Mogwai fala à RS sobre shows no Brasil — incluindo abertura para Weezer — e sucesso recente

O Mogwai está prestes a completar 30 anos de carreira. Para um grupo associado à cena de post-rock — gênero predominantemente instrumental com seu ápice na virada do milênio —, isso significaria muita nostalgia e celebração do passado.
Entretanto, os escoceses sempre se mantêm com sua visão fixa no presente. Isso lhes trouxe sucesso e um retorno ao Brasil após sete anos — algo celebrado pelo guitarrista e eventual vocalista Stuart Braithwaite em entrevista à Rolling Stone Brasil. Ele declarou:
“Nunca reclamo sobre quantos shows a gente faz, mas sempre são os mesmos países. Então a gente não vai sempre no Brasil ou outros países da América do Sul. É uma ocasião especial quando podemos ir.”
Apesar do tempo longe do país, Braithwaite jogou um balde de água fria em quem esperava saudosismo no show. Como o Mogwai não se repete — nas palavras do músico —, o repertório será focado principalmente no álbum The Bad Fire (2025)
Ele afirmou:
“Nós não somos uma dessas bandas que só toca o mesmo set o tempo todo e talvez uma ou duas novas. A gente vai tocar muita coisa nova. Eu gosto quando toda vez que você vê uma banda seja diferente da outra.”
Serão duas apresentações do Mogwai no Brasil. Primeiro, em 2 de novembro, abrem para o Weezer na área externa do Auditório Ibirapuera, em São Paulo, compondo o lineup de uma espécie de festival junto a Bloc Party, Judeline e Otoboke Beaver. Já no dia 5 de novembro, realizam uma performance solo no Circo Voador, Rio de Janeiro. Há ingressos à venda para ambos os compromissos via Eventim.
O tipo de programação apresentada na capital paulista faz parte da iniciativa de curadoria Índigo, da 30e, mais voltada ao público indie. O músico escocês reconheceu: não é algo que se vê todo dia.
“Estou animado para o show em São Paulo, porque não é algo comum. Haverá pessoas que nunca escutaram nossa banda antes. Estou super pilhado. Não é o tipo de show que normalmente fazemos. Mas a gente conhece os caras do Bloc Party, e vai ser legal poder assisti-los.”
Sucesso comercial e documentário
O retorno ao Brasil ocorre em meio a um período de sucesso comercial tardio para o Mogwai. Após duas décadas consagrados no underground por uma sonoridade épica e barulhenta, o grupo descobriu uma vereda mais acessível em sua abordagem. Por consequência, emplacou quatro álbuns consecutivos no top 10 britânico. As the Love Continues (2021) chegou a atingir o topo das paradas do Reino Unido.
O processo de gravação do álbum foi registrado no documentário If The Stars Had a Sound, lançado no fim de 2024. Sobre o trabalho, Stuart reconheceu o quão estranha a situação toda foi:
“Talvez tenhamos sido os únicos artistas a ter uma boa pandemia, por mais bizarro que isso pareça. Não sabíamos se poderíamos fazer o álbum. Não sabíamos se teríamos um emprego, porque tudo apontava para não ter shows por um bom tempo.”
Braithwaite deu muito crédito ao diretor do documentário, Antony Crooks, por acreditar no projeto quando todos viam a causa como morta. O resultado final o surpreendeu.
“Ele não precisava fazer aquele filme. Eu achei que o projeto estava morto no começo da pandemia, mas Antony insistiu: ‘Ah, vamos continuar a filmar’. E eu pensando que o filme ia ficar chato. Mas nos capturou um momento mundial único – tomara – através dos olhos da banda, e gerou algo inesperado.”
O documentário focou não só nas gravações de As the Love Continues (2021), mas também na trajetória do Mogwai, com direito a depoimentos de fãs sobre a importância da música da banda para cada um. Essa foi a parte que pegou Braithwaite quando viu o filme pela primeira vez.
“Isso me quebra. Não é algo que penso a respeito porque estou pensando mais em qual é o próximo acorde ou coisas mais chatas. Você esquece o quanto música importa para as pessoas.”
Três décadas de carreira
Quanto ao legado do Mogwai após 30 anos de carreira, Stuart Braithwaite diz ter muito orgulho dos feitos. Especialmente por terem se tornado o tipo de banda que desejavam ser desde o começo.
“Queríamos ser o tipo de banda com quem as pessoas se sentiam conectadas além de simplesmente alguns anos. Constantemente conheço fãs que nasceram depois da gente começar. E em vez de me fazer sentir como um velho, isso me deixa orgulhoso, porque acho que sempre quisemos essa longevidade.”
Ele continuou:
“Sempre foi esse tipo de música que a gente amava, coisas como Joy Division, Slint e bandas assim. Codeine. A gente pensava: ‘Ah, não, pessoas vão escutar isso por muito tempo. Não é como se essas bandas tivessem sido legais por alguns anos. Queríamos ser algo que significasse algo’.”
Mesmo com essa conversa de legado, a vontade de continuar em frente permanece forte. Em The Bad Fire (2025), álbum mais recente, o Mogwai resolveu sair de sua zona de conforto. Acostumada a trabalhar com Tony Doogan e Dave Fridmann, a banda recrutou o produtor John Congleton – famoso por seu trabalho com St. Vincent, Baroness e Explosions in the Sky. O americano logo se enturmou com os escoceses, segundo Braithwaite.
“John é muito engraçado, ama punk rock e rock psicodélico que nem a gente. Acho que ele estava animado de botar a gente num estúdio e nos gravar. Foi meio que um passo na direção do desconhecido, trabalhar com alguém diferente, mas a gente gostou muito. Eu achei que o álbum ficou muito bom.”
Lançado em janeiro de 2025, The Bad Fire alcançou a 5ª posição das paradas britânicas, solidificando o status do Mogwai junto a uma nova geração de fãs. Alguns até mais novos que a própria banda, como Braithwaite apontou.
*Em 2 de novembro, o Weezer se apresenta na área externa do Auditório Ibirapuera, em São Paulo, compondo o lineup de uma espécie de festival junto a Bloc Party, Mogwai, Judeline e Otoboke Beaver. Já no dia 5 de novembro, o Mogwai realiza uma performance solo no Circo Voador, Rio de Janeiro. Há ingressos à venda para ambos os compromissos via Eventim.
+++ LEIA MAIS: Weezer, Bloc Party, Mogwai, Judeline e Otoboke Beaver anunciam show em SP
+++ LEIA MAIS: Após show com Weezer, Mogwai tocará no Rio de Janeiro
+++ LEIA MAIS: The Cure anuncia álbum de remixes com Four Tet, Mura Masa e mais
O post Mogwai fala à RS sobre shows no Brasil — incluindo abertura para Weezer — e sucesso recente apareceu primeiro em Rolling Stone Brasil.
Mogwai fala à RS sobre shows no Brasil — incluindo abertura para Weezer — e sucesso recente

