdade, tanto no tribunal quanto dentro de sua própria equipe. Em um mundo onde o dinheiro domina e o amor é um campo de batalha, essas mulheres não apenas jogam o jogo, elas o transformam.
Onde assistir a Tudo é Justo?
Com episódios lançados semanalmente, Tudo é Justo está disponível no catálogo do Disney+. Assista ao trailer da novidade a seguir:
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O verdadeiro motivo que fez Lady Gaga cancelar show no Brasil em 2017

Em setembro de 2017, Lady Gaga cancelou o show que faria no Brasil. Ela era a atração principal do primeiro dia do festival Rock in Rio, e a desistência ocorreu na véspera da apresentação. Na rede social X, seu pronunciamento virou meme: “Brazil, I’m devastated” (em tradução livre, “Brasil, estou devastada”), escreveu a cantora, em pedido de desculpas aos fãs que a aguardavam.
Na época, o motivo oficialmente divulgado foi uma forte crise de fibromialgia, condição que causa dores crônicas e fadiga severa, impossibilitando a cantora de viajar e se apresentar. Porém, oito anos depois, Gaga revelou o verdadeiro motivo de sua ausência: ela estava passando por um surto psicótico.
Em entrevista à Rolling Stone, ela narrou os detalhes desse período. Seu disco anterior, Artpop (2013), tinha recebido uma crítica hostil: as vendas diminuíram drasticamente, e Gaga enfrentou a primeira reação negativa de sua carreira. Segundo a cantora, ela já vivia um momento fragilizado, pois reprimia um grande trauma desde os 19 anos, quando foi estuprada por um produtor musical.
Durante as filmagens do longa Nasce Uma Estrela (2018), em 2017, a situação se agravou. Apesar de vencer Globos de Ouro e um Oscar pela produção, sua saúde mental estava se deteriorando. “Fiz Nasce Uma Estrela tomando lítio”, afirmou. Este medicamento é normalmente indicado para transtornos como depressão grave e bipolaridade.
“Um dia, minha irmã me disse: ‘Não vejo mais minha irmã’”, conta. “E eu cancelei a turnê. Fui internada em um hospital psiquiátrico. Precisava de um tempo”. Além do show em território nacional, Gaga cancelou outras nove apresentações da turnê de seu quinto álbum de estúdio, Joanne.
“Eu não conseguia fazer nada… Entrei em colapso total. Foi realmente assustador. Houve um momento em que achei que não conseguiria melhorar”, lamenta. “Me sinto muito sortuda por estar viva. Sei que pode soar dramático, mas sabemos como isso pode terminar”.
A recuperação
Segundo Gaga, um grande pilar para a sua reestruturação foi o relacionamento com seu noivo, o empresário Michael Polansky. “Estar apaixonada por alguém que se importa com a verdadeira eu fez toda a diferença”, disse.
Porém, ela aponta que trabalhar aspectos de sua individualidade foi crucial nesse processo. “Como você aprende a ser você mesma com alguém quando não sabe como ser você mesma sozinha?”. Após uma trajetória longa e turbulenta, hoje Gaga afirma que encontrou essa resposta, e se considera uma pessoa “saudável e completa”.
Em março de 2025, ela lançou Mayhem, um dos maiores álbuns de sua carreira — que foi indicado a sete Grammys, incluindo Álbum do Ano. “Foram meses e meses e meses redescobrindo tudo o que eu havia perdido”, disse. “Honestamente, acho que é por isso que se chama Mayhem (em português, caos). Porque o que foi preciso para recuperá-la foi uma loucura.”
Gaga contou que sente uma grande diferença nessa turnê em relação à anterior, de Joanne (Gaga previa uma turnê de Chromatica, de 2020, mas ela não ocorreu devido à pandemia). “Não sou mais viciada em adrenalina. Eu costumava adorar essa sensação”, explica.
Apesar de ainda enfrentar dificuldades nos palcos e com sua saúde mental — ela relatou que “nos primeiros 90 segundos [do show] preciso me controlar para não ter um ataque de pânico” —, a artista preza hoje por uma vida mais equilibrada, e canaliza muitas de suas emoções e batalhas pessoais na música. Todo o espetáculo de Mayhem, segundo ela, representa uma disputa entre as diferentes versões de si mesma.
“Acho que me sinto mais tranquila em relação a tudo isso. Tipo, eu sou Lady Gaga. Sabe, essa ideia de que precisa ser algo específico? Acho que é uma velha história que eu contava para mim mesma. E não me importo mais com o que as pessoas dizem. Sou apenas eu.”
Seu noivo, Polansky, é um de seus principais parceiros criativos, e é creditado junto com ela como um dos diretores criativos e produtores executivos da turnê. “Eu acreditava em sofrer pela arte. Eu acreditava nisso de uma forma muito real. Era quase sincero e doce, mas na verdade não era saudável para mim.”
Depois de tantos anos de frustração dos brasileiros, Gaga pode recompensar seus fãs com um show histórico em março de 2025 em Copacabana, no Rio de Janeiro. Este foi o maior espetáculo da carreira da cantora: o público foi estimado em 2,1 milhões de pessoas (segundo O Globo) e trouxe 600 mil turistas à cidade.
“Estou tão honrada de estar aqui com vocês. Meu coração está transbordando. Me sinto sortuda e profundamente grata. Hoje estamos fazendo história, mas ninguém faz história sozinho. Sem todos vocês, o povo incrível do Brasil, eu não teria esse momento. Obrigada por fazerem história comigo”, disse no palco.
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O conselho preciso que Alice Cooper dá a jovens músicos de rock