O Mogwai está prestes a completar 30 anos de carreira. Para um grupo associado à cena de post-rock — gênero predominantemente instrumental com seu ápice na virada do milênio —, isso significaria muita nostalgia e celebração do passado.
Entretanto, os escoceses sempre se mantêm com sua visão fixa no presente. Isso lhes trouxe sucesso e um retorno ao Brasil após sete anos — algo celebrado pelo guitarrista e eventual vocalista Stuart Braithwaite em entrevista à Rolling Stone Brasil. Ele declarou:
“Nunca reclamo sobre quantos shows a gente faz, mas sempre são os mesmos países. Então a gente não vai sempre no Brasil ou outros países da América do Sul. É uma ocasião especial quando podemos ir.”
Apesar do tempo longe do país, Braithwaite jogou um balde de água fria em quem esperava saudosismo no show. Como o Mogwai não se repete — nas palavras do músico —, o repertório será focado principalmente no álbum The Bad Fire (2025)
Ele afirmou:
“Nós não somos uma dessas bandas que só toca o mesmo set o tempo todo e talvez uma ou duas novas. A gente vai tocar muita coisa nova. Eu gosto quando toda vez que você vê uma banda seja diferente da outra.”
Serão duas apresentações do Mogwai no Brasil. Primeiro, em 2 de novembro, abrem para o Weezer na área externa do Auditório Ibirapuera, em São Paulo, compondo o lineup de uma espécie de festival junto a Bloc Party, Judeline e Otoboke Beaver. Já no dia 5 de novembro, realizam uma performance solo no Circo Voador, Rio de Janeiro. Há ingressos à venda para ambos os compromissos via Eventim.
O tipo de programação apresentada na capital paulista faz parte da iniciativa de curadoria Índigo, da 30e, mais voltada ao público indie. O músico escocês reconheceu: não é algo que se vê todo dia.
“Estou animado para o show em São Paulo, porque não é algo comum. Haverá pessoas que nunca escutaram nossa banda antes. Estou super pilhado. Não é o tipo de show que normalmente fazemos. Mas a gente conhece os caras do Bloc Party, e vai ser legal poder assisti-los.”
Sucesso comercial e documentário
O retorno ao Brasil ocorre em meio a um período de sucesso comercial tardio para o Mogwai. Após duas décadas consagrados no underground por uma sonoridade épica e barulhenta, o grupo descobriu uma vereda mais acessível em sua abordagem. Por consequência, emplacou quatro álbuns consecutivos no top 10 britânico. As the Love Continues (2021) chegou a atingir o topo das paradas do Reino Unido.
O processo de gravação do álbum foi registrado no documentário If The Stars Had a Sound, lançado no fim de 2024. Sobre o trabalho, Stuart reconheceu o quão estranha a situação toda foi:
“Talvez tenhamos sido os únicos artistas a ter uma boa pandemia, por mais bizarro que isso pareça. Não sabíamos se poderíamos fazer o álbum. Não sabíamos se teríamos um emprego, porque tudo apontava para não ter shows por um bom tempo.”
Braithwaite deu muito crédito ao diretor do documentário, Antony Crooks, por acreditar no projeto quando todos viam a causa como morta. O resultado final o surpreendeu.
“Ele não precisava fazer aquele filme. Eu achei que o projeto estava morto no começo da pandemia, mas Antony insistiu: ‘Ah, vamos continuar a filmar’. E eu pensando que o filme ia ficar chato. Mas nos capturou um momento mundial único – tomara – através dos olhos da banda, e gerou algo inesperado.”
O documentário focou não só nas gravações de As the Love Continues (2021), mas também na trajetória do Mogwai, com direito a depoimentos de fãs sobre a importância da música da banda para cada um. Essa foi a parte que pegou Braithwaite quando viu o filme pela primeira vez.
“Isso me quebra. Não é algo que penso a respeito porque estou pensando mais em qual é o próximo acorde ou coisas mais chatas. Você esquece o quanto música importa para as pessoas.”
Três décadas de carreira
Quanto ao legado do Mogwai após 30 anos de carreira, Stuart Braithwaite diz ter muito orgulho dos feitos. Especialmente por terem se tornado o tipo de banda que desejavam ser desde o começo.
“Queríamos ser o tipo de banda com quem as pessoas se sentiam conectadas além de simplesmente alguns anos. Constantemente conheço fãs que nasceram depois da gente começar. E em vez de me fazer sentir como um velho, isso me deixa orgulhoso, porque acho que sempre quisemos essa longevidade.”
Ele continuou:
“Sempre foi esse tipo de música que a gente amava, coisas como Joy Division, Slint e bandas assim. Codeine. A gente pensava: ‘Ah, não, pessoas vão escutar isso por muito tempo. Não é como se essas bandas tivessem sido legais por alguns anos. Queríamos ser algo que significasse algo’.”
Mesmo com essa conversa de legado, a vontade de continuar em frente permanece forte. Em The Bad Fire (2025), álbum mais recente, o Mogwai resolveu sair de sua zona de conforto. Acostumada a trabalhar com Tony Doogan e Dave Fridmann, a banda recrutou o produtor John Congleton – famoso por seu trabalho com St. Vincent, Baroness e Explosions in the Sky. O americano logo se enturmou com os escoceses, segundo Braithwaite.
“John é muito engraçado, ama punk rock e rock psicodélico que nem a gente. Acho que ele estava animado de botar a gente num estúdio e nos gravar. Foi meio que um passo na direção do desconhecido, trabalhar com alguém diferente, mas a gente gostou muito. Eu achei que o álbum ficou muito bom.”
Lançado em janeiro de 2025, The Bad Fire alcançou a 5ª posição das paradas britânicas, solidificando o status do Mogwai junto a uma nova geração de fãs. Alguns até mais novos que a própria banda, como Braithwaite apontou.
*Em 2 de novembro, o Weezer se apresenta na área externa do Auditório Ibirapuera, em São Paulo, compondo o lineup de uma espécie de festival junto a Bloc Party, Mogwai, Judeline e Otoboke Beaver. Já no dia 5 de novembro, o Mogwai realiza uma performance solo no Circo Voador, Rio de Janeiro. Há ingressos à venda para ambos os compromissos via Eventim.
+++ LEIA MAIS: Weezer, Bloc Party, Mogwai, Judeline e Otoboke Beaver anunciam show em SP
+++ LEIA MAIS: Após show com Weezer, Mogwai tocará no Rio de Janeiro
+++ LEIA MAIS: The Cure anuncia álbum de remixes com Four Tet, Mura Masa e mais
O post Mogwai fala à RS sobre shows no Brasil — incluindo abertura para Weezer — e sucesso recente apareceu primeiro em Rolling Stone Brasil.
Radiohead culpa esquerda e direita por ‘caça às bruxas’ em relação a Israel

Nos últimos tempos, o Radiohead enfrentou certo nível de polêmica relacionado a Israel. Movimentos pró-Palestina chegaram a recomendar boicote aos primeiros shows do grupo desde 2018, agendados para os próximos meses. Agora, os integrantes respondem às acusações.
Em entrevista ao jornal britânico The Times, Thom Yorke e Jonny Greenwood defenderam suas posições políticas. Também lamentaram a iniciativa do BDS (Boycott, Divestment, Sanctions) que defende sanções contra Israel.
Thom disse:
“Isso me deixa acordado à noite… Querem me dizer que o que fiz com a minha vida e o que preciso fazer, e acho isso sem sentido. Pessoas querem pegar o que fiz, que significa muito para milhões de pessoas, e me apagar. Mas isso não é para eles tirarem de mim – e não me acho uma pessoa ruim.”
Yorke recentemente bateu boca com um manifestante pró-Palestina durante um show solo em Melbourne após este fazer declarações em favor da população da Faixa de Gaza durante a apresentação. O músico interrompeu a performance, discutiu com a pessoa e saiu do palco, para retornar minutos depois. Logo após esse episódio, o vocalista e multi-instrumentista postou um texto no Instagram no qual afirmou ter ficado em choque por tal reação ter visto vista como cumplicidade para com as ações de Israel.

Durante a entrevista com The Times, Yorke afirmou que o Radiohead não fará mais shows na região porque discorda veementemente da política do governo de Benjamin Netanyahu. Além disso, ele contou uma história de como percebeu estar sendo usado pelo regime israelense em 2017, quando o grupo tocou em Tel Aviv.
“Eu estava no hotel quando um cara, claramente um figurão, veio me agradecer. Eu fiquei horrorizado, de verdade, porque o show estava sendo cooptado. Então entendo o que querem dizer. Na época, achei que o show fazia sentido, mas assim que chegamos lá e esse cara veio falar comigo? Tô fora.”
Mesmo assim, o vocalista se mostrou incomodado com os extremos que pessoas chegam ao cobrar uma postura Pró-Palestina do Radiohead. Alguns teriam até exigido a remoção de Jonny Greenwood do grupo, pois o guitarrista é casado com uma israelense – a artista Sharona Katan – e tem um projeto com o músico local Dudu Tassa.
Yorke falou:
“Recentemente algumas pessoas gritaram ‘Palestina Livre’ para mim na rua. Eu falei com um cara. O papo dele era: ‘Você tem uma plataforma, um dever e precisa se distanciar do Jonny’. Mas eu disse: ‘Eu e você, no meio da rua em Londres, gritando um com o outro? Os verdadeiros criminosos, que deveriam estar no Tribunal de Haia, estão rindo da gente brigando entre si em público e nas redes sociais – enquanto eles continuam impunes, assassinando pessoas’.”
O músico expressou respeitar a comoção pública pela situação, mas criticou esse tipo de comportamento. Ele chamou essa prática de “caça às bruxas” e “expressão de impotência”.
Críticas à esquerda
Enquanto Thom Yorke adotou um ponto de vista menos político em suas declarações, Jonny Greenwood se mostrou mais irritado com um lado do espectro. O guitarrista é o maior alvo de polêmica nessa situação toda.
Apesar da promessa do vocalista do Radiohead não tocar em Israel, Greenwood e Tassa fizeram shows no país até o ano passado. Criticado por isso, o músico britânico culpou a polêmica toda em movimentos de esquerda e direita política.
Ele afirmou:
“A esquerda procura por traidores, a direita por convertidos, e é deprimente que nós somos um alvo fácil.”

O projeto de Greenwood e Tassa consiste na reinterpretação de canções de amor do Oriente Médio, numa busca de mostrar um lugar comum entre as culturas. O primeiro álbum da dupla, Jarak Qaribak (Árabe para “Seu vizinho é seu amigo”), saiu em junho de 2023 e contou com a participação de músicos israelenses, egípcios, libaneses e palestinos. Eles estão trabalhando num sucessor.
Ele se defendeu:
“É loucura que tinha medo de admitir isso. Ainda assim, isso me parece progressista – vaiar num show não me parece corajoso ou progressista. Sim, algumas pessoas se referem ao meu trabalho como ineficaz, hippie, tilelê. E eu meio que vejo o ponto dessas pessoas. Mas quando isso é descrito como sinistro ou maléfico? Eu faço isso há 20 anos.”
O guitarrista também reportou que frequenta protestos contra o governo de Israel, e o humor local é extremamente contrário à administração Netanyahu e ao ministro de segurança nacional, Itamar Ben-Gvir. Entretanto, não é como se pudesse largar tudo.
“Eu passo muito tempo lá com minha família e não posso simplesmente dizer: ‘Não faço mais música com vocês babacas por causa do governo’. Isso não faz sentido para mim. Eu não tenho lealdade – ou respeito, obviamente – ao governo deles, mas tenho ambos com relação aos artistas nascidos lá.”
Por fim, Greenwood afirmou só se envergonhar de ter arrastado os outros integrantes do Radiohead para essa situação. Ele se recusou a pedir desculpas por trabalhar com músicos árabes e israelenses.
O restante do Radiohead
Os outros integrantes do Radiohead também fizeram algumas declarações sobre o assunto. Quando o grupo foi criticado por tocar na cidade de Tel Aviv em 2017, o guitarrista Ed O’Brien demonstrou seu apoio à causa palestina e expressou que a banda deveria ter feito uma apresentação também em Ramallah, capital da Cisjordânia.
Enquanto isso, o baterista Phil Selway repetiu na mesma entrevista ao The Times a posição ingrata que o grupo se encontra. Ao seu ver, não podem aderir totalmente ao movimento BDS porque isso significa abandonar Greenwood.
+++ LEIA MAIS: Radiohead revela motivo de pausa na carreira: ‘As coisas desandaram um pouco’
+++ LEIA MAIS: Radiohead volta aos palcos após 7 anos: turnê europeia confirmada para 2025
+++ LEIA MAIS: Radiohead: “Let Down” entra no Hot 100 dos EUA após 28 anos
O post Radiohead culpa esquerda e direita por ‘caça às bruxas’ em relação a Israel apareceu primeiro em Rolling Stone Brasil.
Radiohead culpa esquerda e direita por ‘caça às bruxas’ em relação a Israel

Nos últimos tempos, o Radiohead enfrentou certo nível de polêmica relacionado a Israel. Movimentos pró-Palestina chegaram a recomendar boicote aos primeiros shows do grupo desde 2018, agendados para os próximos meses. Agora, os integrantes respondem às acusações.
Em entrevista ao jornal britânico The Times, Thom Yorke e Jonny Greenwood defenderam suas posições políticas. Também lamentaram a iniciativa do BDS (Boycott, Divestment, Sanctions) que defende sanções contra Israel.
Thom disse:
“Isso me deixa acordado à noite… Querem me dizer que o que fiz com a minha vida e o que preciso fazer, e acho isso sem sentido. Pessoas querem pegar o que fiz, que significa muito para milhões de pessoas, e me apagar. Mas isso não é para eles tirarem de mim – e não me acho uma pessoa ruim.”
Yorke recentemente bateu boca com um manifestante pró-Palestina durante um show solo em Melbourne após este fazer declarações em favor da população da Faixa de Gaza durante a apresentação. O músico interrompeu a performance, discutiu com a pessoa e saiu do palco, para retornar minutos depois. Logo após esse episódio, o vocalista e multi-instrumentista postou um texto no Instagram no qual afirmou ter ficado em choque por tal reação ter visto vista como cumplicidade para com as ações de Israel.

Durante a entrevista com The Times, Yorke afirmou que o Radiohead não fará mais shows na região porque discorda veementemente da política do governo de Benjamin Netanyahu. Além disso, ele contou uma história de como percebeu estar sendo usado pelo regime israelense em 2017, quando o grupo tocou em Tel Aviv.
“Eu estava no hotel quando um cara, claramente um figurão, veio me agradecer. Eu fiquei horrorizado, de verdade, porque o show estava sendo cooptado. Então entendo o que querem dizer. Na época, achei que o show fazia sentido, mas assim que chegamos lá e esse cara veio falar comigo? Tô fora.”
Mesmo assim, o vocalista se mostrou incomodado com os extremos que pessoas chegam ao cobrar uma postura Pró-Palestina do Radiohead. Alguns teriam até exigido a remoção de Jonny Greenwood do grupo, pois o guitarrista é casado com uma israelense – a artista Sharona Katan – e tem um projeto com o músico local Dudu Tassa.
Yorke falou:
“Recentemente algumas pessoas gritaram ‘Palestina Livre’ para mim na rua. Eu falei com um cara. O papo dele era: ‘Você tem uma plataforma, um dever e precisa se distanciar do Jonny’. Mas eu disse: ‘Eu e você, no meio da rua em Londres, gritando um com o outro? Os verdadeiros criminosos, que deveriam estar no Tribunal de Haia, estão rindo da gente brigando entre si em público e nas redes sociais – enquanto eles continuam impunes, assassinando pessoas’.”
O músico expressou respeitar a comoção pública pela situação, mas criticou esse tipo de comportamento. Ele chamou essa prática de “caça às bruxas” e “expressão de impotência”.
Críticas à esquerda
Enquanto Thom Yorke adotou um ponto de vista menos político em suas declarações, Jonny Greenwood se mostrou mais irritado com um lado do espectro. O guitarrista é o maior alvo de polêmica nessa situação toda.
Apesar da promessa do vocalista do Radiohead não tocar em Israel, Greenwood e Tassa fizeram shows no país até o ano passado. Criticado por isso, o músico britânico culpou a polêmica toda em movimentos de esquerda e direita política.
Ele afirmou:
“A esquerda procura por traidores, a direita por convertidos, e é deprimente que nós somos um alvo fácil.”

O projeto de Greenwood e Tassa consiste na reinterpretação de canções de amor do Oriente Médio, numa busca de mostrar um lugar comum entre as culturas. O primeiro álbum da dupla, Jarak Qaribak (Árabe para “Seu vizinho é seu amigo”), saiu em junho de 2023 e contou com a participação de músicos israelenses, egípcios, libaneses e palestinos. Eles estão trabalhando num sucessor.
Ele se defendeu:
“É loucura que tinha medo de admitir isso. Ainda assim, isso me parece progressista – vaiar num show não me parece corajoso ou progressista. Sim, algumas pessoas se referem ao meu trabalho como ineficaz, hippie, tilelê. E eu meio que vejo o ponto dessas pessoas. Mas quando isso é descrito como sinistro ou maléfico? Eu faço isso há 20 anos.”
O guitarrista também reportou que frequenta protestos contra o governo de Israel, e o humor local é extremamente contrário à administração Netanyahu e ao ministro de segurança nacional, Itamar Ben-Gvir. Entretanto, não é como se pudesse largar tudo.
“Eu passo muito tempo lá com minha família e não posso simplesmente dizer: ‘Não faço mais música com vocês babacas por causa do governo’. Isso não faz sentido para mim. Eu não tenho lealdade – ou respeito, obviamente – ao governo deles, mas tenho ambos com relação aos artistas nascidos lá.”
Por fim, Greenwood afirmou só se envergonhar de ter arrastado os outros integrantes do Radiohead para essa situação. Ele se recusou a pedir desculpas por trabalhar com músicos árabes e israelenses.
O restante do Radiohead
Os outros integrantes do Radiohead também fizeram algumas declarações sobre o assunto. Quando o grupo foi criticado por tocar na cidade de Tel Aviv em 2017, o guitarrista Ed O’Brien demonstrou seu apoio à causa palestina e expressou que a banda deveria ter feito uma apresentação também em Ramallah, capital da Cisjordânia.
Enquanto isso, o baterista Phil Selway repetiu na mesma entrevista ao The Times a posição ingrata que o grupo se encontra. Ao seu ver, não podem aderir totalmente ao movimento BDS porque isso significa abandonar Greenwood.
+++ LEIA MAIS: Radiohead revela motivo de pausa na carreira: ‘As coisas desandaram um pouco’
+++ LEIA MAIS: Radiohead volta aos palcos após 7 anos: turnê europeia confirmada para 2025
+++ LEIA MAIS: Radiohead: “Let Down” entra no Hot 100 dos EUA após 28 anos
O post Radiohead culpa esquerda e direita por ‘caça às bruxas’ em relação a Israel apareceu primeiro em Rolling Stone Brasil.
Nem colegas de Queen sabiam de improviso vocal de Freddie Mercury no Live Aid

A apresentação do Queen durante o Live Aid, em 1985, se tornou um dos eventos mais emblemáticos da carreira da banda e da história do rock. No momento principal, Freddie Mercury improvisou um duelo vocal com o público. E nenhum envolvido esperava que isso acontecesse.
Em entrevista de 2023 ao The Guardian (via Guitar Player), o guitarrista Brian May relembrou o momento. Entre o final de “Radio Ga Ga” e o início de “Hammer to Fall”, o público estava batendo palmas a pedidos de Freddie, que então desafiou a plateia a acompanhar seus vocais.
May ficou atônito. Ele disse:
“Não tínhamos a menor ideia que isso ia acontecer. Não foi planejado. Sempre ficou a cargo de Freddie, se ele queria fazer algo, e ele se sentiu confiante o suficiente naquele momento. Freddie tinha uma aptidão, precisa ser dito – ele conseguia se conectar. Ele se conectava com todo mundo. Assim que ele fez o ‘Ay yo”, era história – o estádio implodiu. Eu lembro de olhar pro Roger [Taylor, baterista do Queen] pensando: ‘Parece que funcionou!”
Ouvido mais recentemente pela Guitar World, o também músico Bob Geldof, organizador do Live Aid, destacou a importância do trecho de improviso para o grupo conquistar a plateia. Afinal de contas, aquelas pessoas não estavam ali para ver o Queen.
“Foi diferente porque não era um público do Queen. Todos aqueles ingressos para o Live Aid foram vendidos antes de sermos anunciados no show. E mesmo assim eles reagiram daquela forma. Ver isso acontecer me deu um arrepio na espinha.”
O show do Queen no Live Aid ajudou a revitalizar o grupo após um período de declínio. Em 2005, uma pesquisa feita pelo Channel 4 britânico elegeu a apresentação como a maior da história do rock. As vendas de discos aumentaram e o grupo lançou em 1986 o álbum A Kind of Magic, com regravações das canções compostas para o filme Highlander — O Guerreiro Imortal.
Naquele mesmo ano, o quarteto completo pelo baixista John Deacon realizou sua última turnê com Freddie Mercury. O cantor viria a falecer em 1991 de complicações relacionadas a Aids.
A proposta ao Queen
Como citado, o Queen não fazia parte do Live Aid quando a programação inicial foi anunciada. Bob Geldof não tinha certeza se a banda tinha o mesmo apelo popular de antes. Após convencimento por parte do promotor Harvey Goldsmith, o criador do evento decidiu recrutar o grupo.
O problema era que o Queen estava recém-saído de uma turnê mundial cansativa — com direito a uma passagem pelo Rock in Rio no início daquele ano — e não tinham interesse na proposta. Mesmo assim, o empresário do quarteto, Jim Beach, concordou em sondar os integrantes quanto ao interesse.
Bob ficou na espera por uma resposta até um dia seu telefone tocar. Era Freddie, querendo saber da ideia.
Geldof lembrou:
“Eu disse: ‘Escute, Fred. Honestamente, se houve um dia um palco construído especialmente para você, é esse’. Ele falou: ‘O que você quer dizer com isso?’ E eu respondi: ‘Bem, meu querido, o mundo!’ Houve uma pausa e ele disse: ‘Acho que sei o que você quer dizer’.”
+++ LEIA MAIS: Queen revela sonho de fazer residência em Las Vegas no Sphere com Adam Lambert
+++ LEIA MAIS: A música do Queen mais complexa que ‘Bohemian Rhapsody’, segundo Brian May
+++ LEIA MAIS: A jovem banda que segue com o legado do Queen, segundo Brian May
O post Nem colegas de Queen sabiam de improviso vocal de Freddie Mercury no Live Aid apareceu primeiro em Rolling Stone Brasil.
O segredo por trás do sucesso de ‘Guerreiras do K-Pop’? É não ter polêmicas