Apesar de ser considerado o principal ícone do chamado shock rock, Alice Cooper sempre prezou por boas melodias em sua música. Enquanto a estética visual — dele e dos elementos que utilizava no palco — era feita para “assustar”, as canções sempre tiveram um apelo melódico capaz de atrair e cativar o público.
E isso ele conta que aprendeu com os melhores: os Beatles. Tanto é que deu um conselho curioso (e precioso) recentemente ao participar de um encontro de perguntas e respostas no Arizona, Estados Unidos, no início de novembro.
Questionado sobre o que recomendaria a músicos que estão em início de carreira, Vincent Furnier, o homem por trás do personagem Alice Cooper, foi direto e objetivo.
Ele afirmou (transcriação via Blabbermouth):
“Ouçam os Beatles. É sério. Não estou brincando. Quando se trata de compor músicas, ouçam a simplicidade dos Beatles. Não importa se você está compondo uma música de death metal. Uma música, antes de tudo, não é apenas um riff e uma batida de bateria. Você deve ser capaz — não importa quem seja — de tocar aquela melodia e cantar aquela música. Você pode ser a pessoa mais raivosa do mundo, mas…”
Ele acrescentou:
“Já tive bandas jovens que vieram até mim e perguntaram: ‘Bem, o que você acha?’. E eu digo: ‘Entendo. Você está com raiva.’ Porque você está gritando comigo. E eu digo: ‘Bem, onde está a música? Não tem música nenhuma aí. Tem uma batida ótima e um riff ótimo, mas não tem música nenhuma’. Então eu falo: ‘O que eu quero que você faça é, por uma semana, ouvir apenas os Beach Boys, os Beatles e os Four Seasons — qualquer (banda) que tenha composto músicas, ou Burt Bacharach, que compõe músicas. E aí, eu não quero que você soe como eles, mas quero que você entenda a ideia de um verso, uma seção B, uma ponte que leva ao refrão, que volta para a ponte. Mas isso significa que tem que ter uma melodia. Você não pode simplesmente gritar comigo. E tudo bem se você gritar comigo, mas você não vai ficar por aqui por muito tempo’.”
Cooper arremata:
“Por que essas músicas (dos Beatles) ainda tocam no rádio? Por causa da melodia, a melodia — todos nós queremos ouvir as melodias.”

Alice Cooper e os Beatles
Alice Cooper sempre deixou clara sua admiração por Beatles. Em entrevista à BBC Radio 2 (via Whiplash), o artista relembrou como foi o impacto sofrido por ele ao ter o primeiro contato com a obra do quarteto de Liverpool.
Ele disse:
“Quando os Beatles surgiram, quando você descobria eles, era uma baita mudança. Era, tipo: ‘De onde saíram esses caras?’ Era uma revolução! Eu pintava casas no verão, e eu estava pintando e ouvindo rádio, as 40 mais tocadas, sabe, o que tinha de mais pop na época. Aí do nada eu ouço ‘She Loves You’, meia hora depois eu ouço ‘Please Please Me’, e de uma hora para outra de repente música era algo diferente. Era divertido! Tinha aquelas guitarras, e eu nunca tinha ouvido nada parecido antes. Eu fiquei, tipo: ‘Cara, é isso o que eu quero fazer!’”
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