À medida que 2025 chega ao fim, os maiores álbuns do ano contarão com nomes familiares — Morgan, Taylor, Sabrina — e um sucesso totalmente inesperado. KPop Demon Hunters, a trilha sonora de Guerreiras do K-Pop (filme animado da Netflix sobre um grupo feminino fictício que caça o mal), está prestes a entrar no top 20 dos álbuns mais consumidos nos EUA. Para os padrões do K-pop, a obra superou os artistas superestrelas do gênero, acumulando mais streams em suas primeiras 11 semanas de lançamento do que as músicas de maior sucesso de BTS e Blackpink em suas respectivas estreias. E tudo isso foi impulsionado por um público apaixonado que ajudou a tornar o filme o maior título da Netflix até hoje.
O fato de que a trama de Guerreiras do K-Pop gira em torno de superfãs — no colorido mundo do filme, os Huntr/x usam suas vozes para enfrentar a boy band inimiga Saja Boys, cada um apoiado por um exército de devotos — é um tanto irônico, considerando que não havia uma base de fãs antes do lançamento do filme em junho de 2025. E foi exatamente isso que ajudou a franquia a ter sucesso. Embora o K-pop seja um negócio global de bilhões de dólares, ele enfrenta frequentemente os chamados “antis”, que colocam grupos musicais — e suas respectivas empresas — uns contra os outros, criando um obstáculo para o reconhecimento amplo.
O filme explora a expressão do fandom de forma realista: apaixonada, gritante, consumista, talvez até um pouco volúvel ao decidir qual grupo ama mais. Para que a história funcionasse completamente, a música precisava soar convincente. Com canções creditadas a nomes como Ejae, Teddy Park, Jenna Andrews e outros hitmakers do K-pop, a trilha sonora cumpriu isso: tanto “Golden”, dos Huntr/x, quanto “Soda Pop”, dos Saja Boys, ficaram semanas no Top 10 da Billboard Hot 100, sendo que a primeira começou seu reinado no Número Um em meados de agosto.
“O sucesso do filme e de sua trilha sonora oferece um estudo de caso interessante após um verão em que a música nova não conseguiu causar o impacto habitual nas paradas”, diz Lexi Chicles, gerente sênior de insights da Luminate. “Isso ilustra um ecossistema transmedia crescente, no qual conteúdo de streaming em uma plataforma como a Netflix pode ter mais influência sobre o consumo de música do que campanhas de marketing mais tradicionais ouvidas no rádio ou vistas nas redes sociais.”
Segundo a Luminate, a trilha sonora se tornou “responsável sozinha por cerca de 43% do volume de streaming de K-pop nos EUA” no início de agosto, o que significa que as músicas de um filme que poucos conheciam no início de 2025 foram quase tão bem-sucedidas quanto todos os outros artistas de K-pop juntos neste ano.
“Nada jamais fez tanto sucesso vindo de uma propriedade da Netflix”, conta um executivo sênior do K-pop à Rolling Stone, destacando o pouco marketing feito em torno do filme no momento do lançamento. Grande parte da descoberta ocorreu por meio do boca a boca, culminando em um pico de streams da trilha sonora em meados de julho. “É puro K-pop. Não há guerras de fãs. Não há disputas entre gravadoras. Não há drama de artista. Não existem os problemas que os grupos normalmente enfrentam entre si.”
A trilha sonora de Guerreiras do K-Pop existe, de certa forma, praticamente fora da máquina do K-pop. Embora inclua duas músicas de grandes nomes reais, como Twice, foi lançada pela Visva Records de Savan Kotecha em parceria com a Republic (gravadora de Taylor Swift), e não por uma grande empresa de K-pop como Hybe ou YG. O próprio filme foi feito por pessoas que já eram fãs do gênero há muito tempo. As diretoras Maggie Kang e Chris Appelhans se inspiraram para criar o filme ao assistirem aos shows transmitidos ao vivo do BTS durante a pandemia. “Estávamos pensando em como dramatizar a ideia da música como uma forma de combater coisas ruins no mundo”, diz Appelhans. Em termos de hits de K-pop, este sucesso é notavelmente produzido no Ocidente.
No mundo fantasioso que criaram, os Huntr/x são a mais recente geração de trios caçadores de demônios que usam suas vozes para criar uma barreira entre almas inocentes e o submundo. Eles enfrentam seus inimigos nos Saja Boys, um grupo de demônios tentando acabar de vez com os Huntr/x.
Ambos os diretores observaram imersões dignas de fã nas redes sociais, especialmente em vídeos do TikTok, onde fãs vasculham momentos de prenúncio ou detalhes de personagens que os cineastas teceram na história com cuidado.
“É bem parecido com qualquer outra base de fãs de K-pop, o que é incrível”, acrescenta Kang. “Vi fãs abraçarem o filme como conteúdo de K-pop e até falarem dos Huntr/x como se fossem ídolos reais.”
Construindo um fenômeno
Mesmo com o trio caçador de demônios Rumi, Mira e Zoey enfrentando suas próprias pressões no filme, elas não refletem as responsabilidades reais dos idols, que, como o nome indica, são esperados a se comportar bem e se manter livres de polêmicas. As lutas com a saúde mental desses artistas são bem documentadas desde a explosão do K-pop, levando alguns a se manifestarem ou a evitarem a vida pública completamente.
“O componente romântico desta história não poderia acontecer no K-pop”, continua a fonte da indústria, referindo-se ao flerte entre Rumi e Jinu, dos Saja Boys. “Relacionamentos não são discutidos. É diferente de ser uma estrela pop [ocidental].”
Além da pressão individual, as guerras entre gravadoras de K-pop transbordaram para a forma como os superfãs interagem online, competindo pelas posições e conquistas de seus artistas favoritos. Às vezes, essa divisão criou toxicidade na comunidade em geral, fazendo com que alguns fãs hardcore sentissem a necessidade de dedicar sua energia a apenas um grupo acima de todos os outros.
“É fácil ficar online e dizer certas coisas, mas eu acho que são apenas fãs orgulhosos de sua banda”, diz Stephen Kirk, que co-escreveu duas músicas da trilha sonora. “Estamos tão divididos como planeta agora. Este filme parecia tão unificador. Só mostra que as pessoas querem se conectar. Não queremos estar umas contra as outras.”
Guerreiras do K-Pop está provando que um gênero que antes — certa ou erradamente — era considerado muito de nicho para cruzar para o mercado ocidental pode criar um momento monocultural. Em setembro, o filme havia alcançado quase 300 milhões de visualizações, superando todos os outros títulos na história da Netflix. Uma versão para cantar junto foi lançada nos cinemas em agosto, liderando a bilheteria e arrecadando US$ 19,2 milhões em 1.700 salas nos EUA e Canadá, tornando-se o lançamento teatral mais bem-sucedido da Netflix até hoje. Em outubro, já era grande o suficiente para ser parodiado por Bad Bunny no SNL.
“Isso pode ser como Star Wars ou Frozen”, diz Jenna Andrews, co-autora de Kirk. Rumores apontam que a Netflix está planejando uma sequência. “Tomara que continue na próxima década”, acrescenta Andrews.
Mesmo na Coreia do Sul, o sucesso de crossover do filme é perceptível. “A comunidade K-pop está muito empolgada com isso”, diz a fonte da indústria. “Não falei com nenhuma gravadora que não esteja tentando se envolver de alguma forma. Os artistas acham ótimo porque mostra ao ouvinte casual que você pode ouvir uma música que é em parte coreana e em parte inglesa, amar e ouvir todos os dias. Isso cria oportunidades para todos.”
+++LEIA MAIS: ‘Guerreiras do K-Pop’, filme mais assistido da história da Netflix, terá sequência?
O post O segredo por trás do sucesso de ‘Guerreiras do K-Pop’? É não ter polêmicas apareceu primeiro em Rolling Stone Brasil.
Como Quentin Tarantino transformou a Família Manson em estrelas de cinema do futuro

Um magnífico novo livro de mesa de centro, The Making of Quentin Tarantino’s Once Upon a Time in Hollywood, do autor Jay Glennie, chega às lojas esta semana. Para os fãs do filme, é uma leitura obrigatória nos bastidores da clássica história revisionista de Tarantino sobre os assassinatos da Família Manson. O longa também é a carta de amor do diretor a uma era perdida de Los Angeles, um mundo de glamour decadente, com atores, diretores, hippies e hustlers circulando pelos estúdios, cânions e colinas da cidade.
Tarantino era fã do trabalho de Glennie, tendo lido seus relatos definitivos sobre O Franco Atirador e Taxi Driver: Motorista de Táxi, e pediu pessoalmente pelo “tratamento Jay Glennie”, uma imersão profunda no que ele chama de seu filme favorito. Neste trecho exclusivo, entramos nas audições de elenco da Família Manson, onde Tarantino conseguiu reunir a próxima geração de estrelas do cinema, incluindo Austin Butler, Sydney Sweeney, Maya Hawke, Mikey Madison e Margaret Qualley.
Os deuses do cinema haviam deixado cair uma tábua para Austin Butler, e nela estava escrito um convite para audicionar pessoalmente para Quentin Tarantino. Seu self-tape havia tocado o coração da equipe.
“Fiquei tão feliz em saber que iria conhecer Quentin”, disse Butler. “Eu esperava por esse dia desde os 12 anos. Não deixei o medo atrapalhar a gravação da minha fita. Queria aquele espírito, sabe? Não pensar demais — apenas ir, mergulhar de cabeça. Ficar o mais presente possível, sem pensar demais.”
Sua postura deu certo, e tal era a determinação de Tarantino e da diretora de elenco Vickie Thomas de vê-lo pessoalmente que decidiram contornar os compromissos teatrais do jovem ator. Com isso em mente, o workshop da Família Manson seria realizado em 11 de junho, uma segunda-feira — o único dia de folga de Butler.
“Assim que terminei a matinê no domingo, voei para Los Angeles”, lembra Butler. “Queria passar a noite na minha casa lá. Ainda não tinha ideia de qual papel eu iria audicionar — literalmente, nenhum palpite. Eu ainda pensava que seria um cowboy. De certa forma, foi uma bênção para minha saúde mental, porque não tive a opção de pensar demais. No avião, não tinha nada para me preparar, então pude simplesmente estar ali, comer, saborear a comida, conversar com as pessoas, sem pensar no futuro. Apenas estar presente. Não tinha nada para ler, nenhum roteiro, nenhum trecho. Então comi e depois dormi como um bebê.”
Um dia de folga normal em Nova York era para dormir até mais tarde e relaxar, recuperar-se de uma agenda intensa — mas naquela segunda-feira, Butler acordou cedo, revigorado e cheio de energia. Ele estava pronto para atuar. Chegando aos escritórios por volta das 9h, foi recebido por Thomas. Decidiu arriscar e pedir à diretora de elenco mais detalhes.
“Você sabe alguma coisa sobre o papel para o qual vou audicionar, Vickie?”
“Sim, é Tex Watson.”
“Ok.”
Disseram-lhe que todos os celulares deveriam ser entregues ao entrar no prédio, mas pensando rápido, ele voltou correndo pela porta da frente, pegou o telefone e acessou a internet.
“Ah — meu Deus! Tex Watson fazia parte da Família Manson!”, disse em voz alta.
Rapidamente encontrou vídeos e observou como Tex se movia e falava. Tex tinha dificuldade em pronunciar o som de “s”. Butler abriu alguns artigos e leu rapidamente como nunca antes.
“Não saber que eu estava realmente concorrendo ao papel de Tex facilitou as coisas”, lembra Butler. “No avião, não estava tentando entender como foi a infância dele, o que ele comia no café da manhã, essas coisas. Foi mais direto porque não tinha tempo para isso. Li e assisti rapidamente o que pude. Certamente não fazia ideia de que Quentin e Vickie gostaram tanto da minha fita, e agora que sei, isso me dá mais confiança ou aumenta a pressão? Se eu soubesse disso antes, não sei. Acho que não saber nada combinou com meu estado de espírito.”
Ao retornar ao prédio, recebeu uma instrução: “Ok, Austin, precisamos pegar seu telefone.” Depois de assinar um NDA, foi conduzido a uma sala. “Quentin chegará em breve e te dará material para ler.”
Já na sala de cinema do escritório da Magnum Opus estavam sete jovens garotas, todas parecendo vindas de 1969. Austin era o primeiro garoto, mas então outro apareceu.
“Oi! Eu sou James.”
“Austin.”
“Caramba, esse é possivelmente o homem mais bonito que já conheci”, pensou James Landry Hébert na hora.
Foram trocadas gentilezas e, embora os dois estivessem claramente competindo pelo papel de Tex, não havia motivo para não compartilhar um pouco de carinho — que vença o melhor Tex, e tal.
Cara, se a vibe do final dos anos 60 e início dos 70 era o espírito predominante do dia, então que vença a paz e o amor!
“Austin Butler era o único outro cara lá”, lembra Hébert, “e eu fiquei tipo, ‘É isso que eu estou competindo contra?’ Maldito Elvis! Ele não era o Elvis na época, mas podia muito bem ser. Ele era um dos caras mais bonitos que eu já conheci. Então era basicamente eu contra você pelo Tex. Todo mundo mais ali eram potenciais meninas Manson — uma variedade de ótimas atrizes, depois filhas de grandes atores e atrizes, e também pessoas que nunca tinham atuado, mas todos eram realmente interessantes, artísticos, parecendo meninas Manson autênticas.”
Enquanto os rapazes se observavam, Madisen Beaty decidiu controlar sua respiração. Se conseguisse controlar a inspiração e expiração, poderia dominar qualquer nervosismo.
“Meus nervos naquele dia estavam à flor da pele”, lembra ela. “Eu não tinha expectativas, mas foi um daqueles momentos em que você entra na sala, todos de olhos brilhantes e animados, mas dava para sentir a tensão nervosa.”
Mikey Madison, agente secreto de Quentin, estava observando a sala. Ela se perguntava: será que eu realmente consigo o papel?
Vickie Thomas pediu para todos se sentarem em círculo, e então Quentin entrou na sala. A mudança de foco era palpável.
“Oi, pessoal, como estão — estão animados?”
Um murmúrio nervoso recebeu o cineasta.
“Uau, só de vê-lo pessoalmente — estar na mesma sala com alguém que eu tanto admirava e respeitava — simplesmente me impressionou”, lembra Austin Butler, rindo. “Era Quentin Tarantino, e ele parecia exatamente Quentin Tarantino. Isso meio que me deixou sem palavras!”
A memória de Maya Hawke sobre aquele dia era de “estar tão assustada porque eu acho que sabia que Quentin estaria lá, e eu o conheço a vida toda. Mas, claro, naquela sala, ele era muito diferente, sabe? Ele não era tipo tio Quentin excêntrico — estava sério.”
Quentin complementou sua saudação dizendo ao grupo que havia reunido:
“Olhem, eu sei que vocês estão nervosos, e tudo bem, mas não quero que fiquem nervosos. Estamos aqui para nos divertir. Amamos filmes, amamos o que fazemos, e só quero que se divirtam, e não quero que nenhum nervosismo estrague a diversão que teremos, certo?”
“Ok, todos digam seu nome e o que fizeram por último”, acrescentou.
Um observador de fora poderia ter pensado que tinha entrado em uma reunião de Alcoólicos Anônimos, mas os presentes estavam ali para convencer o cineasta a contratá-los. Cada possível membro da Família Manson se apresentou, contando sua experiência ou, no caso dos não profissionais, algo sobre si mesmos.
“Oi, eu sou Austin Butler e atualmente estou na Broadway em The Iceman Cometh, de Eugene O’Neill.”
“Caramba — isso é com Denzel Washington”, pensou o colega que queria ser Tex. “Como diabos eu vou competir com isso? Estou deixando meu moicano crescer por causa de Stranger Things.”
Finalmente, chegou a vez do outro jovem da sala se apresentar.
“Oi, eu sou James Landry Hébert. Stranger Things foi a última coisa que fiz.”
E então ele percebeu: Austin Butler poderia estar trabalhando com Denzel Washington, mas não é nenhum cowboy.
“Que se dane, eu cresci em uma reserva — ando a cavalo a vida toda. Tex precisa montar um cavalo. Vai, James”, pensou consigo mesmo, “conte a eles sobre sua experiência com cavalos!”
“Eu cresci em uma reserva indígena, e quando não estou atuando, trabalho em um rancho, cuidando e montando cavalos o dia todo.”
Outros começaram a falar sobre sua experiência com cavalos, e então, para desespero de James Landry Hébert, o outro cara comentou sobre sua habilidade a cavalo.
“Meu avô tinha um rancho, e me colocou em um cavalo desde muito jovem.”
Droga! Com as apresentações concluídas, e apesar da proficiência de Hébert com cavalos, ficou claro para ele que Butler tinha ganho a rodada: Denzel Washington e cavalos? Não tem como competir!
Quentin, no entanto, quis aliviar qualquer medo de que experiência ou inexperiência passadas fossem decisivas. Todos estavam ali por mérito.
“Olhem, um ator precisa fazer o que tem que fazer”, disse ele ao grupo. “Temos que comer. Tudo bem — quem se importa com o que vocês fizeram antes? Vocês estão aqui agora. Poderiam não ter feito nada, mas o que importa é que vimos algo em vocês, e vocês estão aqui.”
Quentin explicou sobre a cena que iriam trabalhar naquele dia: Três meninas da Família Manson e Tex chegam em um cul-de-sac privado em seu carro e são confrontados por Rick Dalton. Os trechos foram entregues a cada participante.
“Ok, vou dividir vocês em dois grupos”, continuou Quentin. “Austin e James, vamos ter diferentes meninas Manson e vamos misturá-las com vocês dois.”
Apontando para as garotas, começou a chamar os nomes dos membros da família. “Ok, você é Katie, você é Sadie, você é Flowerchild…”
Olhando para Beaty, Quentin disse: “Katie é Patricia Krenwinkel. Quer algum contexto?”
“Um pouco estranho”, pensou Madisen Beaty para si mesma. “Vou interpretar Patricia ‘Katie’ Krenwinkel de novo.”
“Bem, aceito qualquer coisa”, respondeu Beaty, “mas sei quem ela é.”
“Ok. Agora, Austin, como você está no palco todas as noites com Denzel fazendo Eugene O’Neill, vou fazer de você o líder do seu grupo”, disse Quentin, “e James, você será o líder do seu grupo. Vocês decidem como querem fazer isso. Não vou dar nenhuma direção neste estágio. Certo? Volto em uns 30 minutos.”
Todos se dirigiram para seus pequenos cantos e começaram a ler seus trechos — o único som na sala era o folhear de páginas.
“Olhem, não posso garantir os tempos porque não havia relógio na sala de ensaio”, lembra Beaty, “mas parecia que uns 20 minutos se passaram e todos já estavam decorados.”
Qualquer rivalidade foi deixada de lado, e, no verdadeiro espírito do código do ator, surgiram ofertas para ajudar uns aos outros a revisar o material.
“Foi ótimo, mas acho que todos tínhamos nosso próprio processo para controlar os nervos”, diz Beaty. “Eu controlava minha respiração — quase meditava. Outros conversavam, e Austin caminhava de um lado para o outro. Austin é um cara de movimento, precisa se mexer. Você faz o que funciona para você.”
“É verdade, eu caminhei!”, confirma Butler, rindo. “Mas naquele momento, isso me permitiu focar no que eu queria fazer na cena: Quem são essas pessoas para mim, por que estou tentando influenciá-las e o que eu quero? Isso simplifica meus objetivos — apenas trabalhar o material e me esforçar ao máximo quando Quentin voltar.”
Maya Hawke, que havia voado de Nova York para Los Angeles, diz que se sentiu como se tivesse sido transportada para The Hunger Games. “Foi diferente de tudo com que eu tinha me envolvido antes ou desde então.”
Lendo o material, ficou óbvio para Butler que os personagens estavam em um carro, então, colocando sua experiência teatral em prática, ele puxou algumas cadeiras. Agora, havia um carro. Sua equipe começou a ensaiar.
Finalmente, Quentin reapareceu. “Quem quer ir primeiro?”
Butler olhou para seu grupo e disse: “Vamos lá?”
“Isso é um movimento de Tex”, pensou Beaty para si mesma.
“Eu fiquei tipo, vai!” diz Butler. “Você pode deixar o medo te dominar, ou enfrentá-lo de frente.”
À medida que cada grupo se posicionava, sentando-se como se estivessem em um carro, Quentin dava orientações. Butler lembra do cineasta “andando pela sala e chegando bem perto do seu rosto, depois saltando para outro ângulo, como se sua mente fosse a câmera. A pureza era incrível — ele assistia, e nós atuávamos.”
Quentin interrompeu a cena com uma pergunta: “Ok, alguém quer interpretar o papel de Leo, Rick Dalton?”
Timidamente, duas das futuras meninas Manson levantaram as mãos. A primeira garota subiu e leu as falas como um leitor tradicional, servindo o ator e se retirando da equação. Tudo muito tradicional. E tradicional não era exatamente o que Quentin procurava.
Após a leitura da cena, ele chamou seu próximo Leo. “Certo, Madisen, agora é a sua vez de ser Leo!”
Beaty tomou a decisão de interpretar de verdade. Por uma razão simples: a leitura monótona e “correta” já havia sido feita. Seu instinto disse: tente algo diferente. Havia também um motivo secundário: ela estaria efetivamente perdendo a chance de interpretar uma das meninas Manson, mas ali estava a oportunidade de interpretar Leonardo DiCaprio na frente de Quentin Tarantino. Por que não tentar?
“Pensei que era como minha própria audição, sem filtros”, lembra ela. “Sabe, você sempre pode me frear, mas não sabe até onde pode me empurrar.”
Beaty se entregou completamente, interpretando um Rick enlouquecido, e começou a gritar na cara de Butler, cuspe voando. “Vocês hippies do caralho!”
Quentin soltou uma gargalhada e aplaudiu. “Caramba, sim!”
Beaty manteve o foco absoluto e continuou desafiando o Tex de Butler. Ela pensava: ou isso vai atrapalhar, ou vai mostrar meu potencial como atriz, mas de qualquer forma, já era tarde para voltar atrás.
“Eu queria todas as oportunidades de atuar com Quentin”, diz Beaty. “Sabe, independentemente de conseguir o papel ou não, vou ter a chance de atuar com um dos melhores cineastas de todos os tempos novamente? Valeu o risco de ele dizer ‘calma’, pensei.”
Apesar das dúvidas sobre a validade do que acreditava ser verdade — que ela realmente tinha o papel de Kitty Kat — Mikey Madison adorava ensaiar com os outros potenciais membros da Família Manson, e, diz ela, “Ver Quentin nos dirigindo era simplesmente fascinante.”
Chamaram para o almoço.
“Que horas vocês acham que são?” perguntou Butler.
Ninguém tinha ideia. Estavam em uma espécie de distorção temporal estranha, mas legal.
Durante a refeição, todos relaxaram e conversaram um pouco. O grupo de nove se tornou dez quando Quentin se juntou a eles.
“Tudo parecia tão pessoal e informal, todo mundo conversando entre si”, lembra Sydney Sweeney.
Após o almoço, Quentin mudou a dinâmica, trocando os Texes para grupos diferentes. O grupo de James Landry Hébert foi levado para um escritório para trabalhar junto.
“Eu fiquei tipo, ‘Caramba, estou no escritório de Quentin Tarantino agora!’” ele lembra.
Ele avistou uma foto de rosto (headshot) sobre o que presumiu ser a mesa de Quentin. Estava escrito o nome do personagem Jughead, Business Bob — o papel para o qual ele havia originalmente feito a leitura. Ele não se conteve e virou a foto para ver quem havia ganhado o papel. Era Scoot McNairy.
“Legal”, pensou Hébert consigo mesmo. “Scoot McNairy é ótimo, mas estou no escritório de Quentin agora, então acho que eu ganhei aqui — talvez a gente veja?”
Quentin continuou mudando as diferentes dinâmicas.
“A maneira como ele brincava se destacava”, lembra Hébert. “Você podia perceber que ele estava tão empolgado em estar lá escalando seu filme e sabia tudo sobre o assunto. Ele simplesmente mantinha tudo leve e divertido.”
Para Quentin, o processo de audição cumpre duas funções.
“Uma é que estou avaliando atores para preencher os papéis, mas a segunda é que essas pessoas não estão sendo pagas para virem até aqui. Então, é por isso que pode ser desgastante, porque eu não quero que desperdicem meu tempo. Eu não tenho tempo a perder, então mereço o melhor deles, ou eles não deveriam desperdiçar meu tempo; consequentemente, eles merecem o meu melhor, caso contrário, estou desperdiçando o tempo deles.
“Então, mesmo que eu saiba — e acredite, houve momentos em que eu não queria fazer isso, e nunca em um milhão de anos escalaria essa pessoa — eu ainda dou outra chance na cena. Você sempre terá chances comigo, sempre haverá uma observação minha. Você vai sair da sala dizendo, ‘Eu trabalhei com Quentin Tarantino.’”
“Mas isso cumpre outra função para mim”, acrescenta. “Há um pouco dessas audições em que eu lembro como dirigir novamente. É emocionante! Eu escrevi, e é uma existência solitária, e agora estou vendo o bebê em pé. Estou testando e pensando, ‘Ei, essa é uma fala engraçada. É mais engraçada do que eu pensei.’ Estou descobrindo coisas, lembrando como falar com os atores de novo, e é meu trabalho tirar o melhor deles, e estou lembrando como fazer isso. Até o fim do ensaio, é meu curso intensivo de direção novamente. Passo por tudo, e isso me ensina a me manter afiado para que, quando você estiver nas nuvens, faça um bom trabalho.”
O workshop continuou. Beaty nunca saiu da sala de cinema. No entanto, ela teve a chance de atuar com ambos os Texes.
“Quando eu estava emparelhada com James, o Tex dele era tão diferente do de Austin”, lembra Beaty. “Adorei o fato de James interpretar como um cowboy de verdade. Era uma versão elevada de James. Parecia tão autêntico. Então Austin interpretava de uma forma que me deixava um pouco mais nervosa. Esse cara era assustadoramente louco e tão quieto — enquanto James era animado e livre, e você não sabia o que ele faria. Se alguém me perguntasse naquele dia quem seria escalado como Tex, eu não faria ideia.”
Beaty olhou para o último carro em que estava no palco. Ela estava sentada na frente com Butler, com Maya Hawke e Mikey Madison no banco de trás. A sensação era boa — havia uma conexão.
“Na minha cabeça, não era como se eu soubesse que Quentin já tinha encontrado os quatro escolhidos”, ela lembra. “Talvez eu sentisse que estava fazendo algo certo, mas nunca pensei, sabe…”
“Havia uma sensação de confusão para nós sobre os diferentes papéis”, diz Hawke, “mas olhando para trás, Quentin meio que estava escalando durante o dia e nos ajudando a encontrar nosso lugar no carro. Ele estava orquestrando esse grupo de pessoas e onde cada uma se encaixava. Eu amei a Mikey imediatamente.”
No final da tarde, Quentin encerrou um dia exaustivo e, ao mesmo tempo, empolgante.
“Obrigado a todos por terem vindo. Vocês se divertiram?”
Houve um aplauso universal — todos estavam encantados por estarem lá.
“Tudo parecia surreal”, lembra Sydney Sweeney. “Às vezes ainda penso nisso e parece um sonho que estou tentando lembrar. Aquele dia de audição será para sempre uma das experiências mais únicas que já tive.”
Madisen Beaty se encontrou onde seu dia havia começado, no estacionamento, sentada em seu carro. Para onde tinha ido aquele dia? O crepúsculo se instalava, e ela simplesmente ficou 10 minutos em silêncio chocada, perguntando a si mesma: “Isso realmente aconteceu?”
Mais tarde, enquanto a adrenalina ainda percorria seu corpo, seu cérebro dizia que ela estava exausta, mas a euforia dizia que dormir não era uma opção. Ela havia ganho na loteria dos atores. Ligou para uma amiga. Explicando que não podia falar sobre o dia, mas precisava de companhia, elas compartilharam um lanche e brindaram.
MUITOS DOS POTENCIAIS membros da Família Manson haviam sido dispensados, mas Austin Butler se encontrou sentado ao lado de Maya Hawke, sozinho no escritório de Quentin.
“Somos as únicas duas pessoas na sala, então acho que deve ser uma boa notícia, certo?” Butler perguntou.
“Suponho”, respondeu Hawke. “Não sei.”
Uma sede intensa tomou conta de Butler, e ele deixou a sala em busca de um copo de água.
“Ei, para onde você vai?” Vickie Thomas perguntou no corredor.
“Só vou pegar um pouco de água.”
“Ok. Depois que pegar sua água, quero que venha me encontrar naquele escritório ali.”
Sede saciada e água em mãos, conforme instruído, Butler entrou no escritório e se encontrou em pé diante de Quentin e Thomas.
“Abra a porta para mim e sente-se, Austin”, disse o cineasta.
Os três se acomodaram, e Quentin começou a expor sua visão para o filme.
“Obviamente, quero que você leia o roteiro.”
Butler tentava ouvir e absorver tudo, mas em sua mente pensava freneticamente: Está acontecendo? Isso realmente está acontecendo? Quentin está falando como se eu tivesse o papel?
“Tenho uma ideia para um cavalo. Ouvi dizer que você sabe montar. Você realmente é bom?”
“Sim, monto desde criança. Sou razoavelmente bom. Adoraria fazer isso.”
“Há uma cena de luta entre você e Brad Pitt. Você toparia lutar com Brad?”
“Absolutamente! Quero dizer, Clube da Luta é um dos meus filmes favoritos de todos os tempos, então a ideia de lutar com Brad Pitt… você nem imagina o quanto isso é um sonho realizado, Quentin”, respondeu Butler, sorrindo radiante.
“Ok, certo. Bem, eu adoraria que você fosse meu Tex Watson.”
“Yeah!”
Butler pulou da cadeira e, incapaz de conter seu entusiasmo desenfreado, deu um abraço em Quentin, e então foi a vez de Vickie ser abraçada. Ele estava em um verdadeiro mundo dos sonhos.
“Bem, agora quero que você leia o roteiro para saber no que está se metendo”, continuou o cineasta.
Antes que isso pudesse acontecer, ele foi solicitado a assinar outro NDA. Sentado em uma pequena sala abarrotada de latas de filme, Butler demorou um momento para olhar para o roteiro à sua frente. Primeiro, ele era enorme; segundo, marcava a primeira vez que ele lia um roteiro de Quentin Tarantino antes de o filme chegar aos cinemas. Ele estava realmente em um mundo dos sonhos.
“Voei só por um dia, então foi um turbilhão de um sonho realizado. Foi simplesmente surreal. Sou um leitor lento, mas fiquei maravilhado com sua genialidade.”
Finalmente, com o relógio marcando 21h, seu celular foi devolvido, e ele seguiu para a noite de Los Angeles. Assim que ligou o telefone, ele começou a acender com uma série de chamadas perdidas, mensagens de texto e mensagens de voz.
A percepção bateu: ele havia perdido os outros compromissos que sua agência havia marcado para ele. Aproveitando a rara visita de Butler a Los Angeles vindo de Nova York, haviam marcado audições, incluindo uma para Top Gun: Maverick com Joseph Kosinski. Ao ouvir a última mensagem, Butler percebeu medo na voz do outro lado da linha: estavam prestes a enviar equipes de busca e contatar a LAPD para verificar possíveis acidentes de carro naquele dia.
Sem se preocupar em ouvir o restante da mensagem, ele ligou para seus agentes.
“Onde você está? Está tudo bem? Você perdeu todas as suas outras audições hoje!”
“Desculpe, mas eu consegui esse papel. Vou fazer o filme com Quentin.”
MAYA HAWKE foi informada de que seria uma membro oficial da Família Manson. Agora, ela precisava encontrar tempo em sua agenda do seriado que havia assinado: interpretaria Robin Buckley na terceira temporada de Stranger Things.
Antes de deixar o dia da audição, Mikey Madison só precisava apagar qualquer dúvida de que realmente havia conseguido o papel.
“Deixe-me dizer, Quentin é um ótimo ator”, ela diz. “Ele foi muito descontraído ao falar comigo — ninguém jamais teria imaginado que eu tivesse conseguido um papel. Ele até me fez pensar: ‘Será que eu realmente consegui o papel?’”
Suas dúvidas foram apagadas quando foi confirmado que nada havia mudado — Kitty Kat era dela.
“Só queria confirmar de novo!”
NAQUELE MESMO DIA À NOITE, Sydney Sweeney se encontrou em um evento da indústria. Ela avistou Vickie Thomas.
“Vickie me chamou de lado e sussurrou a notícia. Tive que prometer não contar a ninguém, o que estou quebrando agora!”
O papel de Snake, um membro da Família Manson, era dela. Ela lembra de “flutuar nas nuvens pelo resto da noite.”
Voltando para Nova York na manhã seguinte, Austin Butler pode ter perdido seu dia de descanso, mas não sentia cansaço algum. Pelo contrário, seu corpo e seus nervos estavam carregados.
“Foi a única vez que me disseram que eu tinha conseguido o papel assim que saí da sala”, ele diz. “Naquela noite, subi ao palco com Denzel, e não pude deixar de pensar, ao olhar para a plateia: ‘Vou fazer um filme com Quentin Tarantino.’ Foi simplesmente surreal.”
Publicado com cortesia da Insight Editions & The Story Factory, de The Making of Once Upon a Time… in Hollywood de Jay Glennie (28 de outubro de 2025), todos os direitos reservados.
+++LEIA MAIS: Os únicos 7 filmes perfeitos da história, segundo Quentin Tarantino
O post Como Quentin Tarantino transformou a Família Manson em estrelas de cinema do futuro apareceu primeiro em Rolling Stone Brasil.
Anthony Hopkins desabafa sobre sobriedade e afastamento da filha: ‘A vida é dolorosa’

Ator, diretor e produtor galês, Anthony Hopkins alcançou a fama global com sua interpretação do vilão Hannibal Lecter em O Silêncio dos Inocentes (1991) — papel que lhe rendeu seu primeiro Oscar de Melhor Ator. Nascido em 1937, ele realizou aparições em dezenas de filmes aclamados pela crítica, como Vestígios do Dia (1993), Nixon (1995) e Amistad (1997).
Quase 30 anos depois, Hopkins conquistou seu segundo Oscar em 2021 por Meu Pai (2020), tornando-se o ator mais velho a receber o prêmio. Com mais de seis décadas de carreira, ele é considerado um dos nomes mais icônicos do cinema em atividade: além das duas estatuetas do Oscar, acumula ainda quatro BAFTAs, dois Emmys e um Prêmio Laurence Olivier.
Agora, aos 87 anos, o astro aderiu à tendência Hollywoodiana e anunciou o lançamento de um livro de memórias. Intitulada We Did Ok, Kid, a autobiografia chega às livrarias na próxima terça-feira, 4 de novembro. No Brasil, ela será publicada na mesma data pela Editora Sextante, sob o título Até que deu tudo certo, com tradução de Rogério Galindo. “Eu gostei e acho que você também vai gostar”, disse Hopkins em um vídeo nas redes sociais. “Leia.”
A obra atravessa diversos aspectos da vida do ator, desde sua carreira no cinema e no teatro — incluindo os bastidores de papéis marcantes, como Lecter —, sofrimentos de sua infância e dilemas familiares.
Mas um fator, em especial, atravessa todas essas esferas: a luta de Hopkins com a sobriedade. Em dezembro de 2025, o ator celebra 50 anos sóbrio, mas o vício lhe trouxe muitos custos no passado, tanto em sua trajetória pessoal quanto profissional. Segundo a sinopse, o livro oferece “um olhar profundamente honesto sobre os momentos mais difíceis de sua vida”.
Um dos enfoques é o relacionamento de Anthony com sua filha, Abigail Hopkins. Em entrevista recente ao The New York Times, ele falou sobre o afastamento entre os dois há mais de 20 anos, e reconheceu que o alcoolismo contribuiu para o fim de seu primeiro casamento com Petronella Barker e para o rompimento do vínculo com Abigail.
“Eu poderia guardar ressentimento pelo passado, mas isso é a morte. Você precisa reconhecer uma coisa: que somos imperfeitos. Não somos santos. Fazemos o melhor que podemos. A vida é dolorosa”, disse, via NME.
No início de 2025, Abigail revelou em uma postagem no Instagram que foi diagnosticada com câncer em 2020, e celebrou que o tumor agora estava em remissão. “Fiz um curta-metragem documentário, Under This Sky, que analisa minha própria experiência com câncer de intestino de um ponto de vista emocional e psicológico e leva o público a uma jornada de descoberta, explorando maneiras de nos curarmos de traumas, usando exercícios, movimento e trabalho criativo. Logo após o término do meu tratamento, comecei a trabalhar em músicas para um álbum beneficente, Stardust. Toda a renda será destinada à instituição de caridade Royal Marsden Cancer Charity”, compartilhou.
Ver essa foto no Instagram
Uma publicação compartilhada por Abigail Hopkins (@abigail_hopkins_official)
Hoje, Hopkins mora em Los Angeles com sua esposa, Stella Arroyave. Ele diz que Stella tentou entrar em contato com a enteada, mas não obteve sucesso. “Minha esposa enviou um convite para que [Abigail] viesse nos ver”, comentou. “Nem uma palavra de resposta. Então, pensei: ‘Ok, tudo bem. Desejo-lhe tudo de bom, mas não vou desperdiçar sangue por isso.’”
Em entrevista ao The Telegraph em 2006, Abigail havia dito que estava aberta a se reconciliar com seu pai, mas não sabia como se sentir em relação a ele. “Nunca fomos realmente próximos. Nunca discutimos grandes questões da vida. Porque, bem, nosso relacionamento sempre foi muito esporádico. Nunca me senti à vontade para discutir esse tipo de coisa com ele.”
No livro, Hopkins também adentra nas motivações de seu vício, e narra o momento em que percebeu a dimensão do problema em que ele estava inserido. Em entrevista, ele complementou: “Às vezes as pessoas se machucam. Às vezes nós nos machucamos. Mas não dá para viver assim. Você tem que dizer: Supere isso. E se não conseguir, tudo bem, boa sorte. Não tenho julgamentos. Mas fiz o que pude. Então é isso. É tudo o que eu quero dizer.”

Segundo a revista People, além do mergulho no passado, o astro do cinema escreve sobre seu presente, o processo de envelhecimento e sua relação com a mortalidade. Uma coleção especial de fotografias pessoais está inclusa na obra.
+++ LEIA MAIS: Anthony Hopkins afirma que Hannibal Lecter ainda é ‘um dos melhores papéis’ que já teve
O post Anthony Hopkins desabafa sobre sobriedade e afastamento da filha: ‘A vida é dolorosa’ apareceu primeiro em Rolling Stone Brasil.
Quanto custam os ingressos para shows de Bryan Adams em SP e Rio

Como noticiado, Bryan Adams retorna ao Brasil em março de 2026 para quatro shows. O músico traz para o país a sua nova turnê, Roll with the Punches, promovendo o álbum de mesmo título.
Com produção da Mercury Concerts, os shows serão nos dias:
- 6 de março (sexta-feira) no Qualistage — Rio de Janeiro;
- 7 de março (sábado) na Vibra — São Paulo;
- 9 de março (segunda-feira) no Live Curitiba — Curitiba;
- 11 de março (quarta-feira) no Auditório Araújo Vianna — Porto Alegre.
Embora quatro cidades tenham sido anunciadas, apenas duas contam com detalhes de venda de ingressos revelados: Rio de Janeiro e São Paulo. Nessas duas cidades. as vendas começarão em 4 de novembro, às 10h, por meio do site eventim.com.br/bryanadams.
Na capital paulista, também há ingressos sem taxa nas bilheterias do Allianz Parque (bilheteria A) e Vibra (a partir do dia 5 de novembro). Já na principal cidade fluminense, é possível adquirir entradas sem taxa no Qualistage – Via Parque Shopping.

Em breve serão divulgadas as informações de Curitiba e Porto Alegre. Veja preços de Rio de Janeiro e São Paulo:
Rio de Janeiro
Pista — Inteira R$ 590,00 | Qualicorp R$ 531,00 | Meia R$ 295,00
Poltronas — Inteira R$ 650,00 | Qualicorp R$ 585,00 | Meia R$ 325,00
Camarote A — Inteira R$ 800,00 | Qualicorp R$ 720,00 | Meia R$ 400,00
Camarote B — Inteira R$ 800,00 | Qualicorp R$ 720,00 | Meia R$ 400,00
Camarote C — Inteira R$ 800,00 | Qualicorp R$ 720,00 | Meia R$ 400,00
São Paulo
Pista — Inteira R$ 900,00 | Meia R$ 450,00
Poltrona Central — Inteira R$ 980,00 | Meia R$ 490,00
Poltrona Lateral — Inteira R$ 900,00 | Meia R$ 450,00
Camarote 1 — Inteira R$ 1.000,00 | Meia R$ 500,00
Camarote 2 — Inteira R$ 900,00 | Meia R$ 450,00
Plateia Superior 1 — Inteira R$ 550,00 | Meia R$ 275,00
Plateia Superior 2 — Inteira R$ 500,00 | Meia R$ 250,00
Plateia Superior 3 — Inteira R$ 450,00 | Meia R$ 225,00
Observação: Os assentos de camarotes e plateia são numerados.
Sobre Bryan Adams
Canadense de Kingston, Bryan Adams nasceu em 5 de novembro de 1959 começou a tocar guitarra aos 10 anos e lançou seu primeiro álbum aos 20. Estourou inicialmente com o disco Cuts Like a Knife (1983), terceiro de seu catálogo, responsável por apresentar a faixa-título e “Straight from the Heart”. Mas o largo sucesso veio com o trabalho seguinte, Reckless (1984), primeiro de um artista canadense a receber certificação de diamante (acima de ouro e platina) no país natal por trazer hits como “Run to You”, “Summer of ’69” e “Heaven”.
A sequência de sucesso se estendeu pela década de 1990, com “(Everything I Do) I Do It for You”, canção de 1991 que alcançou o primeiro lugar em pelo menos 19 países e permaneceu na posição por 16 semanas no Reino Unido. Ela vem do álbum Waking Up the Neighbours (1991), mais um a receber certificação de diamante no Canadá.
Além de uma longa discografia que transitou por rock e pop, Adams compôs e colaborou em canções para trilhas sonoras de filmes. Alguns de seus feitos nessa seara incluem indicações ao Oscar e ao Globo de Ouro por trabalhos como “I Finally Found Someone” (com Barbra Streisand) e a vitória de um Grammy de Melhor Música Composta para Mídia Visual em 1992.
Para além da música, Bryan é fotógrafo profissional e publicou trabalhos fotográficos e realizou exposições. Ele tornou-se vegano em 1989 e, em 2023, foi anunciado como cofundador da startup musical SongBox. O seu álbum mais recente é Roll with the Punches (2025), o primeiro por meio de seu selo próprio, Bad Records.
+++ LEIA MAIS: A simplicidade do sucesso na música, explicada por Bryan Adams
+++ LEIA MAIS: A única artista que fez boa versão de ‘Summer of ’69’, segundo Bryan Adams
+++ LEIA MAIS: Como um “iceberg de gordura” fez Bryan Adams cancelar show de última hora
+++ Siga a Rolling Stone Brasil @rollingstonebrasil no Instagram
+++ Siga o jornalista Igor Miranda @igormirandasite no Instagram
O post Quanto custam os ingressos para shows de Bryan Adams em SP e Rio apareceu primeiro em Rolling Stone Brasil.
Jay-Z diz que reação negativa ao show de Bad Bunny no Super Bowl não é autêntica: ‘Eles o amam’

Quando Bad Bunny recebeu a notícia de que seria a atração principal do show do intervalo do Super Bowl 2026, a ligação veio diretamente de Jay-Z. Nas semanas desde o anúncio desse feito histórico, várias figuras da direita e comentaristas conservadores criticaram a Roc Nation, a NFL e a Apple Music pela decisão de colocar um dos artistas mais bem-sucedidos de todos os tempos à frente de um dos eventos musicais mais prestigiados do mundo. O fato de Bad Bunny não cantar em inglês e de já ter se posicionado claramente sobre política e imigração só alimentou ainda mais a polêmica. Mas Jay-Z não está comprando essa narrativa.
“Eles o amam”, disse Jay-Z em um vídeo gravado pelo TMZ enquanto assinava autógrafos em Nova York. “Não deixem que enganem vocês.” Sua breve resposta veio depois que a mulher por trás da câmera insistiu: “A gente precisa falar sobre o Bad Bunny”, ao que ele respondeu: “Não quero falar sobre nada.” Ele só cedeu quando ela perguntou mais especificamente: “Por que as pessoas estão com raiva dele?”
Na semana passada, o comissário da NFL, Roger Goodell, abordou pela primeira vez as críticas. “Ele é um dos artistas mais populares do mundo”, disse à The Atlantic. “É isso que tentamos alcançar. É um elemento importante do valor de entretenimento. É algo cuidadosamente planejado.”
Goodell acrescentou: “Acho que nunca escolhemos um artista sem receber algum tipo de reação negativa ou crítica. Centenas de milhões de pessoas assistem, mas tenho total confiança de que será um ótimo show.” Há até uma petição circulando para substituir Bad Bunny pelo cantor country George Strait como atração do intervalo. Mesmo que todas as 80 mil pessoas que assinaram decidissem boicotar a apresentação, é improvável que sua ausência fizesse qualquer diferença na audiência do astro porto-riquenho.
De qualquer forma, ele não está fazendo isso por elas. “O que sinto vai além de mim mesmo”, disse Bad Bunny em um comunicado quando a notícia de sua apresentação foi divulgada. “É por aqueles que vieram antes de mim e percorreram incontáveis jardas para que eu pudesse entrar e marcar um touchdown… isso é pelo meu povo, pela minha cultura e pela nossa história. Ve y dile a tu abuela, que seremos el HALFTIME SHOW DEL SUPER BOWL.”
+++LEIA MAIS: Bad Bunny conta como recebeu convite de Jay-Z para show no Super Bowl 2026
O post Jay-Z diz que reação negativa ao show de Bad Bunny no Super Bowl não é autêntica: ‘Eles o amam’ apareceu primeiro em Rolling Stone Brasil.
